Diário do Amapá - 19/12/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 SEXTA-FEIRA | 19 DE DEZEMBRO DE 2025 O Ministro das Relações Exte- riores (MRE), Mauro Vieira, disse que acredita na possibi- lidade de Mercosul e União Europeia (UE) assinarem um acordo de livre co- mércio neste sábado (20), durante a reunião de cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR). Ele reiterou a posição brasileira de que esta será a última chance para se chegar a um acordo entre os blocos e que, caso isso não ocorra, não haverá mais o que negociar. “Se não for concluído agora, não há mais o que se negociar em termos substantivos. E nós vamos dirigir nossa atenção e energias para outros parceiros importantes que estão na fila”, afirmou Vieira nesta quinta-feira (18) durante o programa Bom Dia, Ministro, pro- duzido pela Empresa Brasil de Comu- nicação (EBC). O ministro, no entanto, disse estar otimista, uma vez que há uma maioria de países favoráveis ao acordo. “Acho que a União Europeia também tem presente a importância de fazer este acordo neste momento, sobretudo quando estamos vivendo um desequi- líbrio nas relações externas de todos os países”, acrescentou ao avaliar que o acordo representa “uma espécie de rede de proteção”, tanto aos países da União Europeia como do Mercosul. A fala de Mauro Vieira vai ao en- contro da declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem (17), durante a última reunião ministerial de 2025. Na ocasião, Lula disse que esta é a última chance de acordo, pelo menos durante o seu mandato. “Se não fizer agora, o Brasil não fará mais enquanto eu for presidente”, disse Lula. “Se disserem não, vamos ser duros daqui pra frente. Nós cedemos a tudo que era possível”, acrescentou. Adesão Segundo o ministro, vários países europeus estão “totalmente a favor” do acordo. “Devo dizer que Espanha, Portugal, Alemanha são sólidos e ferrenhos de- fensores do acordo, porque todos sabem da importância da relação econômica e das exportações de ambos os lados do Atlântico.” “Em números, dos 27 [países] da União Europeia, eu diria que 20 ou 22, não tem a menor dúvida [sobre a ade- são]. Há dois países que são grandes, importantes e que estão precisando refletir um pouco os pedidos e as po- sições dos seus setores agrícolas”, acres- centou ao se referir à França e Itália. Novos mercados Segundo o chanceler, o Brasil tem conseguido expandir significativamente sua presença na direção de novos mer- cados externos. A expectativa é de que essas novas frentes aumentem as ex- portações brasileiras em cerca de US$ 33 bilhões no prazo de cinco anos. Só para a agropecuária brasileira, foram abertos 500 novos mercados, graças à atuação do presidente Lula nas viagens que fez ao exterior. “O presidente Lula é o maior di- vulgador do Brasil e isso é desde o seu primeiro mandato. Neste terceiro man- dato, teve um número inacreditável. Foram mais de 60 encontros diretos, presenciais, com chefes de Estado es- trangeiros”, acrescentou. ■ MAURO VIEIRA DIZ QUE UE E MERCOSUL TÊM ÚLTIMA CHANCE PARA ACORDO RELAÇÕES EXTERNAS V Foto/ Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Em mais um dia de instabilidade no mercado fi- nanceiro, o dólar ultrapassou a barreira de R$ 5,50 pela primeira vez desde outubro, atingindo o maior valor desde o início de agosto. A bolsa de valores voltou a cair e aproximou-se dos 157 mil pon- tos. O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (17) vendido a R$ 5,522, com alta de R$ 0,06 (+1,09%). A cotação operou em alta durante toda a sessão, chegando a R$ 5,53 na máxima do dia, por volta das 14h. Em alta pela quarta vez seguida, a moeda estadu- nidense fechou no maior valor desde 1º de agosto. A divisa sobe 3,5% em dezembro, mas cai 10,63% em 2025. O mercado de ações também teve uma sessão tur- bulenta. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 157.327 pontos, com recuo de 0,79%. Essa foi a segunda queda consecutiva do indicador. Como nos últimos dias, tanto fatores internos como externos influenciaram o mercado financeiro. No cenário internacional, o dólar teve pequena alta diante das principais moedas internacionais em meio a incertezas sobre os juros nos Estados Unidos após o país criar mais empregos que o previsto em novem- bro. O clima político e econômico brasileiro, no entanto, pesou mais nas negociações. As negociações em torno das pré-candidaturas às eleições presidenciais no pró- ximo ano pressionaram o mercado. Além da incerteza em relação ao início da queda da Taxa Selic (juros básicos da economia) pelo Banco Central (BC). A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira (16), não deixou claro quando o BC começará a reduzir a Selic. Juros altos estimulam a migração de investimentos da bolsa para a renda fixa. Em relação ao câmbio, as remessas de lucros de filiais de empresas estrangeiras para outros países, típicas de fim de ano, elevam a demanda por dólares, pressionando a cotação. *Com informações da Reuters ■ CÂMBIO Dólar sobe para R$ 5,52 e alcança maior valor em quatro meses ●

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