Diário do Amapá - 30/04/2025
| ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA QUARTA-FEIRA | 30 DE ABRIL DE 2025 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje (28), em São Paulo, que o Brasil deverá “viver uma situação nova” com a reforma tribu- tária. “Se tem uma coisa que me dá otimis- mo, é essa reforma. Ela é muito mais pro- funda do que se pode imaginar e está li- dando com questões centrais para o au- mento da produtividade da economia bra- sileira. Porque a disputa, a partir dessa reforma, não se dará entre as empresas por quem tem o melhor planejamento tributário, mas de quemémais produtivo”, disse. Segundo o ministro, o governo já está trabalhando em um sistema que deve entrar no ar a partir do dia 1º de janeiro do próximo ano e que irá facilitar e sim- plificar o processo de tributação no país. “Acho que nós estamos preparados para não dar um salto apenas legislativo. Eu acho que nós vamos dar um salto de TI [tecnologia da informação] no Brasil, como poucos países têm condição de fazer.” “Acredito que vamos ver isso acontecer no sistema tributário. Vai ser tudo digital, não vai ter papel. Você vai conseguir fazer o acompanhamento de tudo online, você vai saber tudo o que está acontecendo online, em tempo real, até as estimativas de projeção e de crescimento você vai ter no computador. Isso vai dar capacidade de planejamento para o Estado e capaci- dade de planejamento para empresas.” Com tudo isso, defendeu o ministro, não haverá mais guerra fiscal no país. “O Brasil, que sempre patinou a vida toda nessa área, vai poder dar um salto de qua- lidade”, falou. “Penso realmente que o Brasil vai viver uma situação nova.” Na manhã de hoje, o ministro parti- cipou do evento J. Safra Macro Day, em São Paulo. Durante o evento, ele informou que deverá ir para a Califórnia, na próxima sexta-feira, para divulgar o plano nacional de data centers, uma política que ele acre- dita que vai fazer o investimentomelhorar muito no país. “Queremos começar a divulgar omar- co regulatório do Plano Nacional de Data Center. Somos deficitários na balança de serviço. Nós contratamos 60% da nossa TI fora do país, o que significa não apenas remessa de dólares para fora, mas subin- vestimento no Brasil e acredito que o lan- çamento dessa política vai fazer o investi- mento melhorar muito”, acrescentou. Turbulência estrangeira Tambémdurante o evento, oministro declarou que o Brasil tem tudo para crescer neste ano, apesar das turbulências estran- geiras. “Nós estamos falando de umcenário em que o Brasil tem tudo para crescer, mesmo com as turbulências geopolíticas que estão acontecendo que, na minha opinião, vão acabar sendo endereçadas ainda esse ano. Eu penso que o Brasil, em qualquer cenário, menos oumais favorável do ponto de vista externo, se cumprir com esse programa [econômico atual], vai se desenvolver com sustentabilidade”, disse. Para o ministro, ainda é preciso “pru- dência” para analisar os possíveis impactos da política de taxação do governo norte- americano. “O grau de incerteza sobre qual é o ponto de chegada dessa turbulência que foi causada ainda é grande. Nós temos que aguardar um pouquinho. Quando a incerteza é tamanha, você vai ter que ter alguma prudência, embora as conversas estejam acontecendo a todo vapor”. ■ BRASIL VAI VIVER SITUAÇÃO NOVA COM REFORMA TRIBUTÁRIA, DIZ HADDAD OTIMISMO V Foto/ Marcelo Camargo/Agência Brasil As condições climáticas desfavoráveis na Região Sudeste influenciaram negativamente as previsões para a produção de cana-de-açúcar no país no ciclo 2025/26, reduzindo em 2% o volume na comparação com o resultado obtido no ciclo anterior. A expectativa da Companhia Nacional de Abasteci- mento (Conab) é de que sejam colhidas 663,4 milhões de toneladas, segundo o 1º Levantamento da Safra de Cana-de-Açúcar 2025/26 divulgado nesta terça-feira (29), em Brasília. Segundo o estudo, a área destinada para a cultura deve se manter “relativamente estável” em relação a 2024/25, com um “ligeiro aumento” de 0,3%, totalizando 8,79 milhões de hectares. A produtividade média dos canaviais está estimada em 75.451 quilos por hectare, resultado que representa queda de 2,3% na comparação com a última safra. “Essa redução se deve às condições climáticas desfavoráveis durante as fases de desenvolvimento das lavouras em 2024”, explica a Conab. Norte e Nordeste São esperados cenários semelhantes nas regiões Norte e Nordeste. No caso da Região Norte, a expectativa é de aumento em termos de área destinada ao setor su- croenergético; e de melhora na produtividade, estimada em 82.395 kg/ha. A produção deverá ser de 4,2 milhões de toneladas. Com lavouras na fase de crescimento e previsão de colheita a partir de agosto, o Nordeste deverá ter cresci- mento em termos de área destinada à produção de cana. Espera-se aumento de 3,6% na produtividade, e uma co- lheita de 56,3 milhões de toneladas. ■ REDUÇÃO Conab estima produção de 663,4 milhões de toneladas de cana ● COTAÇÃO Dólar cai pela sétima vez seguida e fecha em R$ 5,64 Emmais umdia de recuperaçãonomercadofinanceiro, o dólar caiu pela sétima vez consecutiva, motivado principalmente por fatores internos. A bolsa de valores subiu pela sexta vez seguida e continua no maior nível desde setembro do ano passado. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (28) vendido a R$ 5,648, com recuo de R$ 0,039 (-0,68%). A cotação iniciou o dia estável, caiu para R$ 5,65 por volta das 11h, subiu para R$ 5,68 no início da tarde e recuou perto do fim das negociações, fechando perto das mínimas do dia. No menor nível desde 3 de abril, a moeda norte- americana acumula queda de 1,02% em abril e de 8,6% em 2025. Apenas nos últimos sete pregões, a divisa caiu 4,11%. Odia tambémfoi marcado por recuperação nomercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 135.015 pontos, com alta de 0,2%. As ações de petroleiras caíram, impulsionadas por uma nova queda do petróleo nomercado internacional, mas a queda foi compensada pela valorização de papéis de bancos, de construtoras e de empresas de edu- cação. Num dia sem grandes notícias da guerra comercial entre EstadosUnidos eChina, fatores internos influenciaram o mercado financeiro. Uma declaração do presidente do BancoCentral (BC), Gabriel Galípolo, de que as expectativas de inflação continuamdesconfortáveis aumentou as chances de que a autoridade monetária eleve a Taxa Selic (juros básicos da economia) na reunião doComitê de PolíticaMo- netária (Copom) na próxima semana. Taxas mais altas no Brasil estimulam a migração de capitais financeiros para o país. Isso beneficiou o real, que destoou de outras moedas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno, que caíram perante o dólar. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa
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