Diário do Amapá - 15/08/2025
As vendas no comércio recuaram 0,1% na passagem de maio para junho. Esta é a terceira queda seguida registrada pela Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Somado aos dois resultados anteriores no campo ne- gativo (-0,4% emmaio e -0,3% em abril), o setor apresenta recuo de 0,8% em relação ao patamar de março deste ano, o mais alto já registrado pela série histórica do IBGE, que começa no ano 2000. No primeiro semestre, o comércio brasileiro acumula expansão de 1,8%. Já em 12 meses, soma 2,7%. Em com- paração com junho de 2024 houve crescimento de 0,3%. De acordo com o gerente Cristiano dos Santos, o mo- vimento dos três últimos meses é considerado estabilidade, no entanto, com tendência de baixa. "No geral, nesse primeiro semestre, a gente tem esse comportamento, um grande crescimento a ponto de chegar no topo em março, com esse arrefecimento, que está sendo bem lento", analisa. Segundo o pesquisador, os fatores que levaram à queda lenta dos últimos meses são a diminuição do crédito, provocada pela alta taxa de juros, e a inflação. Ao longo do primeiro semestre, a inflação oficial ficou acima da meta do governo (3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos). Oprincipal movimento do Banco Central para conter a inflação é esfriar a economia com a elevação da taxa de juros. Cristiano dos Santos enxerga tambémcomportamentos positivos no semestre, como o nível de emprego e renda, que dá força ao consumo. ■ IBGE Vendas no comércio recuam 0,1% em junho, 3º mês seguido de queda COTAÇÃO Dólar cai para R$ 5,38 e fecha no menor valor em mais de um ano Num dia de euforia no mercado financeiro, o dólar caiu para menos de R$ 5,40 e atingiu o menor nível emmais de um ano. A bolsa subiu mais de 1,5% e atingiu o nível mais alto emmais de ummês. Odólar comercial encerrou esta terça-feira (12) vendido a R$ 5,386, com recuo de R$ 0,058 (-1,06%). A cotação iniciou estável, mas despencou após a divulgação de dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos, até fechar próxima das mínimas da sessão. Amoeda estadunidense está no valor mais baixo desde 14 de junho de 2024, quando também estava em R$ 5,38. A cotação acumula queda de 3,82% em agosto e de 12,83% em 2025.O euro comercial também teve forte queda, re- cuando 0,46% e fechando em R$ 6,28. A cotação está abaixo de R$ 6,30 pela primeira vez desde 13 de maio. Omercado de ações também teve umdia de otimismo. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 137.914 pontos, com alta de 1,69%. O indicador atingiu o maior patamar desde 8 de julho, véspera do anúncio do tarifaço do governo de Donald Trump. A divulgação de que a inflação ao consumidor nos Es- tados Unidos ficou em 0,2% em julho e 2,7% no índice anualizado (projetado para os 12 meses seguintes) fez o dólar cair em todo o planeta. Como o indicador ficou dentro do previsto, aumentaram as chances de o Federal Reserve (Fed, Banco Central estadunidense) reduzir os juros da maior economia do planeta em setembro. No caso da bolsa de valores, a divulgação de que a in- flação oficial brasileira ficou em0,26% em julho impulsionou o Ibovespa. * Com informações da Reuters ■ ● ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa O Plano Brasil Soberano, conjunto de medidas anunciado na quar- ta-feira (13) em apoio às em- presas brasileiras prejudicadas pelo ta- rifaço norte-americano, teve repercussão entre as entidades representativas dos setores afetados, com elogios e sugestões de aperfeiçoamentos. As entidades têm manifestado interesse em colaborar para os próximos passos, no desafio de ajudar o governo brasileiro a tentar re- verter as tarifas de até 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Confederação Nacional da In- dústria (CNI) avaliou como positivas as medidas anunciadas pelo governo brasileiro, em especial a criação de linha de crédito especial com taxas de juros mais acessíveis, que pode chegar a R$ 30 bilhões; o adiamento por dois meses do pagamento de tributos fede- rais; e a reativação do Reintegra. “Recebemos positivamente pelo fato de contemplar muitas das demandas feitas pelas indústrias, federações e as- sociações setoriais, e também porque englobou dois conceitos básicos: con- tinuar negociando como prioridade e, o segundo, se novas medidas forem necessárias elas serão tomadas”, disse, em nota, o presidente da entidade, Ri- cardo Alban. Segundo ele, as medidas darão “um respiro” à indústria nacional. “Não que- remos só respirar, mas caminhar e, neste primeiro momento, o Plano Brasil Soberano representa abertura de mer- cado e reflete o esforço contínuo de manter o diálogo e buscar soluções”, destacou Alban propõe ao governo atuação no sentido de buscar novos mercados, em especial com a União Europeia, e acordos bilaterais. “A CNI seguirá trabalhando próxima ao governo para negociar e mitigar os impactos das tarifas, preservando a competitividade da indústria nacional”, informou a entidade ao avaliar que as medidas apresentadas “trarão alívio fi- nanceiro em momento crítico para o fluxo de caixa das empresas afetadas, permitindo que elas possam suportar esse momento”. Ricardo Alban também discursou durante o anúncio das medidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, ele informou que a CNI já contratou escritórios de advocacia para ajudar na defesa de interesses em ter- ritório norte-americano. Além disso, o presidente da CNI disse ter convicção de que o Congresso Nacional tratará “com a devida prioridade e presteza” a medida provisória durante sua trami- tação na Casa. Indústria Química Na avaliação da Associação Brasi- leira da Indústria Química (Abiquim), o governo deu “um passo importante” com o Plano Brasil Soberano. O setor exporta diretamente para os EUA cerca de US$ 2,5 bilhões por ano. “A Abiquim considera o pacote po- sitivo na preservação da competitividade e do emprego e reforça urgência de negociações com os EUA por mais ex- clusões setoriais do tarifaço”, informou, em nota, a associação. Segundo a associação, o plano anun- ciado representa um passo importante para mitigar os impactos do tarifaço imposto pelos EUA. A entidade, no en- tanto, manifestou preocupação com os impactos indiretos em setores deman- dantes de química — como plásticos, calçados, alimentos e vestuário. ■ "MUNDO ESTÁ ÁVIDO PARA FAZER NEGOCIAÇÃO COM O BRASIL", AFIRMA LULA V Foto/ Fernando Frazão/Agência Brasil REPERCUSSÃO ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 SEXTA-FEIRA | 15 DE AGOSTO DE 2025
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