Diário do Amapá - 17 e 18/08/2025

As conversas entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a expectativa de corte de juros nos Estados Unidos, fizeram o mercado financeiro ter um dia de recuperação. O dólar voltou a ficar abaixo de R$ 5,40, após duas altas seguidas. A bolsa de valores reverteu as perdas perto do fim das negociações e fechou estável. O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (15) vendido a R$ 5,398, com recuo de R$ 0,019 (0,35%). A cotação caiu para R$ 5,38 pouco antes das 10h e en- costou em R$ 5,40 diversas vezes ao longo da tarde, mas consolidou-se abaixo desse nível perto do fim das negociações. A moeda estadunidense fechou a semana com recuo de 0,7%. A divisa cai 3,62% em agosto e 12,66% este ano. O mercado de ações teve um dia volátil. Após cair 0,56% por volta das 15h, o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 136.840 pontos, com queda de apenas 0,01%. A bolsa brasileira subiu 0,31% na semana, acu- mulando ganho de 13,55% no ano. Sem grandes notícias no mercado interno, fatores internacionais dominaram o mercado cambial. Além das negociações entre Putin e Trump sobre a guerra na Ucrânia, voltou a prevalecer a leitura de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central estadunidense) tem 90% de chances de cortar os juros da maior eco- nomia do planeta em setembro, apesar de dados fortes do varejo do país. No cenário interno, a divulgação de balanços fi- nanceiros do segundo trimestre favoreceu a bolsa de valores. Apesar da queda de 40,7% no lucro do Banco do Brasil no primeiro semestre, os papéis da instituição financeira valorizaram-se 4,03% nesta sexta-feira, para R$ 20,65, com o entendimento de que os números vieram próximo do previsto. * Com informações da Reuters ■ COTAÇÃO Dólar cai para R$ 5,39 com expectativa de corte de juros nos EUA ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa A o participar da inauguração de uma montadora chinesa (GWM) de carros elétricos e híbridos na cidade de Iracemápolis (SP), a 160 km de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez elogios à China, “maior parceiro comercial do País”, e voltou a criticar o governo dos Estados Unidos. “Não dá para a gente aceitar a criação de uma imagem mentirosa contra um país como o Brasil, que não tem conten- cioso no mundo”, disse o presidente. A empresa chinesa estima investi- mento de R$ 4 bilhões até 2026 no país, o que já engloba a abertura da nova fá- brica. De 2027 a 2032, são previstos mais R$ 6 bilhões. “A China é o nosso principal parceiro comercial. A gente vai tentar brigar para que o comércio mundial seja equilibrado. A gente quer que volte o multilateralismo”, afirmou Lula. Aliado O presidente defendeu que o Brasil tem sido aliado da China por ummundo mais justo e um planeta mais sustentável. “É importante que as pessoas saibam que o comércio do Brasil com a China hoje é de US$ 160 bilhões contra US$ 80 bilhões com os Estados Unidos”, com- parou. Lula afirmou que, por causa de Trump, o Brasil vive uma “turbulência desnecessária”. “A ideia de passar para o mundo que o Brasil é um país horrível para negociar não é verdade. Eu não posso admitir que um presidente de um país do tama- nho dos Estados Unidos possa criar a quantidade de inverdades que ele tem contado sobre o Brasil”. O presidente pediu que mais em- presas chinesas desembarquem no Brasil para gerar mais empregos. Ele lembrou que quando deixou a presidência em 2010, havia comércio de 3,6 milhões de carros. Mais de uma década depois, as vendas estão na casa de 1,6 milhão de veículos. “É por isso que nós estamos recuperando a indústria com política de créditos”, disse. Lula afirmou que não aceita que paí- ses grandes sufoquem os menores. “Isso não é comércio justo. O comércio justo é aquele em que as regras são estabele- cidas em igualdade de condições para todo mundo”. Fábrica chinesa Lula lamentou que fábricas da nor- te-americana Ford tenham deixado o Brasil em 2021, e celebrou a chegada da empresa chinesa. “Essa visão que os chi- neses têm de que eles podem ocupar uma parte do mundo vendendo e pro- duzindo e ensinando, que nós vamos aproveitar”. Lula dirigiu-se aos diretores da em- presa chinesa e pediu que façam do Brasil uma base de vendas na América Latina. “Para quem quiser vir, nós esta- remos de braços e coração abertos”. Empregos O vice-presidente Geraldo Alckmin, também presente ao evento, lembrou que o Brasil tem a oitava maior indústria automotiva do mundo e que o país rece- beu sete novas montadoras. Ele elogiou a empresa chinesa que contará com um centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação. “Aqui são 700 empregos. Até o começo do ano que vem, 1.300, mais 10 mil indiretos”, disse Alckmin. Geraldo Alckmin citou que a indústria automotiva, ano passado, cresceu, no Brasil, 9,3%, enquanto que no mundo a média é de 2%. “A venda de veículos cresceu 14,1%. Em razão do ganho da massa salarial, caiu o desemprego”. ■ EM INAUGURAÇÃO DE MONTADORA, LULA DEFENDE RELAÇÃO COMERCIAL COM CHINA V Foto/ Ricardo Stuckert/PR MULTILATERALISMO ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 17 E 18 DE AGOSTO DE 2025

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