Diário do Amapá - 08/02/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 08 DE FEVEREIRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA Q uem acompanha as notícias sobre tecnologia na atualidade já sabe que estamos vivenciando um grande fenômeno no campo das inteligências artificiais. Antes de aprofundarmos essa discussão, é fundamental esclarecer o que exatamente é a famosa I.A. De forma re- sumida, trata-se de uma tecnologia capaz de permitir que sistemas aprendam padrões a partir de dados, possibilitando a automação de tarefas complexas, como análise de imagens, edição de textos e vídeos, reconhecimento de fala e diversas outras aplicações que tornam nossa experiência com dispositivos eletrônicos ainda mais sofisticada. Em outras palavras, a inteligência artificial veio para revolucionar e perma- necer. A gama de possibilidades proporcionadas pela I.A. é vasta, e a sociedade precisa se adaptar a essas transformações constantes. Seu impacto já se faz sentir em diversas áreas, como a saúde, onde auxilia no diagnóstico de doenças e na personali- zação de tratamentos médicos; no mercado de trabalho, que enfrenta desafios de requalificação profissional e a substituição de determinadas fun- ções; e na segurança cibernética, com a detecção automatizada de ataques. Dessa forma, é inegável que estamos diante de uma revolução tecnológica que envolve atores políticos, sociais e econômicos em uma escala global. Um dos acontecimentos que mais chamou a atenção no início deste ano foi a chamada "corrida das I.As.", protagonizada principalmente por China e Estados Unidos. Nesse contexto, a empresa chinesa DeepSeek superou a gigante estadunidense ChatGPT em número de usuários, fomentando debates ao redor do mundo. Como sociedade, nosso papel é compreender os impactos reais dessa tecnologia em nossas vidas, pois ela se tornou um objeto de estudo fascinante, com efeitos significativos no cotidiano. Assim, é essencial analisar com rigor os múltiplos aspectos da inte- ligência artificial para que possamos avançar nessa discussão com embasamento sólido. Outro tema de grande relevância envolve a regulamentação da inteligência artificial, espe- cialmente no que diz respeito a direitos autorais e propriedade intelectual. Esse debate levanta preocupações sobre o impacto da I.A. no mercado de trabalho, incluindo o risco de desemprego em larga escala no futuro. De acordo com levantamentos do Google, o Brasil está entre os países que mais utilizam inteligência artificial generativa (vídeos, imagens e áudios), atingindo 54% de adesão, enquanto a média global é de 48%. Além disso, a pesquisa revelou que os brasileiros enxergam a I.A. de maneira mais positiva do que negativa. Diante desse cenário, percebe-se que, mesmo sendo um fenômeno recente, o tema já gera discussões amplas e complexas, exigindo uma análise cautelosa para evitar desinformação e especulações infundadas. Por fim, é fundamental buscar conhecimento sobre como essas novas ferramentas tecnológicas estão moldando a realidade ao nosso redor e compreender que seu uso deve ser guiado pela responsabilidade. Afinal, qualquer tecnologia pode ser empregada tanto para o bem quanto para o mal, cabendo à sociedade definir as melhores formas de utilizá-la. E você? Já refletiu sobre o impacto da inteligência artificial em sua vida? ■ Outro tema de grande relevância envolve a regulamentação da inteligência artificial, especialmente no que diz respeito a direitos autorais e propriedade intelectual. Esse debate levanta preocupações sobre o impacto da I.A. no mercado de trabalho, incluindo o risco de desemprego em larga escala no futuro. De acordo com levantamentos do Google, o Brasil está entre os países que mais utilizam inteligência artificial generativa. O boom das inteligências artificiais NIRABRITO E-mail: dtlconsultoria@gmail.com Turismóloga e analista de negócios E m uma de suas prédicas Jesus criticou aqueles que “fazem declarações com suas bocas, porém, o seu coração está longe”. Uma verdade com raízes bíblicas que ecoa na política atual do Brasil. Nas últimas semanas, o presidente Lula voltou os holofotes para o aumento dos preços dos alimentos, denunciando o que chama de “ganância” e “especulação” no mercado. Entretanto, por trás de suas palavras inflamadas, o que se revela é um governo que parece preferir a criação de narrativas para mascarar a ausência de soluções efetivas. Emuma coletiva de imprensa, Lula afirmou que “se todomundo tiver a consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter de baixar para vender, porque, senão, vai estragar”. Essa declaração, não é apenas uma constatação, mas, uma insanidade cômica que desmerece a inteligência popular.”