Diário do Amapá - 07/02/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA SEXTA-FEIRA | 07 DE FEVEREIRO DE 2025 O aposentado e pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ganhará mais tempo para quitar os empréstimos consignados. Oministro da Previdência Social, Carlos Lupi, anunciou nesta quarta-feira (5) o aumento do prazo de pagamento das parcelas de 84 para 96 meses (sete para oito anos). A decisão também beneficia as fa- mílias que recebem o Benef ício de Prestação Continuada (BPC). Segundo o ministro, o INSS igualou o prazo do consignado ao do praticado na mesma modalidade de crédito aos servidores públicos. A mudança, ressaltou o mi- nistro, aliviará o valor das prestações. “Estamos acompanhando esse prazo e com isso esperamos aliviar um pouco o peso da prestação. Chegamos à de- cisão no começo deste ano pela quan- tidade de empréstimos consignados que existe, mais de 16 milhões, e pelo aperto que as pessoas passam”, declarou o ministro em entrevista coletiva. Nesta quinta-feira (6), o INSS pu- blicará uma instrução normativa com o aumento no prazo. A extensão vale tanto para quem tem o crédito con- signado tradicional, o cartão de crédito consignado e o cartão consignado de benef ício. Lupi também explicou que, nos três casos, o segurado poderá renovar o crédito com mais 12 meses de prazo para pagar. O ministro informou que a Previdência e o INSS fizeram simu- lações e que as novas regras trazem vantagens aos bancos porque a ina- dimplência é próxima de zero nessa modalidade. “A mudança é positiva para o sis- tema financeiro, porque possibilita uma negociação mais ampla [entre os bancos e os tomadores]”, destacou. Teto de juros O aumento no prazo ocorre cerca de um mês após o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovar o aumento no teto de juros no crédito consignado do INSS. As taxas para os empréstimos pessoais passaram de 1,66% para 1,8% ao mês. O teto dos juros do cartão de crédito consignado foi mantido em 2,46% ao mês. O teto foi elevado por causa dos recentes aumentos na Taxa Selic (juros básicos da economia), atualmente em 13,25% ao ano. Com as altas nos juros básicos, os bancos pararam de oferecer o crédito consignado do INSS. As ins- tituições financeiras pediam um teto maior, de 1,99% ao mês. ■ BPC Opreço do café deve continuar subindo nas próximas semanas, pelo menos até a safra deste ano, que começa a ser colhida por volta de abril oumaio. A afirmação é da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). A principal causa do aumento nos preços são os eventos cli- máticos, que influenciam na safra do grão. O aumento do consumo em todo o mundo e a chegada de um novo mercado consumidor global, a China, também influenciam. Segundo a entidade, esse impacto sobre os preços deve se manter por mais dois ou três meses. Depois, deve vir um momento de arrefecimento no valor do produto, com uma certa estabilização. Aqueda de preços, no entanto, só deverá acontecer a partir da safra do próximo ano, estima a asso- ciação. O aumento no preço do café vem sendo observado desde novembro do ano passado. E não é um fenômeno apenas no Brasil, que é o principal exportador mundial de café no mundo, representando quase 40% da produção mundial, seguido pelo Vietnã (em torno de 17%) e pela Co- lômbia. Safra Em 2020, a safra brasileira bateu recordes, mas os anos seguintes foram ruins para a lavoura, influenciado pelo clima. Em 2021, houve uma geada que dizimou quase 20% da safra de arábica. Em2022, ela não conseguiu se recuperar – no geral, a safra demora dois anos para que isso ocorra, explicou a Abic. Já em2023, a lavoura sofreu os efeitos do El Niño [fenô- meno que afeta o clima emtodo o planeta], comumperíodo longo de estiagem e altas temperaturas. E, no ano passado, o fenômeno que atuou foi o La Niña, que trouxe chuvas alongadas. “Isso émuito ruimpara a lavoura”, explicou o presidente da Abic, Pavel Cardoso, acrescentando que a safra que será colhida neste ano será ligeiramente menor que a do ano passado. “Esse acúmulo de quatro anos de problemas climáticos e o crescimento da demanda global dão a explicação dessa escalada de preços no café”, ressaltou. Comtodos esses problemas climáticos afetando a lavoura, os produtores precisaramaumentar os gastos para a produção. Com isso, o custo da matéria-prima subiu. A indústria, in- formou a Abic, teve aumentos superiores a 200% e teve que repassar parte disso, em torno de 38%, ao consumidor. ■ ABIC Clima e aumento do consumo devem manter preço do café em alta ● PRAZO DO CRÉDITO CONSIGNADO DO INSS SOBE DE 84 PARA 96 MESES A reforma do Imposto de Renda (IR), a limitação a supersalários no serviço público e mudanças na Previdência dos militares estão entre as 25 prioridades da equipe econômica no Congresso para 2025 e 2026. O mi- nistro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou nesta quarta-feira (5) uma lista das pautas econômicas ao novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Outras propostas que são destaque são a regulamentação das big techs (gran- des empresas de tecnologia) e a regula- mentação do Imposto Seletivo, tributo que incidirá sobre produtos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente. A lista foi dividida em três eixos: estabilidade econômica, melhoria do ambiente de ne- gócios e Plano de Transformação Ecoló- gica. Das 25 prioridades, 15 dependem da aprovação de projetos de lei ou de medidas provisórias pelo Congresso Na- cional. Ao entregar a lista, Haddad agradeceu à atuação da Câmara dos Deputados, que aprovou 32 projetos estratégicos para o governo em 2023 e 2024, no mandato do presidente anterior da Casa, Arthur Lira. O ministro se disse otimista com a relação que terá com Hugo Motta, com base na atuação do parlamentar como líder do Republicanos na Câmara. “Trouxemos [a agenda de prioridades] a conhecimento do presidente HugoMot- ta, que conviveu conosco nesses dois anos como líder. Foi um líder de muito prestígio e muita efetividade. Trouxemos para ele uma pauta com 25 iniciativas, das quais 15 ainda dependem do Legis- lativo. Oito projetos que já estão trami- tando, e sete que serão encaminhados nas próximas semanas”, disse Haddad. O ministro ressaltou não haver bala de prata na área econômica, mas um tra- balho constante de modernização do am- biente de negócios, que promova o de- senvolvimento e estimule o crescimento econômico. “Nunca vai haver uma bala de prata. Mesmo a reforma tributária, com toda a sua grandeza, tem a reper- cussão no PIB [Produto Interno Bruto] diluída no tempo. Então, é tijolinho por tijolinho que vamos construir uma eco- nomia robusta”, ressaltou. Compensação do IR Em relação à reforma do Imposto de Renda, Haddad disse que o desenho da proposta está pronto, mas depende de avaliação do Palácio do Planalto. Segundo oministro, a equipe econômica encontrou uma solução para compensar a perda de arrecadação com a elevação da faixa de isenção para R$ 5 mil, mas a sugestão ainda precisa ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Agora, começa uma tramitação for- mal [dentro do governo]. Então, isso vai acabar vindo nas próximas semanas. Essa é uma reforma que queremos que tramite com a cautela e a transparência devida. Essa é uma lei mais simples, mas com impacto econômico relevante”, disse Had- dad, ao destacar que a reforma do Imposto de Renda depende de lei ordinária, que requer maioria simples no Congresso. ■ REFORMA DO IR E SUPERSALÁRIOS SÃO PRIORIDADES DE HADDAD NO CONGRESSO PAUTAS ECONÔMICAS V Foto/ Lula Marques/ Agência Brasil

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