Diário do Amapá - 02 e 03/11/2025
LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 02 E 03 DE NOVEMBRO DE 2025 2 O santo Cura d’Ars recebera de um colega uma carta que começava assim: "Sr. Vigário, quando se sabe tão pouco a teologia, como é o seu caso, nunca se deve entrar no confessionário". O Santo, que nunca achava tempo bastante para responder às inúmeras cartas que recebia, a esta respondeu imediatamente: "Quanta razão tenho de amar-vos, meu caríssimo e reverendíssimo colega! Vós sois o único que me conhece. Já que sois tão bom e caridoso, interessando-vos pela minha pobre alma, ajudai-me a obter a graça, que peço sempre, de ser substituído no cargo, de que sou indigno pela minha ignorância, a fim de retirar-me a um canto e chorar a minha pobre vida...". Confundido com tamanha humildade, o autor da insolente carta correu a pedir desculpas ao Santo. No início do mês de novembro, lembramos com saudade os nossos irmãos e irmãs falecidos e celebramos a solenidade de Todos os Santos. Na visita aos cemitérios, refletimos sobre o tempo que passa e a necessidade de dar um sentido menos superficial, talvez, à nossa vida. Repensamos os nossos relacio- namentos, o valor que damos a Deus, as pessoas e os bens materiais. No domingo da festa de Todos os Santos, a Igreja nos aponta aqueles cristãos e cristãs que encontraram a verdadeira felicidade, porque tomaram a sério o evangelho das Bem-Aventuranças. Eles e elas, de tantas formas e por tantos caminhos, colaboraram com a construção do Reino de Deus e, acreditamos, merecem participar da glória do céu. Por ter ouvido tantas histórias de santos e santas famosos, pensamos que a santidade seja algo absolutamente heroico e, por isso, somente para poucos. No entanto, todos nós cristãos, somos chamados a buscar e praticar, conforme as nossas possibilidades, a santidade. As palavras com as quais a Liturgia apresenta os santos e as santas podem nos ajudar a entender. Na segunda Oração Eucarística rezamos: ”Lembrai-vos ó Pai...e dai-nos participar da vida eterna com a Virgem Maria, São José...os apóstolos e todos os santos que viveram na vossa amizade”. Aprendemos assim que os santos e as santas foram, são e serão os “amigos” de Deus e, por consequência, amigos também dos homens porque, como ensina João em sua Primeira Carta “Se alguém disser: ‘Amo a Deus’ mas odeia o seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama a seu irmão que vê, não poderá amar a Deus que não vê (4,20). Apesar das nossas dificuldades, todos desejamos ter amigos, ou seja, pessoas nas quais podemos confiar e que possam nos socorrer na hora da neces- sidade. Por isso, talvez, escolhamos a dedo as nossas amizades por interesse ou para ter alguma vantagem. A questão, porém, não é “ter” amigos, mas “ser” amigos, sermos, nós mesmos, pessoas com as quais os outros possam contar e sempre prontas para ajudar. Quando Jesus quis falar de um amor “muito grande” disse que “Ninguém temmaior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13). Por isso, podemos dizer, sem medo, que ele, Jesus, se oferece para ser o nosso “maior” amigo, ao menos se acreditarmos que ele gastou realmente toda a sua existência terrena fazendo o bem, acolhendo, consolando e curando aqueles que sofriam de tantas formas de pobreza e enfermidade. Ele nada pedia em troca pelas curas e a quem perdoava os pecados simplesmente exortava a não pecar mais. Com isso, ensi- na-nos que a doença mais perigosa, que acaba com nossas vidas, acontece quando nos afastamos de Deus e dos irmãos, quando nos fechamos em nós mesmos e, afinal, não amamos ninguém. Quantos homens e mulheres foram e, ainda hoje, são verdadeiros santos e santas, também se nunca ficaram co- nhecidos. De fato, os santos e as santas “famosos” nunca buscaram a santidade para serem honrados neste mundo, se fosse assim já teriam recebido a sua re- compensa (Mt 6,2). Simplesmente, amaram, praticaram o bem, doaram as suas vidas para outros serem felizes ou sofrerem menos e, sobretudo, não sozinhos e abandonados. Afinal, somos