Diário do Amapá - 18/12/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 18 DE DEZEMBRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA Tecnologista Sênior E-mail: mariosaturno@uol.com.br T odo mundo sabe o que seja um buraco negro e a destruição que ele causa nas sua proximidades. Acreditava-se que não havia nenhum próximo do nosso sistema solar. Acreditava-se... Em 2016, Michael Brown e Konstantin Batygin, astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia, propuseram que os movimentos estranhos de alguns corpos que estão bilhões de quilômetros além de Plutão poderiam ser evidências de um objeto massivo. Pelos cálculos deles, esse objeto teria 10 vezes mais massa que a Terra e ocuparia uma órbita em forma de ovo que varia de 32 bilhões de km do Sol, várias vezes a distância do Sol a Plutão, até 160 bilhões de km a cada 10.000 a 20.000 anos. Porém, ainda não sabem onde está sua órbita. Brown chamou esse objeto hipotético de Planeta Nove. Plutão já foi considerado o nono planeta, mas as descobertas do mesmo cientista, outros planetoides como Plutão orbitando no cinturão de Kuiper, rebaixaram Plutão a planeta anão 15 anos atrás. Os astrônomos Jakub Scholtz, da Durham University na Grã-Bretanha, e James Unwin, da Universidade de Illinois em Chicago, sugeriram que o Planeta Nove possa ser um buraco negro, não como os que são formados da morte de es- trelas gigantes, mas de outro tipo. Em 1971, Stephen Hawking, com base em uma ideia sugerida anteriormente em1966 pelos f ísicos russos Yakov Borisovich Zel’dovich e Igor Dmitriyevich Novikov, teorizou que pressões in- tensas durante o Big Bang poderiam ter colapsado a matéria diretamente em buracos negros. Esses buracos negros primordiais podem ter qualquer tamanho e estar em qualquer lugar. Um buraco negro com a massa da Terra teria o tamanho de uma bola de pingue-pongue e seria muito dif ícil de ser visto. Nenhum desses buracos negros pri- mordiais foi detectado ainda. Mas sua existência também não foi descartada. Scholtz eUnwin lembraramque o experimento chamado OGLE (Optical Gravitational Lensing Experiment), baseado naUniversidade deVarsóvia, na Polônia, detectou a presença de meia dúzia de objetos escuros na direção do centro da nossa galáxia. Seus campos gravitacionais agiramcomo lentes, amplificando brevemente a luz de estrelas distantes que eles flu- tuavam na frente. Esses objetos podem ser planetas, disseram os autores, com massas que variam de metade a cerca de 20 vezes a da Terra. Mas eles poderiam ser buracos negros primordiais flutuando ao redor da galáxia, propuseram os astrônomos do experimento. Se fosse esse o caso, o Planeta Nove poderia muito bem ser um buraco negro também, em uma órbita distante ao redor do sol. Diversos projetos foram sugeridos para encontrar o Planeta Nove. Um muito interessante foi sugerido por Edward Witten, um f ísico teórico do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, ganhador da Medalha Fields emMatemática. Witten sugeriu usar a mesma proposta do russo Yuri Milner e de Hawking para enviar milhares de sondas mi- croscópicas movidas a laser para o sistema estelar mais próximo, Alfa Centauro. Vivemos tempos de descobertas incríveis e animadoras, tes- temunharemos grandes avanços nas próximas décadas. ■ Esses objetos podem ser planetas, disseram os autores, com massas que variam de metade a cerca de 20 vezes a da Terra. Mas eles poderiam ser buracos negros primordiais flutuando ao redor da galáxia, propuseram os astrônomos do experimento. Um buraco negro próximo MARIO EUGENIO N o curso de medicina, temos mais **de 8500 horas totais de carga horária, direcionada ao aprendizado técnico. Entretanto, infelizmente, entre tais horas, pouquíssimas horas são utilizadas para desenvolver o lado humano do médico (a). Dessa maneira, cada um “se vira” com os valores e ensinamentos trazidos de casa. Talvez alguém se pergunte: o que eu tenho que ver com a formação dos médicos (as)? Aos que se fizerem tal pergunta, lanço o seguinte questionamento: quem será atendido pelos médicos (as) que estão sendo formados hoje? Estou no 5º ano do curso de medicina, e nunca me disseram o que fazer diante da perda de um (a) paciente. Assim como nunca me disseram como comunicar um falecimento de maneira adequada aos familiares de um (a) paciente. Há quem diga que alguns médicos (as) falham na hora de dar o devido suporte ao paciente hospitalizado, por exemplo. Digo-te que tal situação, não raro, resulta da nossa formação. Como exer- cer uma conduta, quando ela não é trabalhada no cotidiano? O ser humano não é apenas um conjunto de órgãos que podem vir a adoecer. Sempre existe uma história de vida que não pode simplesmente ser enquadrada em um diagnóstico e/ou protocolo. Não estou aqui, hoje, para ensinar a como reagir diante da perda de alguém. Por mais que esteja no 5º ano de curso e imagine como é a imensa dor de perder um ente querido, nunca passei pela experiência do- lorosa de perder alguém próximo. Acredito que para desenvolver uma habilidade, pri- meiro precisamos assumir que não temos tal habilidade totalmente desenvolvida. Na atualidade, nas mídias sociais, sobram cursos que prometem, não raro, glória instantânea. Entretanto, faltam conteúdos que ensinem as pessoas a compreender a perda de alguém especial, por exemplo. Assim como faltam materiais que nos ensinem a lidar com as nossas dores e a acolher ao sofrimento do próximo. Na vida real existe perda, dor, sofri- mento, mas podemos convertê-los em aprendizado e experiência, ainda que a saudade aperte. Independente da profissão que tu exerces, convido-te a refle- tirmos sobre o quanto estamos aptos a compreender as nossas perdas e as do próximo. Será que estamos respeitando a dor do outro, assim como desejamos que respeitem a nossa dor? Por fim, convido-te a irmos trabalhando, mesmo que aos pouquinhos, nossas habilidades e valores no cotidiano, para que possamos compreender de melhor maneira as adversidades pelas quais passamos em nossa vida. Que a vida vá, mesmo que aos poucos, ensinando-nos a compreender, a respeitar e a acolher a dor do outro, assim como desejamos que acolham a nossa. ■ Independente da profissão que tu exerces, convido-te a refletirmos sobre o quanto estamos aptos a compreender as nossas perdas e as do próximo. Será que estamos respeitando a dor do outro, assim como desejamos que respeitem a nossa dor? Por fim, convido-te a irmos trabalhando, mesmo que aos pouquinhos. Não nos ensinam a perder E-mail: andersonpires.ufsm@gmail.com Estudante de Medicina da UFSM ANDERSONL.P. SILVEIRA

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