Diário do Amapá - 04/11/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ TERÇA-FEIRA | 04 DE NOVEMBRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA T enho escrito no último ano que a China está abandonando o carvão e do petróleo e começa a fazer esforços para deixar de ser o país que mais emite dióxido de carbono (CO2). O que eu não previ é que este país faria nos demais países do planeta um processo de esver- deamento (green, eco-friendly), não um green-whashing (parecer mais sustentável). Há 35 anos, escrevo sobre os efeitos daninhos dos combustíveis fósseis e que os combustíveis sustentáveis são um negócio mais que bilionário, e que nossa classe política é dominada por uma estultice inacreditável, tem um comportamento de viciado, defende o carvão mineral como um bêbado defende o uísque e a pinga. Também o gás natural é deletério e tem que ser substituído pelo biogás. A era industrial foi extremamente útil para o progresso e a descoberta e uso dos combustíveis fósseis baratos como carvão, petróleo e gás sustentou o crescimento. E, também, a necessidade de mais energia fóssil. E 250 anos foram suficientes para desenterrar quase um bilhão de anos de seres vivos mortos e transformados em reserva de energia... E CO2. A geração de energia verde como a hidrelétrica tornou o Brasil um exemplo. E da eólica fez da Califórnia um caso de sucesso. Eu testemunhei, em 1992, durante os preparativos do lançamento do SCD-1, eu guiava todo dia de Lancaster para a Base de Edwards, e via as centenas de turbinas eólicas no Deserto de Mojave e também os canais de água. Enquanto Trump e Bolsonaro favoreciam o carvão mineral, a China desenvolvia seu grande negócio: desenvolver, fabricar e vender baterias, painéis solares e turbinas eólicas para o mundo todo. Resultado, os EUA deixaram de ser a van- guarda e o Brasil patinou e está perdendo a grande "janela de oportunidades" que representa a energia verde. Obrigado políticos estultos! É o que dizem os empresários e governantes chineses. O lado bom (bright side, como diriam os in- gleses) é que o domínio chinês nas indústrias de energia limpa está criando as condições para uma queda no uso de combustíveis fósseis, é o que constata o Relatório da Ember, que foi ela- borado por um grupo de pesquisa focado nas perspectivas das tecnologias de energia limpa. O relatório levantou muitos dados, como a escala da produção chinesa que desde 2010 fez os preços dessas tecnologias caírem entre 60% e 90%. No ano passado, mais de 90% dos projetos de energia solar e eólica no mundo geraram eletricidade mais barata do que a alternativa fóssil mais barata disponível. ENTENDERAM, senhores defensores do carvão mineral e petróleo? Neste ano, Trump eliminou quase todo o apoio federal às energias re- nováveis. E pressiona muitos países a comprarem combustíveis fósseis americanos como parte de acordos comerciais. Na contramão, os chineses apostam na queda nos custos da energia renovável, favorecendo espe- cialmente os países mais pobres. Isso fará dos investimentos em fósseis o maior desperdício da história. Ao contrário dos EUA, temos ainda todas as condições para parear a China na energia limpa de álcool, óleo e gás, pois temos a Embrapa, o IAC, muitos institutos da USP, Unicamp, Unesp, Marinha... ■ AChina esverdeia o planeta O relatório levantou muitos dados, como a escala da produção chinesa que desde 2010 fez os preços dessas tecnologias caírem entre 60% e 90%. No ano passado, mais de 90% dos projetos de energia solar e eólica no mundo geraram eletricidade mais barata do que a alternativa fóssil mais barata disponível. E-mail: mariosaturno@uol.com.br Tecnologista Sêniordo INPE MARIO EUGENIO E stou morando em Lisboa, este ano, mas venho novamente de visita ao sul da