Diário do Amapá - 26/11/2025

Mais uma O deputado estadual do Paraná Marcelo Rangel (PSD) e o CEO da ConAid Brasil, Luciano Fonseca, anunciaram a intenção de a empresa iniciar operações no Paraguai com US$ 5 milhões. Focada em soluções logísticas de alta tecnologia, iniciará operações em 2026. A Coluna já citou que grandes brasileiras migraram fábricas e operação para o país vizinho, com carga tributária mais reduzida, e bota reduzida nisso. Drogaria$ x Mercado$ Em 2024 o faturamento dos estabelecimentos da ABRAS, a Associação Brasileira Supermercadista, foi de incrível R$ 1 trilhão. Já as unidades filiadas à Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias, a Abrafarma, foi de R$ 103 bilhões, alta de 14% em relação ao ano anterior. Para o leitor ter uma ideia do que está em jogo na eventual liberação na lei para mercados venderem medicamentos sem prescrição médica? Em sigilo A Câmara acaba de receber o texto do acordo de Segurança Relativo à Troca de Informações Classificadas e Protegidas, firmado por Brasil e França em março de 2024. O acordo é base para que os dois países possam assinar futuros tratados, com a devida proteção. E é ainda mais relevante, pois os dois desenvolvem em conjunto projetos estratégicos na área da Defesa: a construção de helicópteros e de submarinos nucleares. Três pesos Causa estranheza a insistência de expoentes da esquerda e de militantes jurídicos, e do ministro Alexandre de Moraes, do STF, em indicar que Jair Bolsonaro, com saúde frágil, deve ser preso numa cela em presídio federal. Ex-presidentes, Lula da Silva cumpriu parte de pena em sala da PF, com TV. Fernando Collor, condenado por roubar R$ 30 milhões da BR, está em domiciliar numa cobertura de praia. Um pulinho ali O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deu uma fugidinha dos EUA e desembarcou em El Salvador, país do ultra- direitista presidente Nayib Bukele. A comitiva contou com o senador Flávio Bolsonaro (PL- RJ) e os deputados Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), que evitou Eduardo. O grupo conheceu a política de segurança e encarceramento de marginais, mas não conseguiu um café com Bukele. Cautela no Palácio A semana no Congresso deve girar em torno de prisão de Bolsonaro e o seu impacto eleitoral. Depois de duas semanas de recesso branco, deputados e senadores medirão a temperatura política do rocambolesco caso de “meti um ferro quente aí” na tornozeleira eletrônica. O Governo, no entanto, prega cautela. Especialista em vitimismo, o presidente Lula da Silva sabe que Bolsonaro pode se transformar em mártir e, com isso, ser o fiel da balança para 2026. De qualquer forma, o PT e aliados vão bater bumbo efusivamente com a prisão do ex-presidente, tanto em plenário como nas comissões. O Brasil deve ser o primeiro país a adotar oMapa do Ca- minho, defendeu nessa segunda-feira (24) o professor Aldo Fornazieri, diretor acadêmico da FundaçãoEscola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp). O Mapa do Caminho, um roteiro para o afastamento dos combustíveis fósseis – emissores de gases de efeito estufa, cau- sadores do aquecimento global – proposto pelo Brasil na COP30, não foi levado ao documento final do encontro, já que não obteve unanimidade entre os participantes. No entanto, a proposta teve o apoio de mais de 80 países. “Nós temos o dever agora, já que o [presidente] Lula lançou essa ideia boa, de cobrar que o Brasil seja o primeiro a traçar o Mapa do Caminho aqui. Quer dizer, não é o fato de a ONU [Organização das Nações Unidas] não ter abraçado essa ideia de forma decisiva que agora o governo tem que se eximir. Se o presidente lançou a ideia, então o Brasil é obrigado a construir o mapa do caminho”, disse. “Até para o Brasil ser líder dessa questão, e ele tem legitimidade para isso, tem que dar o exemplo, assumir essa responsabilidade”, acrescentou o professor no evento Pós- COP30 "O Brasil