Diário do Amapá - 13 e 14/04/2025

Instagram: @adanimelo.fisioped Fisioterapia |FISIOTERAPIA PEDIATRICA | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 13 E 14 DE ABRIL DE 2025 FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa Bronquiolite emCrianças: Um Alerta aos Pais e o Papel Essencial da Fisioterapia Respiratória 8 A bronquiolite é uma infecção respiratória viral aguda que acomete, predominantemente, lactentes e crianças menores de dois anos de idade. A condição, mais comum nos períodos de maior circulação de vírus respiratórios — como outono e inverno — é causada, na maioria dos casos, pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). or que as crianças são mais vulneráveis? A maior suscetibilidade dos bebês e crian- ças pequenas à bronquiolite está relacionada às características anatômicas e fisiológicas do sistema respiratório infantil. Nessa faixa etária, as vias aéreas são proporcionalmente mais estreitas, com menor calibre brônquico e menor diâmetro dos brônquios terminais. Isso significa que qualquer processo inflamatório ou acúmulo de secreção pode rapidamente com- prometer o fluxo de ar, dificultando a ventilação pulmonar. Além disso, os alvéolos pulmonares — estruturas responsáveis pelas trocas gasosas — ainda estão em desenvolvimento, e os músculos respiratórios, como o diafragma, apresentam menor resistência à fadiga. A complacência torácica (facilidade de de- formação da caixa torácica) também é maior, tor- nando o padrão respiratório mais dependente do esforço e menos eficiente. Essas condições tornam a criança mais propensa a quadros de obstrução bronquiolar e hipoxemia, especialmente quando há produção excessiva de muco e edema inflamatório, como ocorre na bron- quiolite viral aguda (BVA). Cenário atual e recomendação às famílias De acordo com o Boletim InfoGripe da Fiocruz (março de 2024), o VSR se mantém como o principal responsável pelas internações por infecção respiratória aguda grave em crianças menores de 5 anos, com aumento de notificações nas regiões Norte e Su- deste. O alerta é reforçado pelo Minis- tério da Saúde, que recomenda atenção redobrada de pais e cuidadores, so- bretudo nos primeiros meses de vida do bebê. Os sintomas iniciais da bronquio- lite incluem coriza, tosse seca e febre baixa, podendo evoluir rapidamente para dificuldade respiratória, chiado no peito, gemência, batimentos de asa nasal e cianose (coloração azulada dos lábios e extremidades). Atenção e cuidado aos pais A intervenção precoce é funda- mental para evitar complicações e hospitalizações prolongadas. Pais e cuidadores devem estar atentos aos sinais de agra- vamento da doença e procurar orientação médica ao menor sinal de dificuldade respiratória. Além disso, é essencial seguir as orientações dos profis- sionais de saúde quanto ao tratamento e às medidas de prevenção, garantindo um ambiente seguro e saudável para as crianças. A fisioterapia respiratória, quando realizada por profissionais capacitados, é uma aliada valiosa no tratamento da bronquiolite, contribuindo signifi- cativamente para a recuperação e o bem-estar das crianças afetadas por essa condição. Fisioterapia respiratória: tratamento e alívio dos sintomas A fisioterapia respiratória tem sido amplamente reconhecida como parte importante do manejo clí- nico da bronquiolite, especialmente nos casos mo- derados a graves. O objetivo principal é favorecer a limpeza das vias aéreas, melhorar a ventilação al- veolar, reduzir o esforço respiratório e prevenir complicações, como atelectasias e reinternações. A intervenção é sempre individualizada e depende da condição clínica da criança, sendo conduzida por fisioterapeutas especializados na área pediátrica. Sua atuação, integrada à equipe multiprofissional, contribui para a estabilidade do quadro respiratório e para o conforto do paciente durante o período de recuperação. Prevenção: a melhor forma de proteção A prevenção ainda é a melhor forma de proteger os pequenos. Medidas como higie- nização frequente das mãos, evitar exposição a aglomerações e ambientes fechados, não compartilhar utensílios e manter os am- bientes ventilados são fundamentais. Também é importante proteger as crian- ças da exposição à fumaça de cigarro, um fator que agrava significativamente os quadros respiratórios. Embora o Brasil tenha autorizado recentemente o uso de anticorpos mo- noclonais para prevenir o VSR em gru- pos de risco, a proteção universal ainda não está disponível. Por isso, o cuidado cotidiano e a atenção aos primeiros sinais continuam sendo as ferramentas mais eficazes na proteção da saúde res- piratória infantil. ■ P

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