todos “colegas” de caminhada, por que não nos ajudamos mais para sermos todos santos e santas? Com humildade, sem inveja, sem disputas. O mundo precisa de uma grande corrente de alegre santidade. Hoje é a nossa vez. ■ DOMPEDROCONTI E-mail: oscarfilho.ap@bol.com.br Bispo de Macapá Apesar das nossas dificuldades, todos desejamos ter amigos, ou seja, pessoas nas quais podemos confiar e que possam nos socorrer na hora da necessidade. Por isso, talvez, escolhamos a dedo as nossas amizades por interesse ou para ter alguma vantagem. Ajudai-me colega O que está acontecendo? Passaram mais de 20 dias e não recebi mais nenhuma Fake News (Notícia falsa). As redes sociais fa- voreceram esse modo de comunicar. Distorcendo totalmente a realidade. Assim sendo, as notícias falsas são sempre notícias. E re- lembrando-nos o que falou o ex-ministro Goebbels da Alemanha de Hitler: “Uma mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade”, assim nos leva a não compreender mais a verdade. Por que essa lógica? Fechada esse parêntese, hoje as notícias correm mais rápidas e só depende da gente intercepta-las. Quanta vez me aconteceu de ter an- tecipado informações através dos motores de busca via on-line! O digital tem o mérito que pode ser consultado em qualquer momento e lugar sem grandes recursos e não precisa imprimir. Tudo isso a custos bem acessíveis a qualquer um. Gratifica a sua ação. Além do mais, nestes últimos anos, o número de pessoas que frequentam a Internet aumenta cada vez mais. Isto é confirmado por uma in- finidade de estatísticas, tanto nacional quanto internacional. Somente o Brasil tem quantos milhões de internautas? A praça digital é cada vez mais frequentada. E, assim, o número de pessoas e de ideias que posso entrar em contato diariamente aumentam de maneira sensível. Consigo me manter informado em muitas coisas que, em um passado até recente, isto me era impossível. Torna-me fácil explorar novas realidades geográficas, sociais e eclesiais quando, no passado, para ter isso precisava se locomover pessoalmente, fazer viagens incan- sáveis e extenuantes. Hoje em dia, tudo isso se reverteu, ficando sentado numa cadeira em frente a um simples computador. Quando tenho dificuldade em solucionar algo pertinente ao meu interesse, compartilho com os meus contatos nos motores de busca. Eu fico feliz quando consigo lançar uma ideia no mundo, e o mundo digital nisto me ajuda muito, sem encontrar dificuldade de qualquer natureza. É claro que em tudo isso precisa respeitar uma assim chamada deonto- logia profissional. Isto me transforma na minha concepção de pensar e agir. Rende-me cada vez mais universal e menos local. Abre-me a mente para os fatos mais consistentes e fecha- me aos insignificantes. Reconheço que esta nova tecnologia é um útil instrumento para a nossa evangelização. Porém, precisamos saber usa-la. Repito: não se trata somente de um simples uso dela, mas precisamos saber o que significa e a portada dela no nosso dia a dia. Devemos dis- cernir como condiciona a nossa realidade. Nisto já pude mostrar através de vários artigos antecedentes neste jornal. Esta cultura digital me facilitou uma leitura mais veloz dos textos. Ebook reader, smartphone, iPad são novos instrumentos tecnológicos que nos permitem de ler um livro em qualquer lugar e momento, com uma certa rapidez. Imagino se uma evangelização entrasse nesses parâmetros o que de- veríamos fazer? Certamente a lógica digital é mais presente no mundo jovem. Com essa nova lógica, torno-me um leitor diferente e creio mais exigente, porque quero saber fazer distinção daquilo que é verdadeiro e daquilo que é falso. ■ CLAUDIOPIGHIN E-mail: clpighin@claudio-pighin.net Sacerdote e doutor em teologia. Eu fico feliz quando consigo lançar uma ideia no mundo, e o mundo digital nisto me ajuda muito, sem encontrar dificuldade de qualquer natureza. É claro que em tudo isso precisa respeitar uma assim chamada deontologia profissional. Hoje as notícias correm mais rápidas
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