Diário do Amapá - 02/08/2025

Ao comentar sobre a atualização de tarifas impostas pelo governo norte-americano a produtos brasileiros, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (1º) que o governo busca cooperação com os Estados Unidos e que há muito espaço para parcerias entre os países. “É sobre isso que temos que jogar luz. Mostrar pra eles que não tem essa do Brasil cair no colo de A, B ou C. O Brasil é grande demais. Podemos realmente estreitar os laços de cooperação, desde que seja bom para os dois lados. E há muito espaço para isso. O Brasil, obviamente, concorre com os Estados Unidos em alguns aspectos, so- bretudo na produção de grãos, carne e uma série de coisas que eles produzem tanto quanto nós. Mas há muitas complementaridades também.” “Vamos fazer um esforço junto aos Estados Unidos pra mostrar que tem muito espaço para cooperação. Eles têm participado pouco de licitações no Brasil. Nossa in- fraestrutura está crescendo como há muito tempo não se vê. Se você pegar os indicadores de investimento em in- fraestrutura, eles são robustos. É isso que está segurando emprego, segurando renda. Então por que eles não podem participar mais da nossa economia? Estamos abertos. Não tem problema”, completou Haddad. Plano de contingência De acordo com o ministro, o governo brasileiro ainda trabalha nos detalhes de umplano de contingência voltado para setores afetados pelo tarifaço norte-americano. O pacote, segundo ele, pode ser anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva já na próxima semana. “Do nosso lado aqui, junto com o vice-presidente Ge- raldo Alckmin, estamos encaminhando para o Palácio do Planalto as primeiras medidas já formatadas para que o presidente julgue a oportunidade e a conveniência de sol- tá-las. Mas, a partir da semana que vem, já vamos poder, a julgar pela decisão do presidente, tomar as medidas de proteção da indústria e da agricultura nacionais.” “Vamos continuar prosperando, pelo Itamaraty, junto aos canais competentes para atenuar esses efeitos e fazer chegar às autoridades norte-americanas que efetivamente há muita desinformação a respeito do funcionamento da democracia brasileira.” ■ COOPERAÇÃO Haddad afirma que há espaço para parceria com os Estados Unidos ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, nesta sexta-feira (1°), que a equipe de governo e o Banco Central encontrem alternativas de financiamento para o setor imobiliário, em meio a saques da caderneta de pou- pança, que é a principal fonte de recursos para crédito habitacional no país. Segundo o presidente, a medida é importante para impulsionar as contra- tações pela classe média, no âmbito de Minha Casa, Minha Vida. “Nós fizemos uma reunião, dois me- ses atrás, em junho, e decidimos apre- sentar o maior programa habitacional da história deste país. Não só casa para os pobres, mas casa para classe média. Casa para um cidadão que trabalha, que ganha até R$ 12 mil, esse cara também tem direito a casa”, disse Lula durante cerimônia de entrega do Minha Casa, Minha Casa, no Palácio do Planalto. “Nós fizemos a reunião dia 24 de ju- nho, me pediram 30 dias para apresentar a proposta definitiva. De 24 de junho, passamos para 24 de julho, já estamos no mês de agosto. Então, tanto você, Jader [Filho] quanto o Carlos [Vieira], a Inês [Magalhães], o Rui Costa e o presi- dente do Banco Central me devem uma resposta”, cobrou. Lula citou os ministros das Cidades, Jader Filho, e da Casa Civil, Rui Costa; o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira; a vice-presidente de Ha- bitação da Caixa, Inês Magalhães; e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. No acumulado de 2025, a caderneta já teve resgate líquido de R$ 49,6 bi- lhões. A caderneta de poupança teve en- trada líquida de R$ 2,1 bilhões em ju- nho. Este é o segundo mês seguido de re- sultado positivo na poupança, após os quatro primeiros meses do ano de reti- radas. No acumulado de 2025, a caderneta tem resgate líquido de R$ 49,6 bilhões. Em 2023 e 2024, as retiradas líquidas da poupança foram R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente. Entre as razões para os saques está a manutenção da Selic – a taxa básica de juros – em alta, o que estimula a aplicação em in- vestimentos com melhor desempenho. Limites De acordo com o ministro Jader Filho, uma das sugestões é a liberação dos depósitos compulsórios da poupan- ça. Hoje, o Banco Central exige dos ban- cos o recolhimento compulsório de 20% sobre os recursos de depósitos de pou- pança. A ideia é que o percentual seja reduzido, o que liberaria mais recursos para o crédito imobiliário. Nesse sentido, para Jader Filho, 80% do dinheiro deve ser direcionado, ex- clusivamente, para contratos de habitação e com limite na taxa de juros. “Eu já disse isso ao presidente Galípolo, na úl- tima reunião que tivemos, que o Minis- tério das Cidades compreende que tem que ter essas duas condições para que a gente possa fazer esse lançamento. Ou a gente lança desse jeito ou a gente não deveria lançar, se não tiver essas duas travas”, destacou. “Os juros não podem ficar liberados para que esse recurso possa ser dado, porque nós temos que entender que te- mos um foco na questão da habitação. Nós temos que buscar a classe média que tem, hoje, dificuldade de alcançar financiamento […], estão faltando re- cursos para financiamento para classe média”, acrescentou. ■ LULA COBRA RECURSOS PARA CRÉDITO IMOBILIÁRIO PARA CLASSE MÉDIA V Foto/ Marcelo Camargo/Agência Brasil FINANCIAMENTO ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 SÁBADO | 02 DE AGOSTO DE 2025

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