Diário do Amapá - 08/02/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA SÁBADO | 08 DE FEVEREIRO DE 2025 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na manhã de hoje (7) que as políticas que o go- verno tem tomado para levar o dólar a um “patamar adequado” terão reflexos nas próximas semanas. A afirmação foi feita pelo ministro durante uma entre- vista concedida ao programa Manhã Cidade, da Rádio Cidade, de Caruaru (PE). “A política que estamos adotando para trazer esse dólar em um patamar mais adequado também vai ter reflexo nos preços nas próximas semanas”, disse o ministro, durante a entrevista. O ministro não detalhou quais se- riam essas ações, mas destacou que a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, fez o dólar se valo- rizar no mundo todo no ano passado, o que ajudou a pressionar os preços dos alimentos. No entanto, disse o ministro, neste momento o dólar já começou a perder força. “No final do ano passado, nós tive- mos uma ocorrência que foi a eleição do Trump, nos Estados Unidos. E isso fez com que o dólar se valorizasse no mundo inteiro. Agora, se você acompa- nhar o que está acontecendo, o dólar tá perdendo força. Já chegou a R$ 6,30 no ano passado e hoje está na casa dos R$ 5,77. Então, isso também colabora para redução do preço dos alimentos no mé- dio prazo”, falou. Para o ministro, a safra recorde pre- vista para este ano também deverá ajudar a reduzir os preços dos alimentos. "A partir de março nós vamos começar a colher essa safra, que vai ser recorde. Nós vamos colher como nunca colhemos. E tem o ciclo do boi também, que está no final. E isso tudo vai ajudar a nor- malizar essa situação”, falou. Durante a entrevista, o ministro afir- mou ainda que a política de valorização do salário-mínimo “é uma das formas de garantir que o trabalhador mantenha seu poder de compra” e que isso tem sido uma meta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após sete anos de congelamento do salário-mínimo nos governos de Michel Temer e Jair Bolso- naro. “O salário-mínimo ficou congelado por sete anos. Mas desde que o presi- dente Lula assumiu, há apenas dois anos, o valor que estava R$ 1.100 foi reajustado para R$ 1.518. Obviamente que você não consegue corrigir sete anos de má administração em dois. Mas eu penso que o presidente Lula, com o compromisso que tem com as pessoas que precisammais do Estado, já começou uma política de valorização do salário- mínimo”, destacou Haddad. ■ AÇÕES Quais as tendências para o futuro do comércio varejista no Brasil? Para dar conta da resposta, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio) promove nesta quin- ta-feira (7) o webinário O Futuro do Varejo – Tecnologias e Estratégias da NRF 2025, voltado aos empresários do setor para sinalizar os cuidados e preparativos necessários, tanto a curto quanto a médio e longo prazos. Integração entre lojas f ísicas e digitais e serviços de entregas rápidas são dois pontos levantadas pela entidade que merecem atenção por parte dos varejistas que quiserem crescer, ou pelo menos manter-se, em ativida- de. ■ FECOMÉRCIO Integração entre lojas físicas e digitais é aposta de futuro do varejo ● POLÍTICAS DO GOVERNO VÃO LEVAR DÓLAR A ‘PATAMAR ADEQUADO’, DIZ HADDAD L evantamento de preços de itens de consumo básicos nas capitais do país identificou aumento no custo da cesta básica em janeiro deste ano em 13 das 17 cidades pesquisadas. A maior alta foi em Salvador (6,22%), seguida por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). As quatro cidades onde houve re- dução no valor global dos itens foramPorto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%). O levantamento – realizado desde 2005 - é do Departamento Intersindical de Esta- tística e Estudos Socioeconômicos (Diee- se). A cesta básica mais cara foi cotada em São Paulo, onde os alimentos que a com- põem custam R$ 851,82, 60% do salário mínimo oficial (R$ 1.518). Em janeiro, segundo o levantamento do Dieese, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.156,15. Estudo divulgado em dezembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que a renda média do traba- lhador brasileiro foi de R$ 3.279,00 emou- tubro de 2024, dado mais atual disponível. Valores A comparação, segundo o Dieese, é possível "combase na cestamais cara, que, em janeiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação consti- tucional que estabelece que o saláriomínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e pre- vidência". Em janeiro de 2024, deveria ter ficado em R$ 6.723,41 ou 4,76 vezes o valor vigente. A inflação dos últimos 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 4,8%, valor próximo ao aumento indicado. As cidades do sul e sudeste estão entre as mais caras cotadas. Em Florianópolis, o valormédio da cesta básica foi deR$ 808,75, no Rio de Janeiro R$ 802,88, e, em Porto Alegre, R$ 770,63. Custo Curitiba, com R$ 743,69, Vitória com 735,31 e Belo Horizonte com R$ 717,51 completam o setor, mas foram superadas por Campo Grande (R$ 764,24), Goiânia (R$ 756,92) eBrasília (R$ 756,03). As capitais do Norte e Nordeste pesquisadas têm custos abaixo dametade do valor do salário mínimo. EmFortaleza a cesta básica custou emmédia R$ 700,44, emBelémR$ 697,81, emNatal R$ 634,11, emSalvador R$ 620,23, em João Pessoa R$ 618,64, no Recife R$ 598,72 e emAracaju R$ 571,43. A análise do Dieese liga o aumento da cesta básica ao comportamento de três itens principais: o café em pó, que subiu em todas as cidades nos últimos 12 meses; o tomate, que aumentou emcinco cidades, mas diminuiu emoutras 12 nesse período, mas teve aumento acima de 40% em Sal- vador, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Ja- neiro, por conta das chuvas; e o pão francês, que aumentou em 16 cidades pesquisadas nos últimos 12 meses, o que se atribui a uma "menor oferta de trigo nacional e ne- cessidade maior de importação, nesse ce- nário de câmbio desvalorizado". ■ CESTA BÁSICA SOBE NAS CAPITAIS E CUSTA AO MENOS 40% DO SALÁRIO MÍNIMO ALTA V Foto/ Tânia Rêgo/Agência Brasil

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