Diário do Amapá - 04/11/2025
A Petrobras aprovou um plano de demissão voluntária que pode contemplar até 1,1 mil funcionários do quadro da companhia. A medida foi avalizada pelo conselho de administração da estatal e divulgada nesta segunda-feira (3). A empresa prevê que as demissões devem acontecer ao longo de 2026. A companhia explicou que o Programa de Des- ligamento Voluntário (PDV) é direcionado a até 1,1 mil empregados que tenham se aposentado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) antes da promulgação da Emenda Constitucional 103/2019, em 12 de novembro de 2019. Mais conhecida como reforma da previdência, a emenda alterou o sistema de previdência social e estabeleceu regras de transição e disposições tran- sitórias. A companhia justifica que o PDV é uma ferra- menta de gestão pessoal que “oferece aos aposentados uma oportunidade de transição de carreira ao mesmo tempo que contribui para a renovação contínua e gradual dos quadros da companhia”. No comunicado a investidores no qual anunciou a aprovação do PDV, a companhia não informa o custo do programa. “O impacto financeiro será reconhecido nas de- monstrações contábeis à medida que as adesões forem efetivadas”, explicou a Petrobras, que tem 41,7 mil empregados. ■ APOSENTADOS Petrobras aprova plano de demissão voluntária para até 1,1 mil pessoas ● DESPESAS Governo Central tem déficit primário de R$ 14,5 bilhões em setembro O aumento das despesas em nível maior que as re- ceitas fez o déficit primário subir em setembro de 2025. No mês passado, o Governo Central – Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social – registrou resultado negativo de R$ 14,5 bilhões, contra déficit pri- mário de R$ 5,2 bilhões em setembro de 2024. Isso significa um aumento real de 166,6%, já considerando a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período, informou o Tesouro Nacional, em seu relatório divulgado nesta quinta-feira (30). “Comparado a setembro de 2024, o resultado primário observado decorreu da combinação de um aumento real de 0,6% (R$ 1,1 bilhão) da receita líquida [após transfe- rências a estados e municípios] e de um crescimento de 5,7% (R$ 10,2 bilhões) das despesas totais”. O resultado de setembro passado veio pior do que o esperado pelas instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Fazenda, os analistas de mercado esperavam resultado negativo de R$ 6 bilhões. Já no acumulado do ano, o Governo Central registra déficit primário de R$ 100,4 bilhões, valor 9,1% menor que o obtido no mesmo período do ano passado, já con- siderando a inflação, que teve registro de R$ 103,6 bilhões. O resultado deste ano conjugou um superávit de R$ 185,9 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central e um déficit de R$ 286,3 bilhões na Previdência Social. O resultado primário representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano e o novo arcabouço fiscal estabelecem meta de déficit primário zero, commargem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para cima ou para baixo, para o Governo Central. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 TERÇA-FEIRA | 04 DE NOVEMBRO DE 2025 A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerado a inflação oficial do país - passou de 4,56% para 4,55% este ano. A estimativa foi publicada no boletim Focus desta segunda-feira (3), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Cen- tral (BC), em Brasília, com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Para 2026, a projeção da inflação per- maneceu em 4,2%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,8% e 3,5%, respectiva- mente. A estimativa para este ano ainda está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida peloConselhoMonetárioNacional (CMN), ameta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Depois de queda em agosto, em se- tembro a inflação oficial subiu 0,48%, com influência da alta da conta de luz. Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 5,17%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Juros básicos Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instru- mento a taxa básica de juros - a Selic - de- finida em 15% ao ano pelo Comitê de Po- lítica Monetária (Copom) do BC. As in- certezas do cenário econômico externo e indicadores que mostram a moderação no crescimento interno estão entre os fa- tores que levaram à manutenção da Selic, na última reunião, em setembro. A intenção do colegiado é, de acordo com a ata divulgada, manter a taxa de juros atual “por período bastante prolon- gado” para garantir que a meta da inflação seja alcançada. Nesta semana, nos dias 4 e 5, o Copom se reúne novamente para avaliar o nível da Selic. A estimativa dos analistas é que a taxa básica encerre 2025 nesses 15% ao ano. Para o fim de 2026, a expectativa é que a Selic caia para 12,25% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a de- manda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encare- cem o crédito e estimulam a poupança. Mas, alémda Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas admi- nistrativas. Assim, taxasmais altas tambémpodem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. PIB e câmbio Nesta edição do boletim Focus, a es- timativa das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano permaneceu em 2,16%. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) ficou em1,78%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente. Puxada pelas expansões dos serviços e da indústria, no segundo trimestre deste ano a economia brasileira cresceu 0,4%. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo amaior expansão desde 2021, quando o PIB al- cançou 4,8%. ■ MERCADO FINANCEIRO REDUZ PREVISÃO DA INFLAÇÃO PARA 4,55% NO BRASIL IPCA V Foto/ Lúcio Távora, Ag. Xinhua
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