Diário do Amapá - 11/02/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ TERÇA-FEIRA | 11 DE FEVEREIRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA M uitas vezes nos deparamos com locuções que comparam as pessoas e enfatizam suas deficiências e imperfeições. Um conhecido provérbio diz isso claramente: quando mostramos um polegar para alguém, três de nossos polegares também apontam para nós mesmos. Este conceito sugere que reconhecer falhas nos outros é um reflexo de nossa percepção de nós mesmos. Perceber as imperfeições dos outros significa autoestima. ou mais É um reflexo das próprias características de cada um. No entanto, confiar apenas em nossas próprias mensurações não é suficiente para verdadeira transmutação. O princípio de “corrigir em si mesmo o que você critica nos outros” exige autoconsideração e autoaperfeiçoamento mais profundos. Vários filósofos, desde pré-socráticos até pensadores brasileiros con- temporâneos, têm refletido sobre essa ideia, enfatizando a importância de olhar para dentro antes de apontar as falhas dos outros. Sócrates, o filósofo grego, via o autoconhe- cimento como o caminho para a virtude Con- vida-nos a explorar nossas próprias imperfeições para cultivar a sabedoria e a autotransformação. Confúcio já argumentou que cultivar as virtudes que criticamos nos outros é essencial para criar um ambiente equilibrado e moralmente elevado. O filósofo germânico Immanuel Kant abor- dou essa ideia de um ponto de vista moral. onde a ética do dever é determinada pela in- tenção por trás da ação. Friedrich Nietzsche, por outro lado, viu essa tendência crítica como um reflexo de nossa própria fraqueza moral, e Carl Jung explorou as sombras que lançamos sobre os outros como o lado não resolvido de nossas próprias mentes. Ao considerarmos as perspectivas desses pensadores, fica claro que a ideia de “Melhore em você o que você critica no outro” pode ser vista como um convite a autorreflexão, cresci- mento pessoal e construção de uma base ética sólida para interações sociais saudáveis e har- moniosas. Educadores e filósofos contemporâneos como Paulo Freire, Rubem Alves, Leandro Carnal, Vivian Mose, Luis Filipe Pondé, Marilena Chauí, Márcia Tiburi e Mário Sérgio Cortella reforçam essa abordagem. Eles enfatizam a necessidade de autoconhecimento, autenticidade, autogoverno e compaixão pelos outros. Leandro Karnal explica que podemos entender ao identificarmos aspectos que criticamos nos outros, temos a oportunidade de olhar para dentro de nós mesmos e reconhecer possíveis áreas de desen- volvimento. Assim, ao enfrentarmos nossas próprias contradições, estamos nos engajando em uma análise profunda de nossa própria subjetividade nos tornando mais tolerantes e compassivos pelos pen- samentos de Márcia Tiburi. Nesse sentido, ao incorporar essas reflexões, a ideia se transforma em uma jornada de autodescoberta, desenvolvimento ético e crescimento consciente, contribuindo para a nossa própria evolução pessoal e para a construção de uma sociedade mais justa e harmoniosa. ■ Leandro Karnal explica que podemos entender ao identificarmos aspectos que criticamos nos outros, temos a oportunidade de olhar para dentro de nós mesmos e reconhecer possíveis áreas de desenvolvimento. Assim, ao enfrentarmos nossas próprias contradições. Melhore em você o que você critica no outro E-mail: gregogiojsimao@yahoo.com.br Radialista e estudante de Filosofia GREGÓRIOJ.L. SIMÃO O Pelo ano 1975, meu pai começou a assinar a Folha de S. Paulo, além da página de Ciência brasileira aos sábados, a coluna do Joelmir Beting era leitura obrigatória, pois ele conseguia traduzir o economês castiço para o Português popular. Arrogantes utilizam linguagem hermética para isso mesmo, fechar-se aos que não conhecem. Mas ter um vocabulário de uma casta não significa entender do assunto. Vejamos! Em 26 de dezembro do ano passado, a Folha de S. Paulo publicou as pre- visões dos economistas de seis entidades que desfrutam de respeito em nosso país. Está certo que adivinhar é mais uma arte que matemática, mas alguns, veremos, são mais economistas que outros... O Banco C6 previu que o Produto Interno Bruto do Brasil seria de 0%, isso mesmo, zero. Já a MB Associados foi mais otimista, 0,5%, enquanto que a Rio Bravo estimou em 0,7% e a Focus, 0,8%. O Banco Central e o Porto Asset Management arriscaram 1% de crescimento. E o que mais se aproximou do que estamos chegando foi o Ministério da Eco- nomia que predisse 2,5%. E deve ser maior ainda. Claramente, os economistas do Ministério da Economia estão mais afinados com a realidade do país e causa espécie o erro grotesco de Banco Central, aqueles que elevaram os juros a 13,75% e dizem que estão certos, mas o resto do mundo que não faz o mesmo não estão... Claro!? Só que não! Afinal, quem toma empréstimo caro se não precisar? No final, não gastam em produtos e serviços que alimentam a inflação? Enfim, o que diziam os economistas preditores? A MB Associados afirmava que o cenário para 2023 era de crescimento mais baixo. O C6 Bank previa um resultado mais baixo para o PIB por causa do fim do processo de reabertura da economia, a desaceleração global e o impacto dos juros altos. Já em abril, com a divulgação dos indicadores econômicos do primeiro trimestre que surpreen- deram positivamente os economistas, os bancos já começaram a revisar suas projeções do PIB, como o Bradesco que passou de 1,5% para 1,8% e o banco ABC Brasil de 0,1% para 1%. Em julho, foi a vez do Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorar sua estimativa de 0,9% para 2,1% em 2023. Agora, o Banco Central elevou de 2% para 2,9% sua estimativa de crescimento do PIB. A informação consta do relatório de inflação do terceiro trimestre, divulgado em 28 de setembro. O crescimento pode ser ainda maior, o que nos leva a crer que há muitos modelos preditores que ainda têmmuita incerteza (ou interesses indeclaráveis), mas o mais surpreendente é que os economistas fiquem surpresos com as previsões erradas... Até parece um debate que tivemos no INPE sobre predição da queda natural de um satélite (exigência internacional que cresce por causa do lixo espacial), um colega dizia que ele era o único no instituto que conhecia o assunto e afirmava que os modelos que usávamos da NASA e ESA estavam errados... Desafiei-o a mostrar o dele e provar que era melhor que os daquelas agências. Resultado? Continuamos utilizando os da NASA e ESA. Um dia teremos o nosso, mas depois de estudar bem o assunto. ■ Economia é ciência? O crescimento pode ser ainda maior, o que nos leva a crer que há muitos modelos preditores que ainda têm muita incerteza (ou interesses indeclaráveis), mas o mais surpreendente é que os economistas fiquem surpresos com as previsões erradas... E-mail: mariosaturno@uol.com.br Jornalista MARIO EUGENIO

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