Diário do Amapá - 25/11/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 TERÇA-FEIRA | 25 DE NOVEMBRO DE 2025 A equipe econômica reduziu de R$ 12,1 bilhões para R$ 7,7 bilhões o volume de recursos congelados no Orçamento de 2025. Os dados constam do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 5º bimestre, divulgado nesta sexta-feira (21) pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. Do total, R$ 4,4 bilhões estão bloqueados e R$ 3,3 bilhões foram con- tingenciados. A queda no bloqueio decorre, princi- palmente, do cancelamento de R$ 3,8 bi- lhões em despesas discricionárias (não ob- rigatórias) para cobrir gastos obrigatórios. Já o contingenciamento passou de zero para R$ 3,3 bilhões por causa da piora na projeção para o resultado fiscal deste ano. O detalhamento dos valores por mi- nistério será apresentado no Decreto de Programação Orçamentária e Financeira, previsto para 30 de novembro. Bloqueio e contingenciamento O bloqueio é adotado quando os gastos previstos superam o limite imposto pelo arcabouço fiscal. Já o contingenciamento é aplicado quando há frustração de receitas e risco de descumprimento da meta fiscal. A meta de 2025 é déficit zero, com to- lerância para um resultado negativo de até R$ 31 bilhões. Segundo oMinistério do Planejamento, a redução do bloqueio também reflete queda de R$ 4 bilhões na estimativa de despesas obrigatórias, influenciada por re- cuos em benef ícios previdenciários e sub- sídios. O contingenciamento tornou-se ne- cessário porque o déficit primário projetado (R$ 34,3 bilhões) superou o limite permitido pela meta (R$ 31 bilhões). O aumento de- corre, principalmente, do déficit das estatais e da revisão para baixo da receita líquida. O déficit primário representa a dife- rença entre as despesas e as receitas, des- considerando os juros da dívida pública. Ao considerar que, desde setembro, o governo havia cancelado R$ 3,8 bilhões em despesas discricionárias para cobrir o crescimento de gastos obrigatórios, o vo- lume total de recursos congelados (blo- queados e contingenciados) caiu de R$ 8,3 bilhões para R$ 7,7 bilhões, alívio de R$ 644 milhões. O relatório diminuiu em R$ 501 mi- lhões a contenção no Poder Executivo, de R$ 5,514 bilhões para R$ 5,013 bilhões. O total a parcela de emendas parlamentares congeladas passou de R$ 2,794 bilhões para R$ 2,645 bilhões, liberação de R$ 149 milhões. Projeções de receitas e despesas O relatório atualizou as estimativas para receitas e gastos ao longo de 2025. Receitas primárias da União Projeção anterior: R$ 2,924 trilhões Projeção atual: R$ 2,922 trilhões Despesas primárias totais Projeção anterior: R$ 2,417 trilhões Projeção atual: R$ 2,418 trilhões Gastos obrigatórios Projeção anterior: R$ 2,207 trilhões Projeção atual: R$ 2,204 trilhões Despesas discricionárias (não obri- gatórias) Projeção anterior: R$ 219,056 bilhões Projeção atual: R$ 215,425 bilhões Projeções específicas de despesas Benef ícios previdenciários: de R$ 1,029 trilhão para R$ 1,028 trilhão (-R$ 263,7 milhões) Pessoal e encargos sociais: de R$ 408,976 bilhões para R$ 408,592 bilhões (-R$ 384 milhões) Precatórios e sentenças judiciais: de R$ 42,824 bilhões para R$ 43,356 bilhões (+R$ 532,4 milhões) Subvenções econômicas: de R$ 24,769 bilhões para R$ 21,677 bilhões (-R$ 3,092 bilhões) ■ GOVERNO REDUZ PARA R$ 7,7 BI CONGELAMENTO DE DESPESAS NO ORÇAMENTO RECURSOS CONGELADOS V Foto/ Antônio Cruz/ Agência Brasil/Arquivo A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar as tarifas de 40% sobre diversos produtos brasileiros foi amplamente celebrada por entidades e associações ligadas à indústria e agricultura. A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) publicou nota em que “avalia como muito positiva" a revogação da tarifa extra de 40% para uma lista de itens majoritariamente agrícolas, como café, carne bovina, banana, tomate, açaí, castanha de caju e chá. A isenção tem efeito retroativo a 13 de novembro e permitirá o reembolso de produtos já exportados. Para o órgão, a medida é um avanço importante para a normalização do comércio bilateral “com efeitos imediatos para a competitividade das empresas brasileiras envolvidas e sinaliza um resultado concreto do diálogo em alto nível entre os dois países”. No entanto, para a Amcham, é preciso intensificar o diálogo entre Brasil e EUA para eliminar as sobretaxas de produtos que continuam sendo impactados. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se manifestou. “A decisão do governo americano de remover a tarifa de 40% a 249 produtos agrícolas brasileiros é avanço concreto na renovação da agenda bilateral e condiz com papel do Brasil como grande parceiro comercial dos Estados Unidos”, declarou Ricardo Alban, presidente da entidade, em comunicado. Alban disse ainda que “vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano”. ■ TARIFAÇO Entidades da indústria e do agro celebram fim da taxa de 40% dos EUA ● OPERAÇÃO BRB diz que recuperou R$ 10 bilhões das carteiras com Master Após a repercussão das investigações ligadas às supostas fraudes envolvendo o Banco Master, o Banco de Brasília (BRB) afirmou, em nota, nesta sexta- feira (21), que a instituição permanece com solidez. Nas investigações da Polícia Federal, o BRB aparece com um das principais instituições que teriam comprado créditos falsos do Master. “As carteiras atuais seguem padrão adequado, e o Banco permanece sólido e colaborando com as autori- dades”, garantiu a instituição. Em relação aos negócios com o Banco Master, o BRB ponderou que todo o processo de substituição de carteiras e adição de garantias, que é previsto em contrato, foi reportado e acompanhado pelo Banco Central. A fraude O BRB adquiriu, segundo as investigações, um total de R$ 12,7 bilhões em carteiras de crédito inexistentes do Master. A Operação Compliance Zero, deflagrada nesta semana pela Polícia Federal (PF), apontou que a fraude consistia em simular empréstimos em meio a ne- gociações de carteiras de crédito com outros bancos. Entre eles, o BRB. Na nota, o banco afirmou que dos R$ 12,76 bilhões negociados, mais de R$ 10 bilhões já foram "liquidados ou substituídos". "E o restante não constitui exposição direta ao Banco Master". O Banco de Brasília acrescentou que atua como credor nessa liquidação extrajudicial e que passou a reforçar controles internos. Para reafirmar a ideia de solidez, o BRB divulgou que conta com mais de R$ 80 bilhões em ativos, mais de R$ 60 bilhões em carteira de crédito e registrou lucro lí- quido de R$ 518 milhões no 1º semestre”. A instituição teria contabilizado margem financeira superior a R$ 2,3 bilhões. ■ ●

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