Diário do Amapá - 02 e 03/11/2025

➔ E-mail: luizmello.da@uol.com.br ➔ Instagram: @luizmelodiario© 2018 ➔ twitter: @luizmelodiario Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o Universo não tem ideias. RÁPIDAS ● Chambre... Com baita currículo e sempre com dedo na cara do submundo do crime, Ronaldo Coelho, apesar dos gritantes ´fica!, fica!´, optou mesmo pela aposentadoria. E desde a sexta, 31, não é mais delegado de polícia. “Ainda me consulto sobre o que fazer, doravante”, diz. ● Vai, não vai... Clécio ainda não disse, mas tudo leva a crer: não será pelo Solidariedade que disputará reeleição, em outubro. E, íntimos, já admitem que, pela saraivada de ´cantadas´ da petezada, Randolfe de cupido, acaba no porto seguro do ´lulismo´, logo, logo. ● Fazer figa... E Paulo Nogueira, licenciado, renuncia mandato de deputado, pra facilitar a vida do interino Rodolfo Vale? É torcer para que Paulo, gente da prole de Nogueira, tenha tomado gosto pelo staff governamental - na agricultura, mais precisamente. ● Corre, corre... Se Capiberibe também entrar, como já se fala, serão 5 - mais Randolfe, Rayssa, Lucas e WGóes - os pré- candidatos ao Senado, em outubro. E, em assim sendo, vislumbrando-se também uma disputa acirradíssima na caça ao voto, a exemplo do que será pelo GEA. Fernando Pessoa Poeta português Inconveniente Voltar à Presidência? “Se for para o bem de todos e felicidade geral da Nação... E por que Não? Às ordens, PSDB! Michel Temer, ex-PR Fora Agora vice-presidente do Condel do Se- brael, Jurandil Juarez descarta: não leva mais nome à urnas, para bisar mandato de deputado federal, como especulam. ● No fim das quantas, aquele esqueleto construído na ilharga do Zerão, acabou sendo um bom negócio para o TCE, responsável pelo malfeito. Porque passou para o GEA por R$ 8 mi e, ainda, levou de ganho um terreno para fazer um outro (esqueleto) , se quiser. Malfeito Sanguenovo Suplente de estadual [mais de 4 mil votos] e presidente da CUFA/AP, Alzira Nogueira já é um nome rolando pela aí para disputar o Senado, em outubro. É do PSol, de Paulo Lemos. ● Não bastasse o Ibama, já vencido, agora é o MPF quem age como um “guerrilheiro avulso” na tentativa de detonar sonho do Petróleo no Amapá. Técnica Experientes no assunto dizem que não dá para precisar onde será montado terminal marítimo da Transpetro no Amapá – se em Macapá, Santana, Calçoene ou Oiapoque, ou mesmo até em outro local. Ponto será estudado e definido por equipe da em- presa que está chegando ao estado. ● Coringa Governador Clécio garante que com reestruturação que será feita, ex-Centro de Convenções, agora Centro de Difusão Cul- tural João Batista de Azevedo Picanço, poderá receber qualquer tipo de espetáculo cultural, embora com foco principal no teatro. ● Comando De ponta com Jaime, Jurandil Juarez tem dito que o setor saúde no estado não está em crise só por falta de dinheiro, “mas , principalmnte, por falta de gestão.” ● Exemplo Bacharel em Direito, Ronaldo Coelho, já ex-delegado, deu a volta olímpica levando no costado 35 anos de polícia civil - vivi- dos e bem vividos, registre-se. ● “ “ |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 02 E 03 DE NOVEMBRO DE 2025 3 FROM / LuizMelo omeço com uma confissão: tenho absoluto horror à violência, que choca as minhas mais profundas convicções. Isso, é claro, é um sentimento que me acompanhou toda a vida. Homem público, tive que reconhecer que o monopólio da força pelo Estado, de- rivado das fórmulas de Hobbes, é uma condição essencial para, justamente, conter a violência, pois homo hominis lupus est, o homem é o lobo do homem. Mas a ação do Estado começa com a preservação da vida e dos direitos