Diário do Amapá - 29/11/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 SÁBADO | 29 DE NOVEMBRO DE 2025 P esquisadores da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram, nesta quarta-feira (26), um estudo que defende ser possível a tarifa zero no transporte público no país a partir de um fundo criado com a contri- buição de empresas. Na prática, seria a substituição do sistema de vale-transporte por um outro tipo de financiamento inicialmente de empresas privadas e públicas a partir de 10 funcionários nas 706 cidades do país com mais de 50 mil habitantes. A estimativa do grupo de pesquisa é que 81,5% dos estabelecimentos estariam isentos de contribuição. O estudo, fi- nanciado pela Frente Parlamentar em Defesa da Tarifa Zero, foi assinado por Letícia Birchal Domingues (UnB), iago Trindade (UnB), André Veloso (ALMG), Roberto Andrés (UFMG) e Daniel Santini (USP). “Um estabelecimento com 10 fun- cionários irá pagar a contribuição no valor de um. Com 20 funcionários pagará o valor referente a 11 e assim por diante”, explica o professor iago Trindade, da UnB. O professor explica que a contribuição seria de aproximadamente R$ 255 por mês a cada funcionário, o que geraria aproximadamente R$ 80 bilhões por ano. “Esse montante seria o suficiente para custear a tarifa zero nas 706 cidades”, diz. Atualmente, 137 cidades brasileiras não cobram pelo transporte público. Para fundamentar a proposta nacional, os pesquisadores desenvolveram um cál- culo estimativo do custo atual do trans- porte público no Brasil, que seria em torno de R$ 65 bilhões por ano. Os pesquisadores estimam que a im- plementação da gratuidade em todas as 706 cidades commais de 50 mil habitantes custaria cerca de R$ 78 bilhões por ano, beneficiando 124 milhões de pessoas que vivem nessas cidades. Ao examinar diferentes cenários de financiamento, o relatório ressalta que é possível implementar a tarifa zero sem destinação de recursos do governo federal e sem criar novos impostos Reformulação do modelo Atualmente, para a adesão ao vale transporte, o trabalhador tem um des- conto de 6% no salário. “O que a gente está propondo é uma reformulação desse modelo. Ao invés da empresa pagar para o trabalhador, a em- presa vai pagar para um fundo”, salienta. A ideia é que o governo federal criaria um fundo de contribuição onde cada empresário pagaria uma taxa que pode ser equivalente ou até menor do que paga atualmente no vale. “A gente tem como fazer um pro- grama de tarifa zero sem onerar o orça- mento da União”, diz Trindade. Ele de- fende que, em 2026, seja iniciado um projeto de teste em algumas regiões me- tropolitanas para avaliar como poderia ser o funcionamento na prática. A equipe que realizou o estudo avalia que o primeiro impacto mais imediato da tarifa zero é que as pessoas que andam com transporte coletivo vão deixar de gastar o dinheiro com a passagem e esse dinheiro vai movimentar a economia. “Isso vai gerar um aumento da arre- cadação tributária. Porque vai haver mais dinheiro circulando”, diz o pesquisador. Prejuízos imensuráveis Outra reflexão que o estudo traz é que a tarifa zero faria com que pessoas que usam o transporte individual pas- sariam a usar mais o transporte coletivo, o que diminuiria também os acidentes de trânsito. ■ ESTUDO DEFENDE SUBSTITUIR VALE- TRANSPORTE POR TARIFA ZERO UNIVERSAL REFORMULAÇÃO V Foto/ Marcelo Camargo/Agência Brasil A prévia da inflação oficial de novembro ficou em 0,20%, resultado que faz o acumulado de 12 meses do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) marcar 4,5%, limite da meta do governo. Nos 12 meses terminados em outubro, o IPCA-15 registrava 4,94%. Este é o primeiro acumulado de 12 meses dentro da meta desde janeiro de 2025, quando também estava em 4,5%. Em abril, o ponto mais alto desde então, chegou a 5,49%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A meta do governo é de 3% ao ano com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, indo no máximo a 4,5%. Instituições financeiras ouvidas pelo boletim Focus, do Banco Central, divulgado na segunda-feira (24), estimam que o IPCA deve terminar o ano em 4,45%, dentro da tolerância da meta. Influências Em outubro, o IPCA-15 havia sido de 0,18%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, sete tiveram alta na passagem de outubro para novembro: Alimentação e bebidas: 0,09% Habitação: 0,09% Artigos de residência: -0,20% Vestuário: 0,19% Transportes: 0,22% Saúde e cuidados pessoais: 0,29% Despesas pessoais: 0,85% Educação: 0,05% Comunicação: -0,19% A alta do grupo despesas pessoais representou o maior impacto no IPCA-15, 0,09 ponto percentual. Dentro do grupamento, as maiores pressões foram exer- cidas pela hospedagem (4,18%) e pacote turístico (3,90%). Avião e gasolina No grupo dos transportes, a principal influência para aumento dos preços ficou com as passagens aéreas, que subiram 11,87%. Dessa forma, de todos os 377 produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, o bilhete de avião foi o subitem que mais forçou para cima o IPCA-15. ■ IPCA-15 Prévia de 0,20% faz inflação oficial voltar para meta do governo ●

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