Diário do Amapá - 30/12/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 TERÇA-FEIRA | 30 DE DEZEMBRO DE 2025 Q uatro entidades que representam bancos, financeiras e fintechs di- vulgaram neste sábado (27) uma nota conjunta em defesa da atuação do Banco Central (BC) no caso da liquidação do Banco Master. O documento pede a preservação da autoridade técnica e da independência institucional do regulador, em meio a questionamentos sobre as de- cisões adotadas no processo. No comunicado, as entidades afirmam que a existência de um regulador técnico e independente é um dos pilares para a manutenção de um sistema financeiro só- lido e resiliente. Segundo o texto, o Banco Central vem exercendo esse papel com “supervisão bancária atenta e independente, de forma exclusivamente técnica, prudente e vigilante”. Na nota, as entidades do setor finan- ceiro alertampara os riscos de uma eventual revisão das decisões técnicas do regulador por outros órgãos. Segundo o documento, essa hipótese levaria a um “terreno sensível de instabilidade regulatória e operacional”, com insegurança jurídica e prejuízos à previsibilidade das decisões e à confiança no sistema financeiro. Assinama nota a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), a AssociaçãoNacional das Instituições de Crédito (Acrefi), a Fe- deração Brasileira de Bancos (Febraban) e a Zetta, entidade que representa empresas do setor financeiro e de meios de paga- mento. Juntas, as associações representam mais de 100 instituições, cerca de 90% do setor financeiro e 98% dos ativos do siste- ma. Atuação preventiva do BC O texto reconhece que o Poder Judi- ciário pode e deve analisar os aspectos jurídico-legais da atuação do BancoCentral, mas defende que o mérito técnico das decisões prudenciais seja preservado. Para as associações, enfraquecer a autoridade do regulador pode gerar impactos negativos para a economia e aumentar os riscos para depositantes e investidores, espe- cialmente pessoas f ísicas. As associações destacam que a su- pervisão do BC atua de forma preventiva, assegurando que bancos e demais insti- tuições mantenham níveis adequados de capital e liquidez, além de políticas de risco compatíveis com seus modelos de negócio. Como exemplo, citam o baixo número de instituições com problemas de solvência nos últimos anos, mesmo durante a crise financeira de 2008 e a pandemia de covid-19. Em nota separada, a Anbima, que re- presenta os mercados financeiro e de ca- pitais, também manifestou apoio à auto- nomia do Banco Central, afirmando que decisões de liquidação são técnicas, ba- seadas em critérios prudenciais, e que sua eventual reversão comprometeria a con- fiança nos pilares do sistema financeiro. Acareação As manifestações ocorreram no mes- mo dia em que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a realização de uma acareação no inquérito que apura irregularidades envolvendo o Banco Master. A audiência está marcada para a próxima terça-feira (30) e deve reunir o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, o con- trolador do Master, Daniel Vorcaro, e o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa. A acareação busca confrontar versões sobre a atuação do BC e sobre indícios de fraude na tentativa de venda do Master ao BRB. O processo corre sob sigilo no STF, após Toffoli avocar o caso, que tramitava na Justiça Federal de Brasília. A decisão foi tomada a pedido da defesa de Vorcaro e ocorre em meio a questionamentos sobre eventuais falhas no processo de su- pervisão e fiscalização do banco liquida- do. ■ ENTIDADES FINANCEIRAS DEFENDEM ATUAÇÃO DO BANCO CENTRAL NO CASO MASTER ASSOCIAÇÕES V Foto/ Marcello Casal JrAgência Brasil Omercado financeiro prevê que o ano de 2025 fechará com uma inflação de 4,32%, resultado abaixo do teto da meta. Com relação ao crescimento do país, manteve a expectativa da semana com o Produto Interno Bruto (PIB) em 2,26%. Por se tratar do último mês do ano, quando os números se apresentam praticamente consolidados, o Boletim Focus, produzido pelo Banco Central, após consultar o mercado financeiro, não apresentou, nesta segunda-feira (29), em Brasília, projeções para a taxa básica de juros - a Selic. Ela está em 15% ao ano. A taxa básica de juros situa-se no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano. Após chegar a 10,5% ao ano em maio do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro de 2024. A Selic chegou a 15% ao ano na reunião de junho, sendo mantida nesse nível desde então. Inflação As variações forammínimas tanto para a inflação como para o câmbio. No caso do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país), o mercado financeiro reduziu as expectativas pela sétima semana consecutiva. Há uma semana, a previsão estava em 4,33%; e há quatro semanas, em 4,43%. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para 2025 é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5%, e o superior, 4,5% (acima, portanto, do resultado es- timado, de 4,32%) Em novembro, a alta no preço das passagens aéreas fez a inflação chegar a 0,18%. Em outubro, o IPCA havia sido de 0,09%. Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses é 4,46%, também dentro da meta do Conselho Monetário Nacional - CMN. Para 2026, a expectativa do mercado financeiro é de que o IPCA fique em 4,05%; e para 2027 é de que o índice seja de 3,8%. ■ IPCA Mercado reduz previsão de inflação para 4,32% em 2025 ●

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