Diário do Amapá - 23 e 24/11/2025
➔ E-mail: luizmello.da@uol.com.br ➔ Instagram: @luizmelodiario© 2018 ➔ twitter: @luizmelodiario As pessoas perguntam qual é a diferença entre um líder e um chefe. O líder trabalha a descoberto, o chefe trabalha encapotado. O líder lidera, o chefe guia. RÁPIDAS ● Vou não vou... Não tem faltado paparicos para que Ronaldo Coelho, delegado aposentado, pendure o pijama e mergulhe numa candidatura a estadual, em outubro. Ainda meio assim, mas admitindo que possibilidade já passa, sim, pela cabeça dele. ● Dando certo... Faça-se justiça: dobradinha Josiel e Alcilene, com trabalho, sabedoria e, principalmente, foco de longo alcance, tem coroado uma administração inteligente e determinada, como poucas, em se falando de Sebrae/AP. E, merecidamente, já exibindo ficha técnica de qualidade e respeito. ● Gol de letra... Clécio contabiliza muitos pontos a favor de sua contabilidade política se, ao cabo desse acordo de voo com a Gol, por conta da gasolina mais barata, reduzir o preço da passagem aérea - no trecho mcp/Bel/mcp, principalmente. Franklin Roosevelt Ex-presidente dos EUA ● Empé de guerra... No Senado, hoje, “um diz mata, o outro diz esfola” - PR Lula como alvo -, por conta de Messias, e não Pacheco, no STF. Porque ele não era o preferido só de Alcolumbre, mas também da maioria dos colegas senadores, onde dito cujo é muito querido. Era meia-noite e meia quando o alarme da PF fez barulho. Era Bolsonaro tentando romper tornozeleira. Se pra fugir ou não, mas o suficiente para uma nova ordem de prisão. Sem fogo... Das 2 CPIs (MacapaPrev e Saúde), para levar Furlan à corda, que já percorreram gabinetes na CMM, nenhuma vingou. O que não significa que base aliada do Setentrião já esteja sem bala na agulha, corrigemmenos afoitos. ● Pra ficar a cara do MASP, em SP, só faltou aquele vão livre ponta a ponta, o que não desvaloriza em nada a beleza do projeto feito para abrigar o CEO, na Zona Sul - que, com pouco mais de R$ 17 mi, GEA (tesouro) e Randolfe (emenda) bancam obra juntos. Saúde bucal Nempensar... Dono da Domestilar, Jaime Nunes, depois do experimento malsucedido ao GEA, tem jurado aos pés da Santa Cruz não querer mais saber de política partidária. “Nem que a vaca tussa”, ele dizendo. ● Se vai dar pódio ou não, outros quinhentos. Mas, impulsionado por aliados de peso, nome de Alliny Serrão (Alap) tem ganhado tração nas rodas de conversas políticas sobre, ao invés de estadual, dessa vez uma possível candidatura ao Senado, em outubro. Perguntada, o silêncio como resposta. Preferência Pelas últimas pesquisas, Rayssa, Randolfe e Lucas são os três mais bem posicionados na disputa pelo Senado. Mas com muita água pra ser movida por moinhos eleitorais, estado adentro, outras peças certamente ainda podem ocupar esse tabuleiro dos mais cotados. ● Quadro clínico... Pouco se sabe sobre a saúde do vereador Claudiomar Rosa, desde o AVC em março, no Espírito Santo. Pela informação mais recente, em abril, ele estaria em casa e com melhoras, inclusive. Tomara! ● De voto em voto... Nunca uma segunda opção de voto foi tão cobi- çada como hoje em dia, já no corre-corre para o Senado. Porque, fechando a conta, esse voto acaba elegendo, inclusive mais votado, aquele nem tão bem posicionado na prateleira. ● Esquentou... Lula empurrou Messias goela abaixo de Alco- lumbre, que não gostou -- porque queria Pa- checo no STF --, e por conta, já reagiu: “logo, logo ele [Lula] vai conhecer um novo Davi”. ● “ “ |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 23 E 24 DE NOVEMBRO DE 2025 3 FROM / LuizMelo uando Presidente da República, visitei Cabo Verde, então