Diário do Amapá - 20 e 21/11/2025
Milícia do MST O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) quer a convocação do chanceler Mauro Vieira à Câmara para explicar declarações de sem-terra do MST sobre envio de militantes brasileiros para reforçar milícias da Venezuela. Acredite, leitor. O MST já tem representação e terras na Venezuela, desde o final do ano passado. Corre o risco de ser classificado facção criminosa, por lá e aqui. Revolta das ‘máquinas’? Um brasiliense testou ontem o self-despacho da sua mala de PVC no Aeroporto de Brasília, no voo da GOL 1435 para o Aeroporto de Congonhas (SP). A recebeu rachada e quase aberta na entrega da esteira. Nunca passou por isso em 10 anos de uso da mala, sempre intacta em viagens mensais. Revolta das “máquinas”? Claro que não. É importante a gestão dos dois aeroportos verificarem a insatisfação dos carregadores. Bateu e fugiu Clima tenso num gabinete da Câmara dos Deputados. Um parlamentar conhecido da bancada federal de Minas agrediu a esposa, no domingo, e saiu de casa. Funcionários cuidaram da senhora e espalharam o caso, atrás de justiça. Quatro colaboradores da casa foram demitidas e já vão acionar a Justiça do Trabalho. Até o fechamento da Coluna, não houve registro de B.O. na delegacia da Mulher. Investidore$ O compliance das multinacionais no Brasil e os administradores de fundos hedge e de private equity contribuíram para a decisão do deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP), relator da PEC da Segurança, de retirar o termo “terrorismo” para classificar as facções criminosas do Brasil. A palavra mudaria muita, muita coisa no cotidiano dos investidores. Como, por exemplo, bloquear qualquer investimento no País. Na fila? O BRB pode ser privatizado a exemplo do Banespa, Banerj, Bemge e outros antigos bancos estatais famosos que quebraram. Não é o caso do de Brasília, por ora. Mas, segundo analistas ouvidos pela Coluna, os tubarões da Febraban estão de olho nos ativos do maior banco estadual ativo do País. Efeito político Ibaneis Rocha (MDB) está na berlinda eleitoral. Aliados não estão confiantes mais no potencial de voto do outrora outsider que se tornou governador do DF. Duas operações em uma semana atingiram em cheio o Palácio do Buriti – da Polícia Civil, na Saúde, que o fez demitir seu braço-direito no Gabinete; e da Polícia Federal, no Banco de Brasília (BRB). O governador sai candidato ao Senado em 2026 para tentar uma das duas vagas à Casa Alta. Mas a oposição já prepara material contra ele. Além das crises na gestão, aparecem duas pré-candidatas ao Senado que podem comprometer seu plano: a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro e a deputada Bia Kicis, ambas do PL. Representam o voto feminino forte no DF e da centro-direita que o governador precisa. Antes disso, uma pergunta no ar: como vai explicar repasses de R$ 16 bilhões do BRB, sob seu comando e aval, em papéis fake do Banco Master, conforme inquérito da PF? O rascunho da carta final da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) reúne uma série de recomendações para acelerar a ação climática global e tentar limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C. O texto reforça que a meta estabelecida no Acordo de Paris, em 2015, permanece “viva”, mas exige esforços definidos por calendários e mecanismos de im- plementação, sobretudo no que diz respeito ao fim dos combustíveis fósseis. Governos, sociedade civil, povos originários e especia- listas apontam que, para romper ciclos de desigualdade e destruição ambiental, é preciso combinar ciência, justiça climática, financiamento adequado e participação efetiva de quem vive nos territórios mais afetados. O documento destaca que a COP30 deve entregar um acordo que coloque o mundo “no rumo de emissões líquidas zero” até meados do século, alinhado ao horizonte científico do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). Para isso, defende que países avancem com trajetórias claras de redução na produção e uso de combustíveis fósseis, incluindo metas para eliminação progressiva do carvão e diminuição subs- tancial do petróleo e gás. A proposta inclui mecanismos de cooperação internacional para garantir uma transição justa em regiões dependentes desses setores. O texto reforça que limitar o aquecimento a 1,5°C de- pende de novo pacto global baseado em equidade. Em es- pecial, destaca que países historicamente responsáveis pelas emissões precisam aumentar suas metas e prover re- cursos financeiros acessíveis e adequados. Acompanhe a cobertura completa da EBC na COP30 A ampliação do financiamento climático é tratada como prioridade, incluindo mecanismos para adaptação, mitigação, perdas e danos, e apoio a iniciativas locais lide- radas por povos indígenas e comunidades tradicionais. O rascunho indica que "sem financiamento previsível e sufi- ciente, não há como tornar viável a transição que o planeta exige". ■ JUSTIÇA AMBIENTAL COP30: rascunho de carta final tem propostas para limitar aquecimento O número de trabalhadores sindi- calizados no Brasil interrompeu uma trajetória de mais de dez anos de queda e ganhou 812 mil pessoas em 2024. Dessa forma, o percentual de sindicalizados chega a 8,9% dos 101,3mi- lhões de trabalhadores ocupados. Com o acréscimo, o país registrou 9,1 milhão de pessoas associadas a sindi- catos de trabalhadores em 2024, avanço de 9,8% em relação a 2023, quando eram 8,3 milhões. Mas o contingente ainda está bemabaixo dos 14,4milhões de 2012 – recuo de 36,8% em 12 anos. A constatação está emedição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Bra- sileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa traz dados anuais desde 2012, com exceção de 2020 e 2021, por causa da pandemia de covid-19, que in- viabilizou a coleta de dados. Em 2012, os sindicalizados representavam 16,1% dos ocupados. Trajetória da proporção de sindicali- zados: 2012: 16,1% 2013: 16,0% 2014: 15,7% 2015: 15,7% 2016: 14,8% 2017: 14,2% 2018: 12,4% 2019: 11,0% 2022: 9,2% 2023: 8,4% 2024: 8,9% Efeito reforma trabalhista Ao comentar a trajetória de queda até 2023, o analista da pesquisa, William Kratochwill, nota a relação entre o ano de 2017, quando começou a ficar mais acentuada a queda no número de sindi- calizados e a reforma trabalhista, aprovada naquele ano. “Os dados mostram uma correlação forte entre a implantação da lei e a queda do percentual de pessoas sindicalizadas”, aponta. Uma das mudanças provocadas pela reforma foi o fimda contribuição sindical obrigatória. Sobre o aumento de 2023 para 2024, Kratochwill acredita emuma recuperação da percepção dos trabalhadores sobre o papel dos sindicatos. “O número de sindicalizados chegou a umvalormuito baixo e, talvez, as pessoas estejamcomeçando a verificar novamente a necessidade de se organizar, lutar pelos direitos dos trabalhadores, e isso se dá muito por meio do sindicato”, afirma. Mais velhos Ao detalhar o saldo positivo de 812 mil sindicalizados entre filiações e desfi- liações de 2024, o IBGE percebe que, de cada dez trabalhadores que se sindicali- zaram, oito estavam na faixa etária a partir de 30 anos. ■ OCUPAÇÕES NÚMERO DE SINDICALIZADOS NO BRASIL PARA DE CAIR E CHEGA A 9,1 MILHÕES V Foto/ Antônio Cruz/Agência Brasil ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA E SEXTA-FEIRAS | 20 E 21 DE NOVEMBRO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO
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