fundamentais e, para isso, esta tem que ser a visão prioritária de quem age em seu nome. Não adianta ensinar bons modos, técnicas de defesa e ataque etc. se esse ponto essencial não fizer parte do treinamento diário. Sei que a violência existe desde sempre, mas é possível coibi-la. Quando assumi o governo doMaranhão, já lá vão 60 anos, encontrei presos amarrados por cor- rentes aos antigos troncos, como no tempo da escravidão. Mostrei essas correntes e garanti que nunca mais elas seriam usadas — e elas foram abolidas. Hoje mal tenho coragem de ver o noticiário. A ideia de que tantos mortos sejam considerados um resultado secundário de uma ação policial, por mais sucesso que tenham tido em seus objetivos iniciais, me deixa atônito. Admitamos, só para argumentar, que todos fossem bandidos. Mas cada um era uma pessoa, um ser humano com família, pais, mulher, filhos, amigos. Como pessoa, como brasileiro, tinha direito às mesmas garantias do artigo 5º da Constituição que tem cada um de nós. E, possivelmente, alguns deles não eram bandidos. O bandido tem direito a ser julgado e receber a pena proporcional a seu crime. E quem julgou esses bandidos, no calor da ação, resolveu cumprir ali mesmo a pena de morte: mas a pena de morte é vedada na Constituição brasileira. Assim são rasgadas todas as garantias que lhes assegura o Estado de Di- reito. O caminho para resolver isso tem sido apontado por ações como a que, há pouco tempo, atacou os braços financeiros de uma organização criminosa sem qualquer morte. Felizmente, também, parece se firmar a convicção de que, tendo o crime organizado se es- palhado pelo País, é preciso a coordenação da União para poder ser efetivo o resultado. Ações pontuais são incapazes de afetar a força dessas organizações. Ao mesmo tempo, é preciso criar punições fortes para todo grupo armado — tráfico ou milícia, não se distinguem — que afete a presença efetiva do Estado em qualquer área do Brasil, seja cidade ou floresta. Dizem que nossas estatísticas de crimes de morte violenta estão caindo. No ano passado tivemos mais de 44 mil mortes, uma queda de 5,4%; mas o número de desaparecidos — grande parte deles são presumi- velmente vítimas de morte violenta — subiu 4,9%, passaram de 81 mil. As mortes pela ação do Estado foram mais de 6 mil e constituem 14% das mortes violentas intencionais. Com justiça se considera hor- rorosa a morte de policiais, dignos de todos os elogios por bravura: eles foram 43 no ano passado. Há, nessas estatísticas, um terceiro problema: não se sabe quantas mortes violentas por esclarecer foram ou não conta- bilizadas, como é a norma nos últimos anos; antes dessa regra essas representavam um número da ordem de 20% daquelas. Vemos uma situação horripilante quando somamos os 44+81+8 mil casos: temos 133 mil vítimas. Os números do Anuário Brasileiro de Se- gurança Pública mostram outros pontos chocantes, como a gigantesca proporção de jovens e de pretos, que deveria soar todos os alarmes. Só para nos situarmos, na atual Guerra da Ucrânia morreram cerca de 30 mil civis, enquanto na Palestina devem ter morrido cerca de 70 mil. Mas saiamos desses números que, de tão grandes, nos fazem perder a visão humana. Há, em toda essa barbaridade, em toda essa atrocidade, uma outra tra- gédia: a dos familiares das vítimas. Os pais que choram, as mulheres que se desesperam, os filhos que estão desamparados são faces de dores irreparáveis, de vazios que nunca serão preenchidos. Cada um deles precisa de apoio do Estado, que não lhes garantiu o direito à vida. ■ Não à violência E-mail: j.sarney@uol.com.br Ex Presidente do Brasil JOSÉSARNEY C

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