Diário do Amapá - 28 a 29/12/2025

ENTREVISTA BISPO DIOCESANO |ENTREVISTA | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 28 E 29 DE DEZEMBRO DE 2025 14 Em entrevista à Diário FM, bispo diocesano de Macapá fala sobre o sentido do Natal, o papel da juventude, os desafios da Igreja no Amapá e a importância da família para a salvação da humanidade. Às vésperas do Natal, a Rádio Diário FM conversou com o bispo diocesano de Macapá, DomAntônio de Assis Ribeiro. Em um bate-papo marcado pela espiritualidade, reflexão e compromisso social, o líder da Igreja Católica no Amapá destacou o verdadeiro sentido do Natal, a atenção especial à juventude, os desafios da extensa Diocese de Macapá e deixou uma mensagem de fé, paz e esperança para todas as famílias amapaenses. D iário do Amapá – Dom Antônio, estamos vi- vendo a véspera do Natal, um tempo litúrgi- co muito importante para os cristãos. É uma honra recebê-lo na Rádio Diário FM. O rádio ainda tem um papel relevante na vida das pes- soas? Dom Antônio de Assis Ribeiro - Sem dúvida. Eu creio que o rádio sempre será um instrumento eficaz, necessário e muito importante de comunicação. Ele entra em todos os contextos, chega a lugares onde outros meios não chegam, e isso é muito significativo, especialmente para o nosso povo. Diário – Hoje o rádio também dialoga com a inter- net e as redes sociais. Antes de assumir a Diocese de Macapá, o senhor teve uma atuação forte jun- to à juventude em Belém. Como o senhor encon- tra a juventude do Amapá? Dom Antônio - Esse carinho com a juventude é conse- quência do carisma da congregação à qual pertenço. Sou sa- lesiano, e Dom Bosco fundou a congregação com a missão de cuidar da educação e da evangelização dos jovens. Em Belém, trabalhei por oito anos com atenção especial à ju- ventude, sem esquecer o conjunto do rebanho, e aqui no Amapá seguimos nessa mesma linha. Os jovens enfrentam grandes desafios, inclusive dados alarmantes de criminali- dade e recrutamento por facções. Precisamos trabalhar for- temente na prevenção. Quanto mais cuidarmos dos jovens hoje, mais serenidade teremos no futuro. Diário – Dom Antônio, dentro do calendário litúr- gico, é possível dizer qual é o tempo mais impor- tante: o Natal ou a Páscoa? Dom Antônio - Não podemos hierarquizar os mistérios de Cristo. Todos estão unidos e são inseparáveis. Não existe ressurreição sem o nascimento, nem nascimento sem a mis- são do Messias. Cada tempo litúrgico ressalta um aspecto específico: no Natal, a encarnação; na Páscoa, a paixão, morte e ressurreição. Fragmentar esses mistérios seria um atentado contra a unidade da Cristologia. Diário – O senhor celebra hoje a Missa do Natal na Catedral de São José. Qual o horário e como fun- ciona essa programação nas demais igrejas? Dom Antônio - Na Catedral, celebraremos às 19 horas. Nas demais paróquias há uma diversidade de horários, ge- ralmente entre 19 e 20 horas, conforme a organização de cada comunidade. O importante é celebrar o nascimento do Salvador. Diário – A tradição da Missa do Galo continua? Dom Antônio - Sim, continua. Antigamente era celebrada à meia-noite, quando o galo cantava. Hoje, por questões de segurança, o galo canta mais cedo, mas o sentido permane- ce o mesmo: fazer memória do nascimento de Jesus Cristo. Diário – A Diocese de Macapá tem uma das maio- res extensões territoriais do país. Como é esse desafio pastoral? Dom Antônio - A Diocese envolve os 16 municípios do Amapá e ainda ilhas do Pará, de Gurupá até Afuá. São 30 paróquias, cada uma com uma rede de comunidades. Já es- tive em todas as paróquias, mas ainda não em todas as co- munidades. Isso exige planejamento e um calendário bem articulado ao longo do ano. Diário – Esta também é a sua primeira Missa do Galo como bispo diocesano de Macapá, assim como o Papa celebra sua primeira como líder da Igreja. Qual o significado desse momento? Dom Antônio - É um momento muito especial. Tanto para o Papa quanto para mim, é a primeira Missa do Natal à frente do rebanho que nos foi confiado. Seguimos essa tra- dição para alimentar a fé do povo de Deus. Diário – Para encerrar, qual mensagem o senhor deixa para o povo do Amapá nesta noite de Natal, em um Estado laico, mas de maioria cristã? Dom Antônio - O Natal, para quem tem fé, é a memória do nascimento do Senhor. Ele nos convida à paz, à solida- riedade, à reconciliação e à bondade. Deus, para salvar a hu- manidade, começa pela família. Que possamos valorizar mais a família, tornando-a um ambiente de paz, bem-estar e amor. Que essas lições do Natal permaneçam em nossos co- rações. Texto: CLEBER BARBOSA PERFIL É o quinto bispo daDiocese de Macapá e pertence a Congregação Salesiana. Ele é filho deHipólito dos Santos Ribeiro (falecido, agropecuarista) e Domingas deAssis Ribeiro (agricultora, dona de casa). O religioso é o quinto filho de uma família de 11 irmãos (oito homens e três mulheres). Onovo bispo deMacapá nasceu no dia 26/07/1966 (58 anos) na zona rural domunicípio deCapitão Poço, no nordeste do Pará. Festas religiosas tradicionais no Amapá, como o aniversário do padroeiro de Macapá, SãoJosé, já serão conduzidas por DomAntônio Assis Ribeiro. BREVE BIOGRAFIA -Antônio de Assis Ribeiro estudou no Colégio Padre Ângelo Moretti na cidade de Ourém (PA). Concluiu seus estudos de filosofia em Manaus (1987– 1990) e depois na Universidade Católica de Brasília. Em Roma, estudou Teologia na Pontifícia Universidade Salesiana (1991– 1994) e obteve o mestrado em Teologia Moral na Academia Alfonsiana (1997– 1999).[1] - Com mais de 20 anos de atuação na indústria mineral, sendo 15 dedicados ao Estado do Amapá, construiu sólida expertise nas áreas operacional, ambiental, regulatória e estratégica do setor. Dom Antônio de Assis Ribeiro Natalnosconvida àreconciliação, àpazeao fortalecimento dafamília Natalnosconvida

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