Diário do Amapá - 28 a 29/12/2025
A RÁDIO O JORNAL AGORA WEBTV Luiz Melo |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 28 E 29 DE DEZEMBRO DE 2025 FALECOMOLUIZMELO E-mail: luizmello.da@uol.com.br Blog: www.luiz melo.blog.br Twitter: @luizmelodiario Instagram: @luizmelodiario© 2018 3 FROM RAPIDINHAS NÃO DUVIDEM… Lula e Flávio, se pudessem, um botaria veneno no champanhe do outro, e vice-versa. ■ SENTIDO OCULTO… “Segredos são mesmo difíceis de serem guardados…”. ■ CASO INSS… - “Sabedoria, quando é grande demais, engole o dono”. ■ Avanço Concluído com sucesso, Clécio monitora 1º teste de pouso do helicóptero do GEA no heliponto do Novo HE. “É mais um passo para entrega dessa grande obra, que representa mais vidas salvas e mais estrutura para cuidar das pessoas nos 16 municípios”, comemora o governador. Três salas amplas em local estratégico no entorno da Fortaleza de São José estão preparadas para atender gente com problema de saúde durante o Réveillon da Amazônia, garantiu o enfermeiro Diego Gama ao programa ‘Togas e Becas’ (Diário FM 90,9). As salas serão todas equipadas e com médicos, enfermeiros, técnicos e farmacêuticos para atendimentos. Contagem regressiva para o fim de 2025 e começo de 2026, este último, ano eleitoral que no Amapá promete ser um dos mais acirrados de todos os tempos. É só esperar. 2026, também ano em que deverá jorrar petróleo na costa atlântica amapaense. Alvíssaras Nesta segunda-feira, 29, ocorre licitação do Lote 2 da BR 156, no sentido Laranjal do Jari-Macapá. Este lote une Água Branca e Maracá. Concorrência Ibama deu “ok” para Dnit suprimir vegetação na extensão do Lote 1 da BR 156/Sul, trecho Laranjal do Jari- comunidade do Água Branca, onde canteiro de obras já está montado para iniciar asfaltamento de mais 60,1 quilômetros da rodovia. Licença Obra Prefeito Bruno Mineiro, no apagar das luzes de 25, dia 31 de dezembro assinará ordem de serviço para construção de mais uma UBS na sede do município, no bairro Adelino Gurjão. Assistência Senador Randolfe e prefeito Bala estão incansáveis, junto ao Dnit, acerca dos finalmentes da construção do Porto do Povo de Santana, previsto para ser inaugurado já no primeiro mês do ano novo. Tensão Juíza amapaense Lívia Peres, com trajetória marcada pela excelência técnica e compromisso com a justiça, tendo atuado na Justiça Federal no Amapá e no CNJ, é candidata ao desembargo do TRF1, cuja jurisdição abrange Distrito Federal e 13 estados brasileiros e reconhecida biografia. OAB-AP, por unanimidade, resolve dar apoio institucional à magistrada Lívia Peres, indo, através de seu presidente, Israel da Graça, interceder por ela no próprio TRF1, onde concorre ao desembargo, junto aos desembargadores que participarão da eleição e ainda à bancada parlamentar amapaense em BSB e na Assembleia Legislativa. Cabo eleitoral BC aciona STF e pede esclarecimentos a Toffoli sobre acareação no caso Master. • Entidades do setor financeiro saem em defesa do BC, em meio a embate com o STF por conta do Master. Reação Presidente Israel da Graça conta como uma das principais vitórias de seu mandato, que transcorre o 1º ano, a multiplicação por dois das baias no parlatório no Iapen. Após vários encontros institucionais comTjap e direção da penitenciária, número delas subiu de quatro para oito. Conquista Da gema ona Carlota vivia a sua vida de um século num velho sobradão de azulejos coloniais, em São Luís do Maranhão, envolta na solidão e nos mistérios de sua velhice final. Dali viu saírem em cortejo fúnebre os corpos dos pais; em seguida, o do marido e, depois, da filha única, que lhe contrariou o desejo de morrer primeiro, para não ficar sozinha. Os netos perderam-se nos caminhos do mundo e a abandonaram naquela morada, de onde nunca mais saiu. Só lhe restou o velho sobrado de três andares, onde havia tempo a grande família vivia, folgada- mente, importando roupas e vinhos da Europa. Sua linhagem era a dos tradicionais comerciantes de al- godão, no Maranhão das “soirées blanches”, do século 19. Dona Carlota era uma sobrevivente daqueles tempos. Recusara-se a morrer. Com os anos, foi perdendo o corpo e as posses. Primeiro, os cabelos pretos e a beleza; depois as joias, a prataria e, mais adiante, as louças, os serviços da Índia, os quadros, os conjuntos de palhinha D. João V, os lustres e apa- radores de cristal. Os salões foram ficando vazios, vazias as paredes, vazia a sala de jantar; o teto ar- riando, as telhas caindo, os forros despedaçados, as portas apodrecidas, aldrabas enferrujadas, janelas com vidros partidos, que não fechavam. Havia em tudo um cheiro de mofo e um ar de abandono. Dona Carlota confinou-se no velho quarto, com seus gatos e fantasmas. Comprou o que comer, du- rante muitos anos, com a venda dos seus pertences. Agora, vivia da caridade dos vizinhos, que sempre lhe deixavam no corredor um prato de comida. Com o tempo e os invernos de tempestades, o sobradão começou a desmoronar: perigo para a moradora. O corpo de bombeiros interditou o imóvel, mas Dona Carlota se recusava a sair. A cidade acompanhava o seu drama. Seu mundo era o sobradão e seus gatos. E os fantasmas, que chegavam com os ventos da noite. Certa vez, num Natal, perto da hora da Missa do Galo, mendigos, que se refugiavam na parte térrea do seu sobradão sem portas, encontraram no lixo uma caixa de sapatos vazia e resolveram fazer uma brincadeira de mau gosto com a Dona Carlota: iam levar a caixa vazia como se fosse um presente de Natal para a velha senhora de cabelos brancos e desgrenhados, que vivia escondida e de quem, vez ou outra, roubavam a comida. Fizeram um tosco pacote, enrolado com papel de embrulho, também achado na lixeira. E, sob a meia-luz que se formava a partir da rua, numa sombria diversão, subiram a escada de tábuas quebradas, com o corrimão coberto de excrementos de morcegos. Subiram trôpegos os degraus e chegaram ao antes grande e aristocrático salão dos banquetes, agora reduzido a lixo e abandono, teias de aranha, poeira e podridão. — Dona Carlota, trouxemos um presente de Natal para a senhora — disseram três vezes, cada um por seu turno. Ela, que há tantos anos não recebia um gesto de amor, que do Natal só conhecia a solidão, aproxi- mou-se deles, lamparina à mão. Olhou-os com be- nevolência, mas nada falou. Recebeu a caixa, desa- marrou o cordão, retirou o papel que a envolvia, e a sua face se iluminou. Os olhos brilhavam, e o rosto exprimia um sorriso de grande felicidade. Os mendigos, estranhando a sua reação, lhe per- guntaram: — O que a senhora ganhou, Dona Carlota? A velha senhora, olhando o interior da caixa vazia, onde via a coisa mais bela do mundo, respon- deu-lhes: — Um beijo de São José e Nossa Senhora, que vieram passar o Natal comigo. Os sinos da Igreja do Convento do Carmo tocaram em Aleluias. ■ Um conto de Natal E-mail: j.sarney@uol.com.br Ex Presidente do Brasil JOSÉSARNEY D
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