Diário do Amapá - 05/08/2025
ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ TERÇA-FEIRA | 05 DE AGOSTO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Tarifaço na praia O famoso Posto 6, ao lado do Forte de Copacabana, no Rio, virou point da reciprocidade tarifária na relação Brasil-EUA. Os comerciantes da areia e calçada soltaram aviso de que cliente norte-americano que parar por ali terá taxação em 50% sobre consumos. Ponto de encontro de famosos e militares, o lugar também era frequentado pelo General Braga Netto no futevôlei de domingo. Haja gás A proposta de reforma regulatória da ANP para o setor de GLP, prevista para 2026, gera preocupações no mercado diante do lançamento do programa social “Gás para Todos”, que pretende triplicar o número de famílias beneficiadas por subsídios. Análise do BTG Pactual: a reforma pode comprometer a segurança operacional, reduzir os incentivos a investimentos e afetar negativamente o setor. Cidadania na COP Rito técnico Os setores de energia e saneamento se mobilizam para blindar contra pressões políticas a regulamentação da Lei de Licenciamento. O Instituto Pensar Energia e ABCON SINDCON defendem transparência e alertam: 39 obras federais de saneamento estão paradas. “Não se trata de permissividade, mas da aplicação de critérios técnicos preexistentes para agilizar obras essenciais”, diz Marcos Cintra, presidente do Pensar. Trava & avança A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no 2º trimestre de 2025, a menor desde o início da série histórica iniciada em 2012, segundo dados do IBGE (Pnad contínua). No 1º trimestre, a porcentagem registrada foi de 7%. Apesar da queda, há o número alarmante de 6,3 milhões ainda desempregados na faixa dos economicamente ativos. O plano B da COP30 Não é surpresa dentro do Palácio do Planalto a notícia do presidente da COP30, André Corrêa, de que delegações estrangeiras pedem o “cancelamento” de Belém. Com a crise hoteleira na capital paraense – falta de hotéis, escassez de leitos e preços altíssimos – o Governo do Brasil voltou a planejar dividir o evento da ONU entre a floresta amazônica e a praia carioca. A Coluna revelou isso dia 24 de março. O Rio de Janeiro já tem recebido, desde novembro passado, grandes eventos internacionais e, nesse plano B, seria o palco para hospedagem e reuniões de chefes de Estado e embaixadores. Já o “corpo técnico”, que abrange 2º e 3º escalões das delegações estrangeiras, cientistas e representantes de ONGs ficariam em Belém em novembro. ACarta final da COP30 sai por Belém, e os presidentes podem aparecer lá apenas por um dia para a foto oficial. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi levado hoje (4) pela Polícia Federal (PF) para a instalação de uma tornozeleira eletrônica. A medida foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Do Val foi levado para colocar o equipamento ao desem- barcar no aeroporto de Brasília, após viagem para a Flórida, nos Estados Unidos. A ordem de Moraes determinou ainda a apreensãodopassaporte diplomáticoutilizadopeloparlamentar para deixar o país. O ministro justiKcou a decisão aKrmando que o senador descumpriumedidas cautelares impostas anteriormente, como a entrega de todos os seus passaportes para que não pudesse deixar o país. Na decisão desta segunda-feira, Do Val foi ainda proibido de deixar sua casa à noite e também aos Kns de semana, feriados e dias de folga. Moraes ameaçou prender o senador caso ele descumpra novamente asmedidas cautelares impostas pelo Supremo.. Moraes reaKrmou a proibição de que ele use redes sociais. No Km do mês passado, o ministro havia deter- minado também o bloqueio de contas bancárias do senador. O senador é investigado pelo STF pela suposta campanha de ataques nas redes sociais contra delegados da Polícia Federal que foram responsáveis por investigações envolvendo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele também é suspeito de arquitetar um plano para anular as eleições de 2022. Pedido negado Em meados de julho, antes de sair do país, o senador pediu a Alexandre de Moraes autorização para viajar, mas o pedido foi negado. Não está claro como o parlamentar deixou o país mesmo comuma ordempendente de apreensão de seu passaporte. "Aconduta do investigado demonstra uma absoluta afronta à determinação do Poder Judiciário, uma vez que Marcos Ribeiro do Val requereu autorização para viajar ao exterior, tendo sido indeferido o pedido, e claramente burlou asmedidas cautelares impostas", escreveu Moraes em sua decisão. ■ MEDIDAS CAUTELARES Senador Marcos do Val é levado para colocar tornozeleira eletrônica A pesar de castigos f ísicos como palmadas, beliscões a apertos se- rem proibidos por lei, 29% das pessoas cuidadoras de crianças de até 6 anos admitemque utilizamesses métodos como estratégia de disciplina. Treze por cento reconhecem que fazem sempre. A constatação está no levantamento Panorama da Primeira Infância: O que o Brasil sabe, vive e pensa sobre os pri- meiros seis anos de vida, lançado nesta segunda-feira (4) pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. O estudo mostra que 17% dos cui- dadores consideramesses atos uma forma eKcaz de estratégia para a disciplina. Ou seja, 12% agridem mesmo sabendo que essa não é uma forma eKciente de edu- car. A pesquisa foi realizada em parceria com o Instituto Datafolha e entrevistou 2.206 pessoas em todo o país, sendo 822 cuidadores de crianças de até 6 anos. O lançamento marca o Agosto Verde, pe- ríodo de mobilização sobre a importância da primeira infância. Lei proíbe Aqui no Brasil, há mais de dez anos a Lei Menino Bernardo, também conhe- cida como Lei da Palmada (Lei 13.010/2014), proíbe esses tipos de cas- tigos f ísicos aplicados a crianças e ado- lescentes, com os autores das agressões podendo ser advertidos e encaminhados para cursos e programas de orientação. A lei foi batizada dessa forma para lembrar a morte de Bernardo Boldrini, de 11 anos, vítima de agressões e morto pela madrasta e pelo pai, emTrês Passos (RS), em abril de 2014. A diretora-executiva da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Mariana Luz, lamenta o percentual identiKcado pelo levantamento e considera que há repetição de um padrão cultural que não funciona como disciplinador. “A gente é o país do ‘eu apanhei, sim, e estou aqui, sobrevivi’. A gente é o país que diz ‘quem pariuMateus que embale’. A gente é o país que acha a criança infe- rior”, critica a diretora, em entrevista à Agência Brasil. “Não ajuda e não resolve”, conclui, sobre os castigos f ísicos. Consequências A Fundação Maria Cecilia Souto Vi- digal, uma organização da sociedade civil, reforça que nenhuma forma de vio- lência contra crianças é inofensiva e cita efeitos negativos, como desenvolvimento de agressividade, ansiedade, depressão, alémdas marcas f ísicas. A pesquisa iden- tiKcou ainda que 14% dos cuidadores admitem gritar e brigar com crianças. Apesar dessas respostas associadas a comportamento repressivo, os métodos disciplinares mais citados foram: con- versar e explicar o erro (96% dos entre- vistados) e acalmar a criança e retirá-la do lugar/situação (93%). ■ CASTIGOS APESAR DE PROIBIÇÃO, 29% ADMITEM PALMADAS E BELISCÕES EM CRIANÇAS V Foto/ Marcelo Camargo/Agência Brasil O Instituto Internacional Arayara ( https://arayara.org/ ) abriu inscrições para que instituições, coletivos e ativistas proponham eventos na Amazon Climate Hub. Com 421 m², o espaço dedicado a discussões e performances sobre justiça climática terá entrada gratuita e programação das 7h às 23h nos 15 dias da conferência. A ideia é atrair ONGs, lideranças indígenas, governos e pesquisadores.
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