França, pois gosto demais da Côte D´Azur e da Provence, que fica encostadinha. Passamos por Nice, onde já ficamos algumas vezes – uma cidade grande e linda, à beira do Mediterrâneo - e estamos em Fayence, cida- dezinha da Provence, encantadora. Estamos no início do verão, então recém saímos da primavera, de maneira que está tudo muito verde e pejado de flores, muita cor por todo lado. Vejam que privilégio: escrevendo minha crônica na Provence, ao ar livre, ouvindo a cigarra, que é tempo dela, e os muitos passarinhos que (po)voam a região. Minha filha mora aqui, em Fayence, numa casa ampla e acolhedora, com todos os confortos de uma casa da cidade e o bônus de estar rodeada de árvores, numa região tranquila e pacata. Muitas vinhas – as uvas estão cacheando, o fruto ainda está pequeno, mas os pés estão carregados. As oliveiras também de floresceram recentemente, estão cheias de azeitonas, sem contar os pés de nozes, de amêndoas, de ameixas (aquela com a qual se faz a ameixa preta, eu esclareço, porque no Brasil chamamos a nêspera de ameixa, erroneamente), figos, cerejas, pêssegos, morangos, etc., etc. É verdade que o interior nos dá várias vantagens, como o ar puro, a boa comida, muita coisa produzida aqui mesmo, o bom vinho, a amizade dos vizinhos que nem são muito próximos, geograficamente, porque todos têm terrenos grandes, mas todos se conhecem e se dão bem. No segundo dia desta revisita à Fayence, saí com Romain para fazer compras. Fomos a uma quitanda, emMontauroux, tipo Direto do Campo, aí no Brasil, com muita variedade de frutas e verduras, legumes e queijos, tudo fresquinho. Emais: tudo comcertificado de origem, com o nome do produtor. Uma beleza. Dá vontade de levar tudo. Romain comprou muita coisa, inclusive uns cogumelos Porcini, fresquinhos e grandões, que ele fez grelhados e ficou uma delícia. Também fomos a um supermercado que tem um açougue fantástico: diversos cortes de carne de vaca, de vitelo, de borrego, de carneiro, frescas e de aparência excelente, organizadas em seus diversos cortes, inclusive alguns já temperados, prontos para ir ao fogo. E os embutidos e queijos da região também são ótimos, especialidade da região. O jantar foi um banquete. E depois passamos numa boulangerie, quer dizer, padaria. E os pães, ah, os pães e derivados, doces e salgados, recheados ou com cobertura e com essa farinha de grano duro daqui... Eu sou suspeito para falar porque sou movido a pão, mas dentre uma variedade imensa de pães deliciosos, há um que eu consegui gostar mais, que é um pão de gorgonzola. Mas gosto de todos. No dia seguinte fomos a Seillan e jantamos no restaurante La Gloire de mon Pére. Pedimos comida da região e conhecemos pratos fabulosos. O res- taurante fica num declive ao lado da rua, mas como agora é verão e há uma área belíssima do lado de fora, com árvores centenárias, uma fonte enorme no meio e uma outra fone coberta ao lado, também centenárias, as mesas ficam dispostas ao redor da fonte redonda e as lanternas por todo o espaço e as lâmpadas no alto tornam o ambiente meio mágico. Já havíamos estado ali, em outras visitas, mas como era inverno, o restaurante funcionava só dentro do prédio. É um lugar belíssimo. Ontem estivemos no Lac de Saint-Cassien, um lago enorme que abastece a região e também tem praias, além de ser um lugar onde se pode pescar e fazer aulas de mergulho. Isso tudo sem falar na vastidão de água, outro lugar belíssimo. ■ Verão na Provencee Fernanda aniversariou, no dia 24 de junho, e fizemos uma festa junina bem brasileira, com pé-de-moleque, paçoquita, bolo de milho, cachorro quente, brigadeiro, cajuzinho, beijinho, pipoca, tortas salgadas. LUIZ CARLOS Presidente do Grupo Literário A ILHA/SC Advogado

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