governado pelo meu saudoso amigo Aristides Pereira. Foi uma admiração baseada na sua história de lutador pela independência de Cabo Verde e por seu trabalho à frente daquele país. Foi uma recepção inesquecível. Na ilha da cidade de Praia, sede do governo, desembarcamos e fomos recebidos por uma multidão com galhos de árvores, tambores e uma grande alegria. Estava acompanhado por Jorge Amado. Quando vi a alegria naquelas manifestações mu- sicais, virei para Jorge e disse: “Você está vendo o que estou vendo?” E em seguida acrescentei: “Estou vendo na beleza dessa multidão em sua manifestação que a alegria do Brasil e do povo brasileiro veio da África. Você pode ver esta multidão aqui em Cabo Verde como eu posso ver no Maranhão, e você, na Bahia.” O sangue africano, fundamentalmente, contribuiu para a formação do caráter e da identidade do povo brasileiro, de tal modo que podemos afirmar sermos um país mestiço. Praticamente nenhum brasileiro pode negar que essa marca esteja presente em seu DNA. Pois bem. É uma vergonha que a escravidão no Brasil tenha se prolongado até o fim do século XIX. Mas a libertação dos escravos foi um dos maiores movimentos brasileiros na construção de uma cons- ciência nacional contra o sistema de terror que a es- cravidão representava. O terceiro maior quilombo do Brasil foi comandado pelo Negro Cosme, líder do Quilombo da Lagoa Amarela, no Maranhão. A primeira coisa que fez no Estado foi fundar uma escola de leitura e escrita. Ali se reuniam quase três mil negros. Foi mártir, enforcado em Itapecuru-mirim, no Maranhão. Não me canso de dizer que, ao lado de Zumbi, a luta da raça negra deve invocar essa figura notável, heroica, brava e altamente revolucionadora, que nos deu o exemplo de querer para o seu povo a ascensão através da educação. No Brasil não podemos falar da Abolição sem in- vocar a figura de Joaquim Nabuco, que dedicou sua vida, sua obra e seu talento a essa causa, ajudado pelo maranhense Joaquim Serra, a quem o próprio Nabuco reconhecia que, sem ele, jornalista e lutador, a cam- panha da Abolição não teria sido o que foi. Foi seu assessor e companheiro. Infelizmente, Joaquim Serra morreu antes que a Abolição fosse proclamada. A comemoração do Centenário da Abolição ocorreu durante a minha presidência. Não quis fazer festa, mas marcar a data com a minha convicção de que a nossa luta contra a discriminação racial dos negros tinha tido até então apenas manifestações políticas, nas quais não se via nenhuma providência concreta para a sua ascensão social, única fórmula para a sua participação nas decisões nacionais e a extinção da discriminação. Criei a Fundação Palmares, que até hoje é o grande instrumento a promover esse destino. Por outro lado, como Senador, sem que nunca se tivesse falado sobre isso no Brasil, apresentei no Congresso Nacional o primeiro projeto abrangente sobre cotas raciais e ações afirmativas, dando a oportunidade de os negros terem uma cota de participação não somente no ensino médio e no universitário, mas também em vários setores da sociedade, de modo a que eles as- cendessem a camadas mais altas em nosso país. E assim vejo na televisão, nas novelas, em telejornais e em diversos programas a participação do talento negro com seus valores, sua alegria, sua cultura e sua musicalidade, que eles trazem no sangue. As cotas raciais e a Fundação Cultural Palmares têm ajudado na ascensão social, política e econômica dos negros no Brasil... ■ A alegria do Brasil veio da África E-mail: j.sarney@uol.com.br Ex Presidente do Brasil JOSÉSARNEY Q Bemna fita
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