Diário do Amapá - 15 a 17/11/2025
POLÍTICA |POLÍTICA | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO A SEGUNDA-FEIRA | 15 A 17 DE NOVEMBRO DE 2025 FALECOMAREDAÇÃO E-mail: diario-ap@uol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa 9 Ssss A doença provoca deformações na planta, brotações anormais, redução do tamanho das raízes e consequente queda na produtividade, tornando muitas lavouras economicamente inviáveis A Assembleia Legislativa do Estado do Amapá (Alap) promoveu, nes- ta quinta-feira (13), uma au- diência pública para debater os impactos da vassoura-de- bruxa no cultivo da mandio- ca, doença que ameaça a prin- cipal base alimentar e eco- nômica de milhares de famí- lias amapaenses. O encontro foi proposto pelos deputados estaduais Jesus Pontes (PDT) e Júnior Favacho (MDB) e reuniu representantes de ór- gãos de pesquisa, técnicos do setor agrícola, agricultores e autoridades públicas. A vassoura-de-bruxa da mandioca, causada pelo fun- go Ceratobasidium theobro- mae, foi identificada pela pri- meira vez no Brasil em 2023, no município de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa. Posteriormente, a praga foi detectada também em Calçoene, Amapá, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio, avançando rapida- mente e preocupando pro- dutores rurais e pesquisado- res. A doença provoca defor- mações na planta, brotações anormais, redução do tama- nho das raízes e consequente queda na produtividade, tor- nando muitas lavouras eco- nomicamente inviáveis. Seu avanço compromete não ape- nas a economia agrícola, mas também a segurança alimen- tar e a sustentabilidade da agricultura familiar. O deputado Jesus Pontes, um dos proponentes da au- diência, destacou que a vas- soura-de-bruxa é uma praga quarentenária, ou seja, de alto risco fitossanitário, e alertou para a urgência do tema. “A vassoura-de-bruxa é uma praga que veio da Ásia, entrou no Brasil pelo Suri- name e pela Guiana e hoje já atinge praticamente todos os municípios do Amapá. Esta- mos muito preocupados, por- que a mandioca é o principal alimento da nossa população e base da renda de muitas famílias. A Assembleia está cumprindo seu papel de dar voz aos produtores e buscar soluções conjuntas para o en- frentamento dessa crise”, afir- mou. Já o deputado Júnior Fa- vacho ressaltou o papel do poder público na integração entre pesquisa e campo. “Es- tamos buscando conectar o produtor, a Embrapa e o IEPA para achar uma solução de- finitiva. O Amapá é um es- tado de solo fértil, mas hoje já não consegue produzir a própria farinha que consome. Destinamos R$ 500 mil em emenda parlamentar para o IEPA, para apoiar as pesqui- sas e fortalecer o enfrenta- mento dessa praga que vem devastando a produção local”, declarou o parlamentar. ■ A procuradora de justiça do Ama- pá e membro do Conselho Na- cional dos Ministérios Públicos (CNMP), Ivana Cei, revelou na tarde desta sexta-feira, 14, em Macapá, que o Congresso Nacional tem 120 inicia- tivas para acabar com o Código Florestal Brasileiro. A revelação foi feita em entrevista no Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), onde aconteceu o Seminário Interna- cional ‘A Proteção Jurídica das Florestas’ como programação referente à 30ª Conferência do Clima, a COP30. O governo do Amapá foi represen- tado no evento pelo procurador-geral do estado, iago Albuquerque. Omi- nistro presidente do STJ, Herman Ben- jamin, foi o principal palestrante do acontecimento. Ele falou sobre ‘Pano- rama dan Jurisprudência do STJ em Matéria Florestal’. Na entrevista, a conselheira do CNMP lembrou que na COP29, no Azerbaidjão, o Brasil se comprometeu reduzir em até 67% da camada de ozô- nio. Em seguida, perguntou: “Como fazer isso sem as florestas em pé? Em seguida, Ivana Cei explicou que as florestas são como um grande ar- condicionado que resfria o planeta, e que quando elas são destruídas a defesa do clima é reduzida, com isso vindo os desastres ambientais. Por fim, a conselheira revelou a existência de 120 iniciativas no Con- gresso Nacional para acabar com o Código Florestal, o qual ela considera a defesa da floresta. “Isso é uma coisa que precisamos enfrentar, porque emmeio a uma COP, a desastres ambientais até com ciclones, coisa que não tinha, nós pensamos em destruir a floresta”, criticou a procura- dora de justiça amapaense. Também em entrevista antes do evento no qual foi palestrante, o mi- nistro Herman Benjamin fez uma de- claração de amor ao Amapá, dizendo que é um estado exemplo para o Brasil e que se desenvolve rapidamente com lideranças políticas muito fortes no cenário nacional. Herman também fez referência aos discursos amapaenses de compatibili- zação do desenvolvimento econômico, geração de emprego e proteção da na- tureza e das populações vulneráveis, entre as quais os povos indígenas. ■ PROTEÇÃO JURÍDICA Tjap sedia seminário internacional sobre florestas ALAP DEBATE IMPACTO DA VASSOURA-DE-BRUXA NA PRODUÇÃO DE MANDIOCA NO AMAPÁ ALTO RISCO FITOSSANITÁRIO
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