Diário do Amapá - 26/08/2025

ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ TERÇA-FEIRA | 26 DE AGOSTO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Brasil seco A seca chegou commais intensidade no Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil em julho deste ano, conforme dados do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas, a ANA. O Nordeste apresentou 9% do território em seca extrema, o pior registro desde 2019. O Estado passa por um duro processo de estiagem, como publicado pela Coluna. A condição mais branda do fenômeno foi na região Norte. Pó boliviano O narcotráfico boliviano movimenta US$ 5 bilhões/ano e é responsável por 80% da cocaína que chega ao Brasil. Isso foi revelado pelo ex-presidente Tuto Quiroga há 10 anos a este colunista. Mas ele acredita que hoje deve ser mais! A Bolívia exporta “mais cocaína para o Brasil do que gás”, repete na campanha. Quiroga, um nome da direita, é candidato a presidente na Bolívia, e disputará o 2º turno com um nome de centro. Agenda ESG Interferência? O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) quer esclarecimentos do chanceler Mauro Vieira a respeito das denúncias feitas por Mike Benz, ex-funcionário do Governo dos EUA. Benz alega interferência estrangeira nas eleições presidenciais de 2022 no Brasil. Para ele, que não apresentou prova alguma, o Judiciário brasileiro e o Governo Biden atuaram para favorecer o presidente Lula da Silva. Imóveis dos milhões O mercado imobiliário do Distrito Federal movimentou R$ 12,25 bilhões no 1º semestre de 2025, alta de 18% em relação ao período anterior. Apesar da alta, o número de escrituras de compras e vendas caiu 6,7%, passou de 18.166 para 16.953. Ou seja, houve menos vendas porém de valores mais altos. A arrecadação do ITBI também apresentou queda. A análise foi apresentada pela Imobiliária Re/max a corretores. Pelo PIX gratuito Com rumores sobre possíveis cobranças no uso do PIX circulando na praça, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) apresentou um Projeto de Lei para proteger o sistema de pagamentos. O intuito é evitar a taxação do PIX e dos usuários, além de manter a operação exclusiva pelo Banco Central do Brasil. Para o parlamentar, o Governo Federal tem demonstrado má vontade em apoiar uma proposta mais robusta. Como é o caso da PEC 65/2023 (que amplia a autonomia financeira do BC), de relatoria do senador amazonense. O novo projeto, que tramita commais rapidez, estabelece as seguintes garantias: gratuidade de uso por pessoas físicas, acesso igualitário aos serviços e à infraestrutura, proibição de cobrança para Pessoa Jurídica – que passou a pagar por transações – privacidade dos usuários e segurança contra fraudes. A té o fim de 2025, o Brasil espera que ao menos 64% dos estudantes concluintes do 2º ano do ensino fun- damental estejam plenamente alfabetizados. Isso sig- nifica serem capazes de ler frases e textos curtos e, ainda, localizar informações explícitas em textos curtos, como os de bilhetes ou crônicas, entre outras habilidades definidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A meta foi estabelecida no Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) do Ministério da Educação (MEC), lançado em 2023, que opera em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Para o CEO da Fundação Lemann, Denis Mizne, o país precisa dar prioridade política para a alfabetização e com- preender que, apesar de ser considerado um assunto "velho" na pauta de educação, o problema ainda não foi superado. Em entrevista à Agência Brasil, ele comentou os desafios a serem superados para que o patamar de 80% das crianças alfabetizadas possa ser alcançado e destacou a necessidade de melhorar a aplicação dos recursos do programa e empenhar esforços para buscar as crianças mais vulneráveis dentro de cada escola e rede de ensino. Em 2024, a proposta do compromisso nacional foi de ter 60% dos estudantes alfabetizados, mas as redes de ensino "passaram raspando": 