Diário do Amapá - 26/08/2025
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou neste sábado (23) que o Brasil vai superar a crise comercial aberta com as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos (EUA) e lembrou da menor dependência em relação ao mercado norte- americano, comparado a décadas passadas. "Vai passar. Na década de 1980, era 24% a nossa exportação para os EUA, praticamente um quarto das exportações brasileiras. Hoje, é 12%. E o que está afetado é 3,3%. Isso é o que está afetado no ta- rifaço", observou o vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, durante participação em debate sobre conjuntura política promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília. Alckmin lembrou que, no momento, cerca de 36% das exportações aos EUA são as mais afetadas pela tarifa de 50%, e que elas atingem de forma mais preocupante alguns setores da indústria de manufatura, como máquinas e equipamentos e in- dústria têxtil. "Indústria de máquinas, equipamentos, calçados e têxtil. Esses são os que sofrem mais. Porque comida, [como] carne, se eu não vendi lá, eu vou ter outros mercados. Não vai cair o mundo. Café, se eu não vendi lá, vou vender em outro lugar. Agora, produto manufaturado é mais dif ícil de você realocar. Acaba realocando, mas demora um pouco mais", pontuou o vice-presidente, que vem atuando como o principal negociador do Brasil nessa questão. "Não vamos desistir de baixar essa alíquota e tirar mais produtos", insistiu o vice, ao lembrar que cerca nem todo produto exportado pelo Brasil foi sobretaxado. Cerca de 42% deles ficaram de fora da alíquota de 50%, enquanto outros 16% foram incluídos em taxas que atingem outros países na mesma pro- porção, como é o caso do aço, alumínio e cobre. ■ INDEPENDÊNCIA Tarifaço de Trump afeta 3,3% das exportações brasileiras ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou neste sábado (23) os governos anteriores por não corrigirem a tabela do Imposto de Renda, fazendo com que mais de 20 milhões de brasileiros de menor renda passassem a pagar o tributo sobre os salários. "A não correção do Imposto de Renda promoveu um enorme aumento de im- postos das camadas economicamentemais frágeis. Ou seja, os sete anos de não correção da tabela do Imposto de Renda incluiu, no pagamento deste tributo, alguma coisa em torno de 20milhões de brasileiros que não deveriamestar pagando Imposto de Renda e passaram a pagar nos governos Temer e Bolsonaro", afirmou Haddad. A declaração foi dada durante partici- pação do ministro em um debate sobre conjuntura política promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), emBrasília, evento que também contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, de par- lamentares petistas e integrantes da legen- da. A tabela de IR ficou congelada entre 2015 e 2022, desde o fim do governo de Dilma Rousseff (que sofreu impeachment em2016), passando pelas gestões deMichel Temer e Jair Bolsonaro, acumulando defa- sagemdemais de 36%no período, segundo cálculos do Sindicato Nacional dos Audi- tores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional). Ao longo de todo esse período, somente trabalhadores que ganhavam até R$ 1.903 estavam isentos. Em2024, o governo do presidente Luiz InácioLula da Silva elevou a faixa de isenção para R$ 2.824 e, em maio deste ano, essa faixa de isenção passou a beneficiar quem ganha até R$ 3.036. Agora, a expectativa é pela aprovação da isenção para quemganha até R$ 5 mil, uma promessa de campanha deLula e avançouessa semananoCongresso Nacional. "Serão 25 milhões de brasileiros bene- ficiados coma correçãoda tabelado Imposto de Renda. E uma proposta neutra do ponto de vista fiscal, porque passa a cobrar, de 141 mil brasileiros, um imposto que hoje eles não pagam. São brasileiros que têm renda de mais de R$ 1 milhão por ano. Es- tamos fazendo alguma justiça tributária, cobrando de quem não paga, do ápice da pirâmide, 142 mil brasileiros é 0,01% da população economicamente ativa, para fa- vorecer 25milhões de brasileiros", destacou Haddad. Para Haddad, a medida vai isentar a maioria dos trabalhadores comcarteira as- sinada (CLT), com impacto no fortaleci- mento da renda e estímulo do mercado interno de consumo, beneficiando direta- mente a economia. A Câmara dos Deputados aprovou na última quinta-feira (21), por unanimidade, o requerimento de urgência do projeto de lei (PL) que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil. A matéria prevê tambémredução parcial do imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350. De autoria do governo federal, o PL 1.087 de 2025 é relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL). Para compensar a perda de arrecadação com a isenção do IR, o texto já aprovado emcomissão especial da Câmara prevê uma alíquota extra pro- gressiva de até 10%para quemganha acima de R$ 600 mil por ano, ou R$ 50 mil por mês. Estudo doDepartamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estimaque amudançapode ampliar de 10 milhões para 20 milhões o total de trabalhadores isentos do IR. Já a redução parcial do imposto para quem ganha até R$ 7,3 mil deve alcançar 16 milhões de pessoas. Atualmente, é isento do IR quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036 por mês). ■ HADDAD: 20 MILHÕES DE BRASILEIROS NÃO DEVERIAM ESTAR PAGANDO IR V Foto/ Divulgação PT ISENÇÃO ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 TERÇA-FEIRA | 26 DE AGOSTO DE 2025
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