Diário do Amapá - 08/04/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA TERÇA-FEIRA | 08 DE ABRIL DE 2025 Três instituições públicas de referência vão investir pelo menos R$ 200 milhões em micro, pequenas e médias empresas inovadoras na área de saúde. A parceria foi anunciada nesta segunda-feira (7) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Fi- nanciadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação Bu- tantan, responsável pela gestão de recursos do Instituto Bu- tantan. O esforço conjunto será para a criação de um Fundo de Investimento em Participação (FIP) que vai mirar em startups, empresas com potencial de inovação e grande uso de tecnologia. A intenção é o fortalecimento e adensamento tecnológico do ecossistema de inovação do Complexo Eco- nômico-Industrial da Saúde no Brasil, que faz parte da Nova Indústria Brasil (NIB), política de fomento industrial do governo federal. Como investimento, as três instituições buscamfortalecer a cadeia de suprimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Um edital de chamada pública foi lançado para a seleção do gestor e a estruturação do fundo de investimento. Aportes OBNDES, bancopúblicode fomento ligado aoMinistério doDesenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), deve aportar de R$ 50 milhões a R$ 125 milhões no FIP. O investimento será por meio da BNDES Participações S.A. (BNDESPar), subsidiária que atua como sócia em empre- sas. AFinep, empresa pública ligada aoMinistério daCiência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), destinará até R$ 60 milhões ao FIP. O Butantan ─ maior produtor de vacinas e soros da América Latina ─ é ligado ao governo de São Paulo e aportará ao menos R$ 50 milhões. ■ INICIATIVA BNDES, Butantan e Finep investirão R$ 200 milhões em startups de saúde ● INDICADORES ECONÔMICOS Estimativas do mercado para inflação e PIB permanecem estáveis As previsões do mercado financeiro para os prin- cipais indicadores econômicos em 2025 – a expansão da economia e o índice de inflação - ficaram estáveis na edição desta segunda-feira (7) do Boletim Focus. A pes- quisa realizada com economistas é divulgada semanal- mente pelo Banco Central (BC). Para este ano, a expectativa para o crescimento da economia está em 1,97%. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB - a soma dos bens e serviços produzidos no país - também foi mantida em 1,6%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2% para os dois anos. Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O re- sultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%. A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,90 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,99. Inflação A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – para 2025 foi mantida em 5,65% nesta edição do Boletim Focus. Para 2026, a projeção da inflação ficou em 4,5%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,78%, respectivamente. A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. ■ ● A s mulheres brasileiras receberam salários, emmédia, 20,9%menores do que os homens em 2024 em mais de 53mil estabelecimentos pesquisados com 100 ou mais empregados. A diferença salarial se manteve prati- camente estável emrelação a 2023, quando foi registrado que as mulheres recebiam 20,7% a menos que os homens. Em 2022, as mulheres recebiam 19,4% a menos. “Na remuneração média, os homens ganhamR$ 4.745,53, enquanto asmulheres ganham R$ 3.755,01. Quando se trata de mulheres negras, o salário médio vai para R$ 2.864,39”, diz o 3º Relatório de Trans- parência Salarial e Igualdade Salarial. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (7) pelosministérios daMu- lher e do Trabalho e Emprego (MTE). Foram analisados, ao todo, 19 milhões de empregos, 1milhão amais que no relatório de 2023. Emrelação àsmulheres negras, amédia salarial é 52,5% menor que a dos homens não negros. Em 2023, mulheres negras re- cebiam 49,7% a menos que os homens não negros. Alta gestão Nos cargos de alta gestão, de diretoras e gerentes, a diferença salarial é ainda maior, com mulheres recebendo 26,8% a menos que os homens. Se comparadas as mulheres com nível superior, a diferença em relação aos homens commesmo nível de escolaridade é aindamaior, commulheres com diplomas recebendo 31,5% a menos. Aministra daMulher, CidaGonçalves, considerou que a desigualdade entre mu- lheres e homens persiste porque ainda é necessário que sejam feitas mudanças es- truturais na sociedade. “Desde a responsabilidade dasmulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores”, disse a ministra. Os estados do Acre, Santa Catarina, Paraná, Amapá e São Paulo e o Distrito Federal registraram as menores desigual- dades salariais. Mais mulheres no mercado Os ministérios envolvidos na pesquisa destacaram como positiva a queda no nú- mero de empresas com menos de 10% de mulheres negras contratadas, de 21,6 mil para 20,4 mil. “Houve umcrescimentona participação das mulheres negras no mercado de tra- balho. Eram3,2milhões demulheres negras e passou para 3,8 milhões. Outra boa notícia é que aumentou o número de esta- belecimentos em que a diferença é de até 5% nos salários médios e medianos para as mulheres e homens”, informaram as pastas. Desigualdade estável A porcentagem da massa de todos os rendimentos do trabalho das mulheres, entre 2015 e 2024, variou de 35,7% para 37,4%, segundo dados do MTE. A subsecretária de Estatísticas do Tra- balho do MTE, Paula Montagner, avaliou que, apesar de as mulheres estarem mais no mercado de trabalho, o rendimento delas semanteve estável entre 2015 e 2024. “Essa relativa estabilidade decorre das remuneraçõesmenores dasmulheres, uma vez que o número delas no mercado de trabalho é crescente”, afirmou. O número de mulheres empregadas aumentou de 38,8 milhões em 2015 para 44,8 milhões em 2024, crescimento de mais de 6 milhões de vagas ocupadas por mulheres. Ode homens empregados cres- ceu no mesmo período em 5,5 milhões, chegando a 53,5 milhões no ano passado. Caso asmulheres ganhassem igual aos homens na mesma função, R$ 95 bilhões teriam entrado na economia em 2024, apontou o relatório. ■ MULHERES RECEBEM 20% A MENOS QUE HOMENS NO BRASIL DESIGUALDADE V Foto/ CNI/Miguel Ângelo/Direitos reservados

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=