Diário do Amapá - 11/02/2025

ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ TERÇA-FEIRA | 11 DE FEVEREIRO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Minério em Itaguaí O Ministério dos Portos e Aeroportos homologou o leilão de granéis destinado a minério de ferro no porto de Itaguaí (RJ). O certame foi realizado pela Antaq no final do ano passado na B3 e teve a Cedro Participações como vencedora em lance único. A assinatura do contrato, que prevê investimentos de R$ 3,58 bilhões em 35 anos, será dia 2, com a presença do presidente Lula da Silva e do ministro Silvio Costa Filho. Protecionismo hermano? Se o protecionismo de Donald Trump já preocupava a diplomacia brasileira, que o diga Javier Milei. O presidente argentino nomeou Gerardo Werthein como chanceler, empresário que era o Embaixador nos EUA. Werthein, com a ajuda do atual cônsul argentino em São Paulo, Luíz Kreckler, está redesenhando a estratégia com prioridade de comércio com os yankees. A Argentina é o 3º maior parceiro comercial do Brasil. Tchau, tchau Novo presidente da Câmara, Hugo Motta exonerou mais de 400 funcionários comissionados na última sexta-feira, numa canetada só. É uma turma com maioria de salários médios – de R$ 2 mil a R$ 4 mil – comissionados lotados em lideranças e secretarias, que começou a telefonar para seus padrinhos políticos desde sábado pedindo novos empregos. E vem mais guilhotina a partir de hoje. Farmácia avançou O Programa Farmácia Popular do Governo Federal beneficiou 24,07 milhões de pessoas em 2024, segundo o Ministério da Saúde. Presente em 4.758 municípios, a ação tem uma cobertura em 85% do Brasil com 31.170 farmácias credenciadas. Cerca de 95% dos medicamentos e insumos podem ser retirados de forma gratuita, como por exemplo tratamentos para doenças como diabetes, hipertensão, asma e rinite. Sobre asas O futuro diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Tiago Faierstein, hoje diretor Comercial da Infraero, vai ter uma sabatina de peso a respeito dos recentes acidentes aéreos no Brasil. Nos últimos 30 dias, foram três graves com aeronaves consideradas de excelente operação – dois bimotores e um jato. Senadores que preparam os dossiês vão questionar como a ANAC tem fiscalizado o setor e o que pode fazer para minorar esse cenário na aviação executiva diante dos significativos números de acidentes nos últimos anos. Uma informação chama a atenção de autoridades, independentemente das causas que as investigações podem apontar: nos três acidentes com vítimas fatais – Gramado (RS), Ubatuba (SP) e São Paulo, semana passada – a operação era single pilot (um único piloto), enquanto a praxe para voo dos aviões acidentados era o emprego de piloto e co-piloto. P arte da pesquisa de ponta em fármacos no Brasil se faz levando amostras de solo de Belém (PA) para um complexo de laboratórios maior que um estádio de fu- tebol em Campinas, no interior paulista. Toda essa viagem é para colocar seres microscópicos no que é, grosso modo, o maior microscópio da América do Sul, o acelerador Sirius, parte do CentroNacional de Pesquisa emEnergia eMateriais (CNPEM). Com essa ferramenta, é possível entender como funcionam os genes das bactérias e quais substâncias elas conseguem criar. As equipes envolvidas buscam substâncias com potencial antibiótico e antitumoral, e os primeiros re- sultados foram publicados em dezembro em uma revista es- pecializada internacional. O motivo dessa viagem do solo amazônico é a parceria entre o CNPEM e a Universidade Federal do Pará (UFPA). O trabalho de campo começou recolhendo amostras de solo dos interiores do Parque Estadual do Utinga, reserva de con- servação constituída em1993 e que conta comáreas restauradas e áreas sem intervenção humana recente. O grupo investigou três espécies bacterianas das classes Actinomycetes e Bacilli isoladas, de solo da Amazônia, compreendendo bactérias do gênero Streptomyces, Rhodococcus e Brevibacillus. O passo seguinte se deu quando os pesquisadores do la- boratório EngBio, da UFPA, liderados por Diego Assis das Graças, usou o sequenciador PromethION, da Oxford Na- nopore (Reino Unido), "que se destaca por gerar leituras de alta qualidade, permitindo o sequenciamento de genomas complexos com alta produção de dados e baixo custo. A tec- nologia de sequenciamento baseada em nanoporos permite a análise em tempo real e a leitura direta de DNA. Além disso, sua portabilidade e flexibilidade o tornam adequado para aplicações em laboratório e campo”, explicou Diego, que é um dos autores do primeiro artigo escrito a partir dessa fase da pesquisa. Com esse sequenciamento, foi possível olhar para os genes e entender como eles atuamna construção de enzimas, e os caminhos que as tornam moléculas mais complexas. Metade delas era desconhecida. ■ CNPEM Pesquisa com bactérias na Amazônia pode desenvolver novos medicamentos C om retorno das aulas em escolas de boa parte do país, a saúde ocular dos alunos entra em foco no começo do ano. Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) re- velam que cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam problemas de visão. Dentre as alterações visuais mais comuns nessa faixa etária estão miopia, hipermetropia e astigmatismo. Em entrevista à Agência Brasil, o oftalmologista Álvaro Dantas alerta que problemas no aprendizado ou desinte- resse em determinadas atividades es- colares podem ser sinais de complicações oculares. “Alterações visuais são bastante co- muns na infância e podem impactar di- retamente no aprendizado. Se a criança enxerga mal, ela absorve mal o conhe- cimento que é passado e isso pode trazer repercussões importantes.” Segundo Dantas, o estrabismo, po- pularmente conhecido como olho des- viado, também figura como um quadro comum na infância e mais fácil de per- ceber. “É um sinal de alerta muito im- portante porque pode haver um pro- blema sério em um dos olhos que precisa de tratamento imediato para evitar outra doença que estamos sempre muito aten- tos: a ambliopia ou olho preguiçoso.” “Se a criança tem uma deficiência em um dos olhos e isso não é detectado a tempo, a falta de tratamento faz com que aquele olho não desenvolva sua ca- pacidade visual e isso só tem solução até os 8 anos de idade. Se não for feito nessa época, essa criança pode se tornar um adulto com uma deficiência eterna em um dos olhos. Por causa de diag- nóstico e tratamento a tempo.” O oftalmologista destaca que a visão desempenha papel fundamental no pro- cesso de aprendizagem e que, quando a criança tem dificuldade para enxergar, pode perder informações importantes em sala de aula, ficar desmotivada ou mesmo apresentar falta de concentração. “Isso pode levar a uma queda no rendi- mento escolar e, em alguns casos, ser confundido com alguns transtornos de aprendizado ou déficit de atenção”. “Essas crianças também podem ficar estigmatizadas e podem ser vítimas de bullying. É algo que pode acontecer. Tudo isso provocado por uma deficiência visual. O estrabismo e a ambliopia po- dem afetar a coordenação visual e ela pode ter muita dificuldade nas práticas esportivas. Por isso, identificar e tratar precocemente esses problemas é essen- cial para garantir um aprendizado pleno e sem dificuldades desnecessárias.” Omédico lembra que, muitas vezes, a própria criança não é capaz de perceber que tem um problema de visão, já que nunca enxergou as coisas de outra forma. “Para ela, aquela percepção visual é o normal”. ■ CBO SAÚDE DOS OLHOS DE ALUNOS PEDE ATENÇÃO NA VOLTA ÀS AULAS V Foto/ Bruno Peres/Agência Brasil

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