Diário do Amapá - 06/12/2025

Ladrão expulso Veja o que aconteceu no Rio, contado por um delegado. Um cidadão foi assaltado no Centro após sair da missa de 7º dia dos policiais mortos na operação do Alemão. Só que o aparelho apareceu numa delegacia, devolvido “voluntariamente”, no dia seguinte. Soube-se que o chefe de ummorro, ao ver a foto da vítima com o Secretário de Segurança Felipe Curi no aparelho, expulsou o ladrão da favela e o mandou devolver. Direito & dever O preso pode trabalhar mais, e fora da cadeia. A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou o relatório do senador Sergio Moro (União-PR) no PL 352/24, que altera a Lei de Execução Penal referente à atividade laboral do detento. A proposta, além de incentivar o gerenciamento privado no atendimento do trabalho dos presos, estabelece que a recusa injustificada ao trabalho poderá ser considerada falta grave. O momento Os mais cautelosos aliados de Tarcísio de Freitas (Rep) tentam aconselhar o governador de São Paulo a disputar a reeleição, provavelmente garantida. Para eles, o presidente Lula da Silva recuperou fôlego e não arrefece mais. O melhor momento para Tarcísio seria 2030, quando supostamente o Barba não terá um candidato forte. Lembram o caso de Garotinho (RJ) e João Dória (SP), que poderiam tentar a reeleição e não o fizeram. PT e a violência A segurança pública sempre foi lado fraco da esquerda. Só que o tema cresceu, aparece como a maior preocupação nas pesquisas. E tem as ameaças de Trump à América do Sul e o combate ao narcotráfico como gancho. O PT prestou atenção a isso. Há no partido duas correntes. Uma não quer o assunto na campanha de 2026, e outra, com o vice-presidente Washington Quaquá como maior entusiasta, quer entrar fundo no debate. Sem recuo O deputado André Fernandes (PL-CE) não aceita a intromissão de Michelle Bolsonaro, não a desculpou por melar a parceria com Ciro Gomes e expôs um PL descoordenado. Na bancada, o deputado é pressionado a baixar o tom e buscar entendimento. Fernandes quer tirar o Governo do Ceará das mãos do PT de qualquer jeito, e teve aval de Jair Bolsonaro para aliança com Ciro. A aliança apenas saiu de pauta, mas não foi anulada. Sites de lavagem A decisão do ministro Nunes Marques, do STF, de cancelar todos os licenciamentos municipais para .bet online é um freio imediato e necessário contra a lavagem de dinheiro de facções Brasil. Autoridades federais e o Ministério da Fazenda estão de olho nessas .bet, e podem agir a qualquer momento, porque descobriu-se há meses que a concessão para sites – sem qualquer custo – nunca foi para apostas. Essas empresas já mapeadas recebem e encaminham dinheiro simulando ganho com apostas esportivas online, mas na verdade lavam recursos do tráfico de drogas e de outros negócios ilegais de facções. Nunes Marques derrubou na quarta (3) nacionalmente todas as concessões e processos que não estão vinculados à operação legal na Fazenda. O Governo cobrou R$ 30 milhões para concessões a .bet, que hoje são as autorizadas a operar. A 6ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), conhecido comoConselhão, realizada nesta quinta-feira (4), reuniu representantes do governo federal, da sociedade civil organizada e do empresariado brasileiro, no Palácio Itamaraty, em Brasí- lia. Criado em 2003, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; extinto em 2019 pelo governo do ex-pre- sidente Jair Bolsonaro; e reativado, em 2023, no atual governo de Lula, o órgão de participação social temo objetivo de servir como um instrumento de diálogo plural para a formulação de políticas públicas ediretrizes paraodesenvolvimentoeconômico, social e sustentável do Brasil. O ministro da Educação, Camilo Santana, comemorou a retomada do diálogo institucional com a sociedade civil. “As políticas governamentais são construídas para atender às demandas