Diário do Amapá - 04/04/2025
FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA SEXTA-FEIRA | 04 DE ABRIL DE 2025 A Petrobras anunciou a redução de 7,9% no preço do querosene de aviação (QAV) a partir desta ter- ça-feira (1º), o que representa diminuição de R$ 0,31 por litro. O preço do QAV é estipulado pela Petrobras men- salmente, sempre no dia 1º. O combustível é um derivado do petróleo usado em aviões e helicópteros, se tratando do principal combustível utilizado no transporte aéreo comercial. No comunicado sobre a alteração de preço, a estatal informa que o novo patamar está 0,2% (R$ 0,01) acima do praticado em dezembro de 2024 e 29,2% abaixo da marca de dezembro de 2022. A Petrobras comercializa para as distribuidoras o QAV produzido nas refinarias da empresa ou importado. Uma vez comprado pelas distribuidoras, as empresas transportam o combustível e o vendem para companhias de transporte e outros consumidores finais nos aeroportos ou ainda para revendedores. No Brasil, o mercado de QAV é aberto à livre con- corrência, sem restrições para outras empresas atuarem como produtoras ou importadoras. Redução no diesel Nesta terça-feira passa a valer a redução de 4,6% no preço do diesel vendido pela Petrobras às distribuido- ras. A redução representa R$ 0,17, conforme anunciado pela presidente da estatal, Magda Chambriard, na se- gunda-feira (31). Ao participar de um evento sobre compra de crédito de carbono, na sede da empresa, no Rio de Janeiro, Chambriard adiantou para jornalistas que haveria uma redução “legal” no QAV no dia seguinte. ■ QAV Petrobras reduz preço do querosene de aviação em 7,9% ● ANP Produção de petróleo cresce 1,1% de janeiro para fevereiro A produção nacional de petróleo chegou a 3,488 milhões de barris por dia em fevereiro deste ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira (1º), no Rio de Janeiro, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O resultado foi 1,1% acima do anotado no mês anterior e 1,2% superior ao observado em fevereiro de 2024. Desse total, 2,74 milhões de barris por dia foram ex- traídos de poços localizados na camada do pré-sal, ou seja, 78,6% do total da produção nacional. Os campos marítimos foram responsáveis por 97,4% dos 3,488 milhões de barris. A produção de gás natural atingiu 158,76 milhões de metros cúbicos por dia, ou seja, houve queda de 1,2% em relação ao mês anterior. Na comparação com fevereiro de 2024, no entanto, foi anotado um aumento de 6,8%. Gás natural O pré-sal respondeu por 79,4% da produção de gás natural no país (126,02 milhões de metros cúbicos). Do total de gás produzido no Brasil 87,1% vieram de campos marítimos. O campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi a maior área produtora em fevereiro, com 760,73 mil barris de petróleo (21,8% do total da produção nacional) e 38,17 milhões de metros cúbicos de gás (24% do total) por dia. A plataforma que liderou a produção foi a FPSO Guanabara, localizada no campo de Mero, na Bacia de Santos, que extraiu, da camada pré-sal, 183,58 mil barris de petróleo (5,3% do total do país) e 12,03 milhões de metros cúbicos de gás (7,6% do total) por dia. ■ ● A medida do governo dos Estados Unidos (EUA) de impor tarifas a todos os parceiros comerciais, nessa quarta-feira (2), representa uma tentativa da maior potência do planeta de retomar a posição que a indústria do país já teve, além de tentar combater os déficits co- merciais de bens que somam cerca de US$ 1 trilhão ao ano. Essa avaliação é feita por diversos ana- listas, entre eles, o economista-chefe do BancoMaster, PauloGala, consultado pela Agência Brasil. O também professor em economia da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), contudo, avalia que as tarifas não podem sozinhas reverter a perda de competitividade da economia estadunidense, em especial, para a Ásia. “AÁsia foi muito eficiente emdesenhar políticas para desenvolver a indústria dela nos últimos 20 a 30 anos. Os governos do Vietnã, da Malásia, da Tailândia, da Indo- nésia, da China, até mesmo da Índia, têm conseguido desenhar políticas de inovação e industriais com subsídios ao desenvol- vimento tecnológico”, comentou. Oespecialista argumenta que o tarifaço representa “umchoque brutal” na economia mundial, o maior desde os anos 1930. Além disso, diz que não se tratam de tarifas recíprocas, como prometia o governo Trump, e que haverá impacto para eco- nomia brasileira, em especial, para alguns setores e empresas, como a Embraer. Em média, as tarifas aplicadas por Trump foramde 10% para países da Amé- rica Latina, de 20% para Europa e de 30% para Ásia, mostrando que o problema maior está no continente asiático. “Hoje, a Ásia deve ter quase 25% do mercado mundial de carro, para não falar da China com a BYD, que está quase ma- tando a Tesla nos mercados mundiais”, comentou Paulo. A Tesla é a fabricante de carros do multibilionário Elon Musk, dono da pla- taforma X e aliado do presidente Trump. Em 2023, a produção industrial dos EUA como parcela da produção industrial global foi de 17,4%, bem abaixo dos 28,4% de 2001, segundo dados da Casa Branca. “Grandes e persistentes déficits comerciais anuais de bens dos EUA levaram ao esva- ziamento de nossa base de manufatura; inibiu nossa capacidade de fabricação do- méstica”, justificou Trump. Paulo Gala diz que as tarifas não podem reverter o custo de produção nos EUA. “Oproblema é que o custo de produção nos EUA hoje é 5 a 6 vezes maior do que na Ásia. Enquanto a média salarial nos EUA é de US$ 5 mil, na Ásia é de US$ 1 mil”, disse. Choque brutal As medidas geram incerteza no mer- cado mundial, derrubam bolsas em todo o mundo e devem paralisar as decisões empresariais. Umamultinacional que pro- duz no Vietnã, na China, em Taiwan, ou na Europa, vai pensar duas vezes agora no que fazer, avalia Paulo Gala. “É o maior choque tarifário desde os anos 1930, é um choque tarifário brutal e omercado está reagindo commuita preo- cupação. Vai ter uma desestruturação dra- mática do comércio, investimentos e tecido produtivo”, acrescentou. Para ele, as tarifas devem pressionar a inflação interna dos EUA. “Todos os pro- dutos asiáticos ficam 30% mais caros. Equipamentos, máquinas, tratores, com- putadores, chips, tudo isso”, alertou. Tarifas recíprocas? Um dos principais argumentos da Casa Branca para o tarifaço desta semana é que os parceiros comerciais têmadotado tarifas aos produtos estadunidenses su- periores aos que os EUA aplicam nas suas importações e cita o caso do Brasil. ■ ENTENDA A GUERRA DE TARIFAS DE TRUMP E CONSEQUÊNCIAS PARA BRASIL TARIFAÇO V Foto/ Reprodução
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