Diário do Amapá - 04/12/2025
Golpe dos Correios Continua a saga da encomenda de Sedex que saiu de Campo Largo (PR), região metropolitana de Curitiba, para Muriaé (MG), a 780km de Belo Horizonte. O objeto nº OY640232110BR despachado dia 17/11, com promessa de chegar ao destino em até quatro dias, sumiu do mapa. Até ontem,15 dias, nem a central de BH sabia dele. A remetente pagou R$ 124 reais. Pelo visto, o avião caiu … aliás, não tem mais avião… 14 anos! A Coluna Esplanada completa neste dia, 3 de dezembro, 14 anos de existência, levando bastidores dos três Poderes hoje a mais de 50 grandes jornais e portais de todas as capitais, e cidades do interior, além de algumas rádios. A parceria muito nos honra. “Doutores” da lei As prisões equivocadas de médicos acendem alerta e reforçam a urgência do Congresso da Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós-Graduação, hoje, em Brasília. O caso mais emblemático é o da médica Bianca Butterby, detida, mesmo com CRM ativo, e inocentada pelo Ministério Público. O episódio expôs falhas graves na interpretação do Registro de Qualificação de Especialista por autoridades não-médicas. Pague & viaje free Tio do ministro dos Transportes, o deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE) apresentou PL que cria o Programa Nacional de Transporte Público Coletivo de Passageiros com Tarifa Zero, e institui o Fundo Nacional Tarifa Zero e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico destinada à Mobilidade Urbana (ufa!!). Ideia boa, mas precisa combinar com as prefeituras, governos e donos de ônibus. Milho na mesa Um novo embaixador do Brasil se prepara para assumir em Katmandu, no Nepal, país que enfrenta forte instabilidade política desde os protestos violentos de setembro deste ano. Claudio Raja Gabaglia Lins encontrará o país envolto numa de suas piores crises políticas da História. O Brasil exporta milhares de toneladas de milho para o Nepal. Para lá, a Argentina é o principal concorrente do Brasil neste setor. PF na Segurança O delegado da Polícia Federal Luiz Flávio Zampronha está escrevendo um livro sobre o papel da PF na segurança pública. Zampronha é ex-diretor de Combate ao Crime Organizado e conhece bem a atuação das facções criminosas no País. O delegado também foi oficial de ligação da PF na Europol, em Haia, na Holanda. A partir de lá, pôde perceber como a questão da violência urbana nos países em desenvolvimento se tornou instrumento de pressão política e ideológica no cenário internacional. Zampronha foi o delegado que, na investigação sobre os “hackers de Araraquara”, preservou as provas que, mais tarde, seriam usadas para anular as condenações do presidente Lula da Silva pelo agora ex-juiz Sergio Moro. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou, nesta quarta-feira (3), a votação do substitutivo do projeto de lei (PL) Antifacção apresentado pelo relator, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Um pedido de vista transferiu a análise para próxima semana, dia 10 de dezembro. Se aprovado no Senado, o tema volta para Câmara dos Deputados porque houve alterações no texto. Ao contrário da discussão na Câmara, oposição e governo convergiram em elogios ao texto do PL Antifacção de Alessandro Vieira que, entre outras mudanças, prevê o imposto Cide-bets para financiar o combate ao crime organizado com R$ 30 bilhões ao ano. Para o relator, a discussão em torno do tema não pode se “rebaixar a disputas políticas mesquinhas, que só beneficiam os criminosos”. “Nem pode ceder ao assédio da fração da crimi- nalidade organizada que está infiltrada nas elites brasileiras e insiste em limitar a ação das forças de segurança a alvos periféricos, pobres e pretos. O combate às organizações criminosas deve chegar ao andar de cima para surtir verdadeiro efeito”, des- tacou Vieira. O pedido de vista foi solicitado pelo senador Marco Rogério (PL-RO) que argumentou que o tema é complexo e requer tempo de análise. “É um tema que tem que ter, por todos nós, um empenho, não só na leitura, mas na aprovação de um texto que realmente represente o avanço que nós pretendemos construir para o país”, disse. ■ CRIME ORGANIZADO CCJ do Senado adia votação do PL Antifacção para 10 de dezembro O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, disse nesta quarta-feira (3) que o Poder Judiciário está preocu- pado com os "estarrecedores" episódios de violência contra a mulher no país. A manifestação do ministro foi mo- tivada pelos recentes casos de violência registrados em diversas cidades, como o feminicídio da professora Catarina Karsten, em Florianópolis. Ela tinha 31 anos, era professora e pesquisadora em Florianópolis e foi assassinada na última sexta-feira (21), após ser violentada se- xualmente enquanto fazia uma trilha na Praia do Matadeiro, na capital cata- rinense. Durante a abertura da sessão da Corte, Fachin afirmou que o Judiciário renova seu compromisso na defesa das mulheres, com a responsabilização penal dos agressores e o acolhimento das vi- timas. "Os dados alarmantes registrados todos os anos a respeito da violência de gênero no Brasil demonstram que mu- lheres e meninas têm medo de sair de casa e não voltar, enquanto outras têm medo de ser agredidas em seus locais de trabalho ou de permanecer em seus lares, o local onde mais sofrem agres- sões", afirmou. Em São Paulo, dois outros casos de violência contra a mulher tiveram grande repercussão na última semana. No sá- bado (29), uma mulher de 31 anos teve as pernas severamente mutiladas após ser atropelada e arrastada, por cerca de um quilômetro, enquanto ainda estava presa embaixo do veículo. O motorista foi preso e a polícia indica que se trata de feminicídio, pois ele e a vítima tinham se relacionado. Na segunda-feira (1º), um homem atirou, usando duas armas, contra sua ex-companheira na pastelaria em que ela trabalhava. No Recife, um homem de 39 anos foi preso no sábado (29) após atear fogo na casa onde estava sua mulher, grávida, e os quatro filhos do casal. Isabele Gomes, de 40 anos, e as crianças com idades entre 1 e 7 anos, morreram. Oministro também acrescentou que proteção da dignidade das mulheres é um dever constitucional. "Renovamos o apelo urgente por uma mudança cultural profunda: que o Brasil reconheça, sem hesitação, a gra- vidade da violência de gênero; que o si- lêncio, o preconceito e a naturalização de atitudes machistas sejam substituídos pela denúncia, pelo apoio à vítima e pela exigência de responsabilização", completou Fachin. De acordo com dados do Ministério das Mulheres, foram registrados 1.450 feminicídios e 2.485 homicídios dolosos e lesões corporais seguidas de morte contra mulheres no ano passado. ■ FEMINICÍDIO NO STF, FACHIN DESTACA GRAVIDADE DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO PAÍS V Foto/ Valter Campanato/Agência Brasil ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 04 DE DEZEMBRO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO
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