Diário do Amapá - 19/12/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SEXTA-FEIRA | 19 DE DEZEMBRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA I magine um quebra-cabeça com peças que se multiplicam a cada hora. Não há imagem na caixa para guiar a montagem, e o criador segue encaixando novas peças antes mesmo que as anteriores sejam entendidas. É assim que vivemos no Brasil: perdidos em um mar legislativo que cresce sem parar, feito criatura mitológica insaciável. Desde o parto da nossa Constituição Cidadã em 1988, foram geradas impressionantes 7,8 milhões de normas para reger a vida do brasileiro. Cada dia útil nos entrega, como presente de grego, 860 novas normas, um número que faz qualquer burocrata ruborizar e qualquer cidadão comum se perder. Desses números, a tributação é a estrela: 517.388 normas tributárias, ou 2,36 por hora útil, um verdadeiro bombardeio le- gislativo que dificulta até mesmo a sobrevivência. E não para por aí. Criamos siglas que parecem mais enigmas de guerra – IBS, CBS, CPMF, CSLL – e majoramos quase todos os tributos que já existiam. Nosso sistema tributário, um dos mais complexos do mundo, ganhou 19 emendas constitucionais tri- butárias nesses 36 anos, um reflexo de um país que parece incapaz de decidir a qual direção deseja ir. Agora, reflitamos: cada norma tem, em média, 3 mil palavras. Multiplicando isso pelas mais de 7 milhões de normas criadas, temos um texto com mais palavras do que qualquer ser humano conseguiria ler em uma vida inteira. Isso é governar ou é jogar palavras ao vento? No âmbito federal, 195.785 normas foram edi- tadas, uma média de quase 15 por dia. Os Estados não ficam atrás, com 2,29 milhões de normas, enquanto os municípios lideram o ranking da in- sensatez, despejando 5,34 milhões de normas. Sim, são mais de 406 normas municipais por dia, porque, aparentemente, governar localmente é um esporte de alta produção normativa. Enquanto isso, o cidadão – aquele que paga os tributos e vive a vida real – precisa lidar com a montanha de papel, ou bits, tentando entender o que mudou de ontem para hoje. Normas con- flitantes, interpretações divergentes, burocracia paralisante. Quem ganha com isso? Certamente não é o contribuinte. O que temos não é um sistema jurídico: é um labirinto kafkiano, uma dança frenética de canetas que assinam, corrigem, revogam, recriam. Governar, meus amigos, não é despejar normas sobre o povo. Governar é simplificar, é ouvir, é planejar. E a pergunta que fica: será que o Brasil está pronto para parar de legislar em excesso e começar a governar com sensatez? Que venha o próximo capítulo dessa novela jurídica, onde, como sempre, somos os personagens secundários em meio a um roteiro confuso e interminável. Afinal, viver no Brasil é tentar decifrar um código que nunca para de ser escrito. Os dados fazem parte de um estudo do Instituto Brasileiro de Plane- jamento Tributário (IBPT). Ah! Algo deve ter sido alterado enquanto você leu este artigo. Vamos buscar um contador para nos orientar o quê e onde! ■ Que venha o próximo capítulo dessa novela jurídica, onde, como sempre, somos os personagens secundários em meio a um roteiro confuso e interminável. Afinal, viver no Brasil é tentar decifrar um código que nunca para de ser escrito. Brasil cria uma norma tributária a cada 2 horas GREGÓRIOJOSÉ E-mail: gregogiojsimao@yahoo.com.br Radialista e estudante de Filosofia Tecnologista Sênior E-mail: mariosaturno@uol.com.br H á vinte anos, cansado de receber críticas sobre meus escritos de Maria, comecei a estudar o fenômeno do evangelismo brasileiro por observação de vários pregadores televisivos. Até gostava de alguns que, inclusive, dizia não entender de teologia ou liturgia, mas de religiosidade e fé. E nisso tinha um discurso convincente. Fiquei chocado ao ver que algumas seitas ditas cristãs defendam até o aborto. Também causa espécie ver que algumas defendem uma teologia da prosperidade, algo tão nefasto que me faz duvidar da veracidade cristã dessas, afinal não se pode servir a Deus e ao dinheiro (Lc 16,13). E como têm “cristãos” que adoram dinheiro, luxo, sexo ilícito, comilança e o poder. De uns tempos para cá, passei a admirar um pastor evangélico que imitava o estilo do Padre Léo. No início eu considerava esse pastor como alguém que roubava um personagem católico, mas quando ele admitiu assistir e seguir o estilo do Padre, passei a considerar mais como uma home- nagem. Recentemente, vi um vídeo dele aceitando Maria como uma mulher diferenciada, ou seja, aceitando algumas posições católicas, Porém, nega outras com argumentos fáceis: (1) Maria engravidou de Cristo tendo relações sexuais com José; (2) Maria não pode ser mãe de Deus (tese que em grego é chamada de Teotokos) porque Deus é mais velho que Maria. Acredito que os evangélicos conhecem bem o Antigo Testamento, então será fácil ver qu, foi Isaías (7,14) quem profetizou: por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco. Portanto, Maria engravidou do Espírito Santo de Deus e não de José, mesmo porque é ele mesmo quem afirma que não teve relações sexuais com ela: Maria estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo (Mt 1,18-20). Quanto à idade de Deus, aí é preciso um esforço de raciocínio, pois o Deus dos judeus e dos cristãos é um "deus" que não tem origem, Ele existe antes do tempo, antes do espaço. Quando o espaço-tempo foi criado no Big Bang (?), Deus já existia. Assim, não faz sentido afirmar o tempo de Deus porque ele era antes do tempo. O Pastor parece aplicar a Cristo o mesmo que acontece conosco, Deus nos dá espírito e alma na concepção, com a participação do homem (Adão) e da Mulher (Eva). Mas no caso de Cristo, somente há a participação divina. Assim, Jesus não é criado, já existia, mas se encarnou em Maria, tornando- se humano. Lembre-se que o ser humano já fora criado à imagem e semelhança e, conforme Gênesis (1,26; 2,7), pelas mãos e sopro do Deus Trino: façamos). De qualquer forma, aceitar que Maria era extraordinária já é uma grande aproximação, afinal, "desde agora, todas as gerações me chamarão bem- aventurada" (Lc 2,48 da Almeida), e isso significa todos, de todos os tempos, católicos, protestantes e evangélicos. ■ O Pastor parece aplicar a Cristo o mesmo que acontece conosco, Deus nos dá espírito e alma na concepção, com a participação do homem (Adão) e da Mulher (Eva). Mas no caso de Cristo, somente há a participação divina. A Mariologia do Evangélico MARIO EUGENIO

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=