. O que fica explicito é que a retórica se tornou um instrumento corriqueiro para pintar um quadro de emergência que, na prática, não se traduz em políticas que aliviem o impacto da inflação na mesa dos brasileiros. Assim, a máxima “falam com a boca, mas, o coração está longe” semanifesta, sugerindo que o discurso do governo está mais voltado a criar um sentimento de indignação e empatia imediata do que a efetivar mudanças estruturais. Oque se vê, então, são bocas que proliferamnarrativas que, convenientemente, desviamo olhar da falta de ação. A insistência em discursos retóricos – onde o preço dos alimentos se transforma em símbolo de uma injustiça sistêmica – revela, na verdade, uma postura que privilegia a narrativa ao invés da implementação de políticas con- cretas. É como se o governo, com a arte da palavra, preferisse a ilusão de controle e mudança a medidas que, embora dif íceis de executar, trariamalívio para os anseios da população. A elevação dos preços dos alimentos, um problema que afeta diretamentemilhões de brasileiros, é umreflexo de fatores diversos: desde os impactos das crises climáticas até os desafios logísticos e a volatilidade do mercado global. No entanto, ao concentrar suas críticas na “ganância” e na “especulação”, o presidente desvia o debate das soluções práticas que poderiam mitigar a crise. Assim, enquanto as palavras ecoam com força nos palanques, a mesa do brasileiro continua a sofrer com a inflação. Enquanto os discursos se renovam a cada coletiva, os efeitos práticos das políticas públicas demorama aparecer. O contraste é gritante: de um lado, uma população que enfrenta dificuldades reais para comprar os alimentos básicos; do outro, um governo que prefere discursos marcantes a um plano de ação detalhado e eficaz. Esse comportamento reflete, de maneira preocupante, a ten- dência de transformar o clima de insatisfação emmunição para a construção de narrativas que, além de carentes de boa articulação, não resolvem os problemas essenciais. É inegável que a retórica política possui um poder transformador – tanto para mobilizar a opinião pública quanto para mascarar inércias administrativas. As falas de Lula, carregada de referências à justiça social e à indignação popular, é um exemplo claro de como as palavras podem ser usadas para acalmar ânimos e, ao mesmo tempo, desviar o foco das verdadeiras lacunas na im- plementação de políticas públicas. A crítica, portanto, recai sobre um governo que parece mais interessado emmoldar percepções do que em agir de forma concreta. Diante desse cenário, essamáxima “falam coma boca, mas, o coração está longe” revelam um governo, cheio de palavras, porém inerte frente ao embate econômico. Enquanto o discurso se mantém vibrante, a realidade das mesas brasileiras continua a demandar ações que vão além da retórica. A esperança depositada naquele que já foi chamado de “pai dos pobres” se choca com a dura constatação de que, sem ações concretas, as palavras correm o risco de se transformar emmeros ecos vazios. Em um país onde a desigualdade se manifesta de forma tão aguda, é imperativo que as narrativas não sejam o fim, mas o início de um debate sério sobre soluções reais. Afinal de contas, não adianta “a boca falar aquilo que não está no coração”. Contudo, a crítica, não deve se restringir ao discurso, mas se estender à necessidade urgente de políticas públicas que efetivamente combatam as raízes da inflação e pro- movam a justiça social. ■ É inegável que a retórica política possui um poder transformador – tanto para mobilizar a opinião pública quanto para mascarar inércias administrativas. As falas de Lula, carregada de referências à justiça social e à indignação popular, é um exemplo claro de como as palavras podem ser usadas para acalmar ânimos e, ao mesmo tempo, desviar o foco das verdadeiras lacunas na implementação de políticas públicas. A economia, as narrativas e a inércia E-mail: drrodrigolimajunior@gmail.com . Teólogo, pedagogo e advogado RODRIGO LIMA JUNIOR

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