Diário do Amapá - 21/08/2025
Os trabalhadores com operações antigas de crédito consignado poderão, embreve, fazer a portabilidade sem sair de casa, por meio do celular. A partir desta quinta-feira (21) e até novembro, o Mi- nistério do Trabalho e Emprego (MTE) transferirá cerca de 4milhões de contratos antigos para a plataforma Crédito do Trabalhador, que fornece crédito com juros mais baixos a trabalhadores com carteira assinada. Os contratos antigos pertencem a funcionários que trabalham ou trabalhavam em empresas que tinham parceria com bancos para oferecer empréstimos com des- conto das parcelas no salário. No modelo antigo, as empresas privadas tinham de fazer convênios com determinado banco para possibilitar o desconto na folha de pagamento. O trabalhador CLT tinha a opção de pegar o crédito consignado apenas na instituição com a qual o empregador assinou o convênio e compartilhou os dados funcionais. Essemodelo será extinto em novembro. Com o Programa Crédito do Trabalhador, mais de 70 bancos e instituições financeiras poderão ter acesso ao perfil de trabalhadores com carteira assinada através do eSocial, sistema eletrônico obrigatório que unifica infor- mações trabalhistas, previdenciárias e fiscais de empregadores e empregados de todo o país. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o volume de crédito consignado privado poderá ultrapassar os R$ 120 bilhões neste ano. Desde junho, o trabalhador pode fazer a portabilidade de operações antigas do crédito consignado privado, esco- lhendo a instituição financeira que oferecer as melhores condições (como juros baixos e parcelas reduzidas). ■ NOVA PLATAFORMA Governo vai migrar 4 milhões de contratos para app do consignado CLT COTAÇÃO Dólar segue mercado internacional e sobe para R$ 5,43 Em dia de pressão no mercado internacional, o dólar subiu e voltou a ficar acima de R$ 5,40. In- fluenciada por dados domésticos, a bolsa valorizou-se quase 1% e voltou a superar os 137 mil pontos. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (18) vendido a R$ 5,435, com alta de R$ 0,036 (+0,68%). A cotação operou em alta durante todo o dia, mas fir- mou a tendência de alta à tarde. Na máxima do dia, por volta das 15h40, chegou a R$ 5,44. Apesar da alta desta segunda, a moeda estaduni- dense cai 2,97% em agosto. Em 2025, a divisa recua 12,07%. Ao contrário do câmbio, o mercado de ações teve uma segunda-feira de recuperação. Após três quedas seguidas, o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 137.322 pontos, com alta de 0,72%. O dólar teve um dia de força em todo o planeta, emmeio às negociações sobre a Guerra na Ucrânia. A moeda subiu perante as principais divisas do planeta, porém subiu mais em relação ao real, que tinha se apreciado bastante nos últimos dias. Na bolsa de valores, a divulgação de que a estimativa para a inflação em 2025 pelas instituições financeiras veio abaixo de 5% pela primeira vez motivou a alta nas ações. Isso porque, com a inflação sob controle, aumentam as chances de o Banco Central (BC) cortar os juros no início do próximo ano. *com informações da Reuters ■ ● ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa E m meio à imposição de tarifas co- merciais pelo Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da França, Emmanuel Ma- cron, se comprometeram, nesta quarta- feira (20), coma conclusão das negociações para a assinatura do acordo entreMercosul e União Europeia. Negociado há mais de 20 anos, o acordo ainda encontra resis- tências, especialmente da França, para entrar em vigor. Enquanto o líder francês afirma que o acordo não leva em consideração exi- gências ambientais na produção agrícola e industrial, Lula rebate afirmando que a França é protecionista sobre seus interesses agrícolas. Neste semestre, o Brasil está na presidência do Mercosul e tem por objetivo finalizar o acordo com os euro- peus. A sinalização do francês vai ao en- contro dos interesses do Brasil na diver- sificação de parcerias e a ampliação de acordos que fortaleçam os países do Sul Global. “Macron e Lula comprometeram-se a ultimar o diálogo com vistas à assinatura do acordoMercosul-União Europeia ainda neste semestre, durante a presidência brasileira do bloco”, disse o Palácio do Planalto em nota após o telefonema entre os dois líderes. “OBrasil continuará trabalhando para concluir novos acordos comerciais e abrir mercados para a produção nacional”, acrescenta a nota. O presidente brasileiro telefonou para Macron na manhã desta quarta-feira e, na ligação, que durou quase 1 hora, os dois líderes trataramde temas das agendas global e bilateral. “Reafirmaram seu apoio ao multila- teralismo e ao livre comércio”, disse o Palácio do Planalto, acrescentando que também “reafirmaram a intenção de pro- mover maior cooperação entre os países desenvolvidos e o Sul Global, em favor do comércio baseado em regras multila- teralmente acordadas”. Acordos O Mercosul também fechou acordo com a Associação Europeia de Livre Co- mércio (Efta), formado por Islândia, Liech- tenstein, Noruega e Suíça, e temnegociado com novos parceiros, como Japão, Vietnã e Indonésia. Nesse contexto, o presidente Lula também está articulando uma cúpula vir- tual do Brics, para setembro. Especialistas consultados pela Agência Brasil avaliam que a medida dos Estados Unidos também é uma chantagempolítica com objetivo de atingir o Brics, grupo de potências emergentes que tem sido en- carado porWashington como uma ameaça à hegemonia estadunidense no mundo, em especial, devido à proposta de subs- tituir o dólar nas trocas comerciais. Em 6 de agosto, Trump elevou a tarifa de importações de alguns produtos para 50% contra o Brasil em retaliação a deci- sões que, segundo o presidente norte- americano, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julga- mento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022. Na conversa comMacron nesta quar- ta-feira, o presidente Lula repudiou o uso político de tarifas comerciais contra o Brasil e relatou ao francês as medidas que o governo adotou para proteger os trabalhadores e as empresas brasileiras e informou sobre o recurso que o Brasil apresentou à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as “injustificadas tarifas norte-americanas”. ■ LULA E MACRON SE COMPROMETEM A MAIS DIÁLOGO PARA ACORDO MERCOSUL-UE V Foto/ Ricardo Stuckert/PR NEGOCIAÇÕES ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 QUINTA-FEIRA | 21 DE AGOSTO DE 2025
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