Diário do Amapá - 05/11/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUARTA-FEIRA | 05 DE NOVEMBRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA O maior evento da humanidade, a COP-30, que definirá nosso futuro, acontecerá em Belém, Brasil, de 10 a 21 de novembro. Estamos no ponto sem volta, os eventos previstos para depois de 2030 já estão acontecendo desde o ano retrasado. Ou os países passam a agir de verdade, ou o futuro estará perdido. E até países reticentes como a China já propuseram medidas de descarbonização da economia agora no final de setembro. A China se comprometeu a reduzir de 7 a 10% das emissões até 2035, mas precisa de pelo menos 30%, já é um começo. O Brasil, com 3% das emissões, propõe reduzir de 59% a 67%. O Japão propôs corte de 60%. Os Estados Unidos, responsável por 11% das emissões globais, apresentaram uma meta de 61% a 66% de redução até 2035, embora Trump seja negacionista; talvez, seria melhor convidar os estados dos EUA para participarem e se comprome- terem. A União Europeia, com 6% das emissões, prometeu entregar antes da COP30 uma meta de redução entre 66% e 72% até 2030. A Índia, terceiro maior emissor com 8%, a Rússia, com 4%, Indonésia, Irã e Coreia do Sul ainda não se manifestaram. Já propus reduzir os orçamentos da Defesa para financiar o esforço que é investir em novos negócios e muitos já são rentáveis. Há esperança! Enquanto as negociações globais continuam, no Brasil, as insti- tuições, como o INPE, tambémestão tomando ações. O INPE sediará o primeiro evento no Brasil de- dicado à Missão Biomass, da Agência Espacial Europeia (ESA) que ocorrerá na Coordenação Espacial da Amazônia do Instituto do INPE Amazônia, de 30 de setembro a 2 de outubro. Trata-se de um evento pré-COP30 que visa trazer para a Amazônia eventos de relevância para a floresta tropical e análises sobre biomassa e estoques de carbono, importante para análises das mudanças climáticas. Os Ministérios do Meio Ambiente (MMA), das Cidades, da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Comitê Interministerial sobreMudança do Clima (CIM) organizaram o 2º Encontro Nacional do Pro- grama Cidades Verdes Resilientes no início de Se- tembro. No evento fez-se o lançamento da consulta pública do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU) e a divulgação dos resultados do edital Periferias Verdes Resilientes, um compromisso do governo federal com uma agenda climática, que integra o planejamento nacional às realidades locais. A participação dos pesquisadores do INPE reforça o papel do Instituto como provedor essencial de ciência de qualidade para a política ambiental brasileira, posicionando-o como um ator central na construção da governança climática necessária para o cumprimento das metas nacionais e para o prota- gonismo do país na COP30. Para o cumprimento das metas brasileiras citadas acima, é preciso controlar as queimadas e incêndios florestais. Em junho, o INPE e o IBAMA reuniram- se em Santa Maria (RS) para aprimorar as metodologias e as estratégias para fortalecer a vigilância do Pampa, que é marcado por sua vasta cobertura de campos nativos e formações campestres. O Ibama ainda valida os alertas orbitais do INPE. ■ O INPE na COP-30 A participação dos pesquisadores do INPE reforça o papel do Instituto como provedor essencial de ciência de qualidade para a política ambiental brasileira, posicionando-o como um ator central na construção da governança climática necessária para o cumprimento das metas nacionais e para o protagonismo do país na COP30. E-mail: mariosaturno@uol.com.br Tecnologista Sêniordo INPE MARIO EUGENIO A CAIXA começou a operar com novas regras para a antecipação do Sa- que-Aniversário do FGTS. A Resolução nº 1.130/2025, publicada em 20 de outubro, tenta colocar ordem na casa depois de um banquete de operações bilionárias que, entre 2020 e 2025, já movimentou cerca de R$ 250 bilhões. Um valor que daria para reconstruir o país umas duas vezes ou, ao menos, tapar parte dos buracos que o próprio sistema cavou. As novas regras chegam com cara de “organização”, mas o cheiro é de “controle”. O trabalhador, que acreditava ter conquistado o direito de sacar uma parte do que é dele, agora precisa esperar 90 dias após aderir ao Saque- Aniversário para pedir um empréstimo. Ou seja, o cidadão continua sendo o dono do dinheiro, mas precisa pedir bênção e aguardar um trimestre para usá-lo. E não para por aí. O governo resolveu limitar o número de antecipações em cinco parcelas até outubro de 2026, depois disso, apenas três. Tudo em nome da “sustentabilidade do fundo”—uma expressão elegante para dizer que, se deixar na mão do traba- lhador, o dinheiro some rápido demais para o gosto do sistema financeiro. Os valores também foramengessados e omínimo será de R$100 e o máximo de R$500 por ano. Isso transforma o que poderia ser um alívio financeiro em um troco, um refresco que mal paga a conta de luz. Hoje, 40 milhões de trabalhadores participam do Saque-Aniversário. Destes, 28milhões já anteciparam o que podiam. É o retrato de um país que precisa pedir empréstimo sobre o próprio dinheiro para so- breviver. Uma ironia digna de Kafka, mas com taxa de juros. Segundo a CAIXA, as mudanças não alteram a “sistemática do Saque-Aniversário”, apenas as regras de antecipação. É verdade. O que muda não é o direito, é o acesso. E, no Brasil, o acesso quase sempre é o problema. O discurso oficial fala em “proteção ao trabalhador” e “prevenção de endi- vidamento”. Mas o que realmente se vê é uma política paternalista: o Estado e os bancos continuam decidindo quanto, quando e como o trabalhador pode mexer no próprio dinheiro. OFGTS nasceu para ser uma poupança forçada, uma reserva de emergência. Mas virou um instrumento de crédito, um fundo de custeio, uma fonte de lucro para bancos e governos. Agora, com regras mais rígidas, a corda aperta ainda mais no pescoço de quem já vive contando os centavos. Sim, é preciso haver regras. Mas regras claras, justas e, sobretudo, equilibradas. O que não dá é para continuar tratando o trabalhador como um menor de idade econômico, incapaz de decidir o que fazer com o que é dele por direito. No fim, o Saque-Aniversário continua sendo o mesmo bolo de sempre, o trabalhador assopra as velas, mas quem leva as fatias é o sistema. ■ Mudanças no FGTS continua sendo do sistema O FGTS nasceu para ser uma poupança forçada, uma reserva de emergência. Mas virou um instrumento de crédito, um fundo de custeio, uma fonte de lucro para bancos e governos. Agora, com regras mais rígidas, a corda aperta ainda mais no pescoço de quem já vive contando os centavos. GREGÓRIOJOSÉ E-mail: gregogiojsimao@yahoo.com.br Radialista e estudante de Filosofia

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