59,2% dos 2 milhões de crianças bra- sileiras avaliadas pelos estados nessa etapa de ensino, em 42 mil escolas brasileiras, alcançaram o Indicador Criança Al- fabetizada, ou seja, foram consideradas alfabetizadas. Para 2030, a meta é mais ambiciosa: no mínimo, 80% das crianças brasileiras devem saber ler e escrever ao fim do 2º ano do ensino fundamental. O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada já tem a adesão de todos os estados e de 99% dos municípios, o que foi comemorado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a entrega do Prêmio MEC da Educação Bra- sileira, neste mês. Até 2024, apenas o estado de Roraima não havia firmado o CNCA. ■ EDUCAÇÃO País precisa dar prioridade política à alfabetização, diz especialista C hefes de Estado e representantes de paísesmembros daOrganização do Tratado de Cooperação Ama- zônica (OTCA) divulgaram neste sábado (23) a Declaração de Bogotá, aprovada no dia anterior, na capital colombiana, durante o quinto encontro de líderes regionais, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento serviu como plataforma para atualizar compro- missos dos países que compartilham a maior floresta tropical do planeta na pro- teção do bioma. Também foi mais uma oportunidade de engajar os vizinhos no esforço de participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Cli- máticas (COP30), em Belém, no Pará, a primeira realizada em solo amazônico. "O resultado da cúpula de Bogotá foi positivo. A declaração consolida o ciclo iniciado emBelém, reafirma aDeclaração de Belém (2023) como o quadro de refe- rência da cooperação regional amazônica e estabelece direções claras para ação ime- diata emclima, florestas, biodiversidade e restauração, bioeconomia, proteção de povos indígenas, segurança ambiental e fortalecimento institucional—comimpulso direto à cooperação regional", afirmou à Agência Brasil oMinistério doMeio Am- biente e Mudança do Clima. Entre os pontos da declaração, os países amazônicos reforçaram a urgência de ações coordenadas contra o desmata- mento e a perda de biodiversidade, ali- nhadas ao Acordo de Paris, para evitar o chamado "pontodenão retorno" dafloresta, um limite a partir do qual a floresta pode não conseguir mais se regenerar e entrar emum colapso irreversível, transforman- do-se em um bioma mais seco, menos denso, e perdendo a capacidade de absorver carbono e ajudar a regular o clima global. A falta de metas mais claras sobre isso frustrou integrantes da sociedade civil que participaram da cúpula em Bogotá. "Em 2023 nossa luta foi para evitar que a Amazônia chegasse ao ponto de não retorno. Aqui emBogotá o que escu- tamos de especialistas, lideranças indígenas, ribeirinhos, dos povos da floresta, é que a Amazônia já está no ponto de não retorno, ou seja, o risco é absoluto e os desafios aindamaiores. Os dados sobre queimadas na Amazônia no ano de 2024, principal- mente na Bolívia e no Brasil, corroboram o que os povos percebemna prática. Nesse sentido, é preocupante que mais uma vez não tenhamos metas firmes e concretas contra o desmatamento e a perda da nossa floresta", aponta João Pedro Galvão Ra- malho, coordenador de articulação do co- letivo Pororoka e membro do Comitê In- ternacional do Fórum Social Pan-Ama- zônico (FOSPA). Para o MMA, a questão do ponto de não retorno ainda não está dada concre- tamente. Apasta destacou a criação, pelos governos da região, de umgrupo científico especializado. ■ OTCA DECLARAÇÃO DE BOGOTÁ AVANÇA EM COORDENAÇÃO, MAS FRUSTRA EM METAS V Foto/ Ricardo Stuckert / PR O setor privado brasileiro tem a maior representação na Agenda ESG (Environmental, Social, and Governance): são 91,2% das ações ponderadas. Mas duas empresas públicas (Banco do Brasil e A Itaipu Binacional) figuram no Top 5 do ranking do Anuário Integridade ESG 2025. O recorte aponta que organizações privadas são predominantes nas iniciativas ambientais, sociais e de governança.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=