da sociedade. Então, essa escuta é fundamental. Esse conselho é uma forma democrática de ouvir a sociedade, suas prioridades ouvir, suas demandas”, disse à Agência Brasil. Metas estratégicas Representantes do colegiado entregam ao presidente Lula o documento Pilares de um Projeto de Nação, que reúne metas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do país. As propostas foramconstruídas a partir de discussões rea- lizadas nos últimosmeses, nas comissões temáticas doConselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável. A construção do documento se deu a partir da Estratégia Brasil 2050, coordenada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, compropostas demetas para uma década e ações mais concretas para os próximos cinco anos. “Nas comissões, os conselheiros responderam à pergunta- guia: ‘Onde vai estar o Brasil daqui a dez anos,’ sobre envelhe- cimento, os empregos no interior, o perfil das novas tecnologias afetando a empregabilidade. Foi umdebate profundo”, explicou o secretário-executivo do Conselhão, Olavo Noleto. ■ CDESS Conselhão entrega a Lula propostas de metas de desenvolvimento do país D os 68 mil hectares em que há ex- ploraçãomadeireira noAmazonas, 42mil não tinhamautorização dos órgãos ambientais para a atividade, de acordo com levantamento divulgado nesta sexta-feira (5) pelo instituto de pesquisa Imazon. Isso significa que 62% da área com retirada de madeira no estado é ile- gal. Realizada anualmente pelaRede Simex, composta por três organizações ambientais - ICV, Imaflora e Imazon -, a pesquisa mapeou a extração madeireira no estado por meio de imagens de satélite e cruzou comas autorizações para a atividade emi- tidas pelos órgãos ambientais, abrangendo o período de agosto de 2023 a julho de 2024. Em relação ao levantamento passado (agosto/2022- julho/2023), quando 38mil hectares tiveram exploração de madeira sem autorização, houve um aumento de 9% na área com retirada ilegal. Pesquisadora do Programa de Moni- toramentodaAmazôniado Imazon, Camila Damasceno avalia que a alta é extrema- mente preocupante já que a exploração ilegal demadeira acaba financiando outros crimes ambientais, como as queimadas e o desmatamento. “Alémdisso, tambémprejudica omer- cado legalizado de madeira, que faz a re- moção das árvores por meio do manejo florestal sustentável e gera empregos e impostos para o Amazonas”, acrescentou. Em relação à exploração de madeira autorizada, o Amazonas passou de 11,3 mil hectares entre agosto de 2022 e julho de 2023 para 26,1mil hectares entre agosto de 2023 e julho de 2024, o que representa uma alta de 131%. Boca do Acre Apenas dois municípios do sul do es- tado - Boca doAcre e Lábrea - concentram 75% de toda a exploração de madeira ilegal do Amazonas. Líder do ranking, Boca do Acre teve 20,5 mil hectares de exploração irregular, enquanto Lábrea teve 10,9mil hectares comretirada demadeira ilegal. “Essesmunicípios ficamdentro da re- gião de expansão agropecuária chamada de Amacro, na divisa do Amazonas com oAcre e comRondônia. Por isso, alertamos que a extraçãodemadeira nesses territórios pode indicar o desmatamento futuro para a grilagem ou para a produção de grãos e de gado, o que reforça a necessidade de ampliar a fiscalização nesses municípios e barrar a entrada de produtos ilegais no mercado”, alertou Camila. Terras protegidas Aexploração ilegal demadeira, afirmou a pesquisadora, invade áreas protegidas do estado, como terras indígenas eunidades de conservação, o que é uma preocupação não apenas em relação à degradação am- biental, mas à sobrevivências das comu- nidades que ocupam esses locais. ■ CRIMES AMBIENTAIS NO AMAZONAS, 62% DA EXPLORAÇÃO MADEIREIRA É FEITA ILEGALMENTE V Foto/ Reuters/Ueslei Marcelino ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 06 DE DEZEMBRO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=