Diante das Transformações Globais", que ocorreu na sede da FESPSP, na capital paulista. Durante aCOP30, aministra doMeioAmbiente eMudança doClima,Marina Silva, destacou que, mesmo não sendo apro- vado, o Mapa do Caminho não foi descartado. Pelo contrário, fará parte dos próximos meses de discussão entre os países. O Brasil segue na presidência da COP até novembro de 2026. “O Mapa do Caminho já não é mais uma proposta apre- sentada pelo Brasil, pelo presidente Lula, mas por dezenas de países e por milhares e milhares de pessoas em todo omundo, chancelada pela comunidade científica”, disse Marina. Ela acredita que cada país deverá ter o seu próprio Mapa do Caminho. “Um país rico, eu imagino que todos já têm seus mapas do caminho, já têmsuas trajetóriasmuitobemplanejadas. Agora, países em desenvolvimento, pobres, dependentes inclusive de petróleo em suas economias, não têm essas trajetórias. É por isso que é muito importante o esforço que será feito”. ■ MEIO AMBIENTE Professor defende que Brasil dê exemplo com Mapa do Caminho A defesa do ex-presidente Jair Bolso- naro não apresentou novo recurso contra a sentença de 27 anos e três meses de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter liderado uma organização criminosa para dar um golpe de Estado. Pela jurisprudência do Supremo em matéria penal, ofimdoprazo abre caminho para que oministroAlexandre deMoraes (foto) determine no próximo despacho que Bolsonaro inicie o cumprimento ime- diato da pena, em regime inicial fechado. Emeventual ordempara cumprimento de pena, Moraes deve definir também o local em que Bolsonaro deve ficar custo- diado. Desde o último sábado, o ex-presi- dente está preso preventivamente emuma sala da Polícia Federal (PF), em Brasília. Por ser ex-presidente, a jurisprudência garante a Bolsonaro o direito de cumprir pena emsala especial, segregada de outros detentos. É possível, por exemplo, que ele permaneça em alguma instalação da PF ou das Forças Armadas. Presídio da Papuda Outra possibilidade é que ele seja en- caminhado para oComplexoPenitenciário da Papuda, nos arredores de Brasília. Neste mês, a chefe de gabinete de Moraes ins- pecionou a Papudinha, batalhão da Polícia Militar anexo ao presídio e que costuma abrigar policiais e políticos presos. Bolsonaro foi preso preventivamente por ordem de Moraes, referendada por unanimidade pela Primeira Turma do Su- premo. O ministro atendeu a pedido da Polícia Federal, que alegou iminente risco de fuga do ex-presidente. Em audiência de custódia em seguida à prisão, Bolsonaro confessou ter tentado violar - com um ferro de solda - a torno- zeleira eletrônica que fora obrigado a usar. A PF também alertou para risco à ordem social ocasionado por uma vigília de apoia- dores do ex-presidente, que estava sendo convocada para ocorrer em frente ao con- domínio em que ele cumpria prisão do- miciliar em Brasília. Recursos e prazos O prazo para a defesa de Bolsonaro apresentar segundos embargos de decla- ração no caso se encerrou às 23h59 de se- gunda-feira (24). Esse tipo de recurso serve para esclarecer dúvidas ou lacunas apontadas pela defesa no texto da conde- nação. Em tese, o novo apelo não teria o efeito de reverter a condenação. Pelo regimento interno do STF, en- tretanto, até o fimdesta semana ainda ha- veria prazo para Bolsonaro apresentar outro tipo de recurso, os embargos in- fringentes, que permitem aos advogados atacar a condenaçãousandoos argumentos de algum voto pela absolvição. A jurisprudência doSupremo, contudo, prevê que os infringentes somente são cabíveis quando houver ao menos dois votos pela absolvição, o que não ocorreu no julgamento do ex-presidente. ■ CONDENAÇÃO FIM DE PRAZO PARA RECURSO ABRE CAMINHO PARA BOLSONARO CUMPRIR PENA V Foto/ Marcelo Camargo/Agência Brasil ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUARTA-FEIRA | 26 DE NOVEMBRO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=