Diário do Amapá - 14/02/2025
| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SEXTA-FEIRA | 14 DE FEVEREIRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA E ssa frase, que circula frequentemente nas redes sociais, reflete um dos aspectos mais problemáticos do momento atual de globalização e hiper- conectividade: a manifestação das “lacrações’ e dos linchamentos vir- tuais. A primeira é um termo que se popularizou para descrever a busca por uma vitória retórica ou moral nas redes sociais. Muitas vezes, as pessoas se esforçam para expressar suas opiniões de maneira assertiva, ganhando aprovação de seus seguidores. No entanto, essa busca incessante por retirar o outro de cena, ridicularizar e zombar muitas vezes leva a discursos superficiais e simplistas, que não contribuem para um diálogo saudável e construtivo. Vivemos em uma era globalizada e digital, onde a comunicação instantânea e o compartilhamento de informações se moldam de maneira como inte- ragimos uns com os outros. As redes sociais se tornaram um campo de batalha onde opiniões divergentes são frequentemente recebidas não com debate e discussão saudável, mas com ataques virtuais rápidos e implacáveis. O que antes era um espaço para trocar ideias e compartilhar experiências se transformou, em muitos casos, em uma arena de julgamento instantâneo e revistas pú- blicas. É importante lembrar que a liberdade deexpressão é um direito fundamental nas sociedades democrá- ticas, e o debate saudável é essencial para o progresso e a evolução das ideias. No entanto, o ambiente tóxico que muitas vezes se encontra nas redes sociais está minando essa liberdade, criando um clima de medo onde as pessoas hesitam em expressar suas opiniões genuínas por recebimento de represálias virtuais. O linchamento virtual, que pode incluir ameaças, difusão e perseguição online, é prejudicial não apenas para a vítima, mas também para o tecido da sociedade como um todo. Ele polariza ainda mais as opiniões, inicia o diálogo construtivo e promove uma cultura de cancelamento que não permite espaço para o elogio, aprendizado ou per- dão. Em vez de ignorar rapidamente as opiniões alheias, é fundamental que aprendamos a ouvir e a considerar diferentes perspectivas. Tudo bem que tem pessoas que são como vinho, ficariam melhores deitadas e com uma rolha na boca. Mas não pode ser sempre assim. Desde muito tempo temos pessoas se metendo em nossas vidas, não calçam nossos sapatos, não sabem o aperto que passamos, mas sabem bem o que fariam em nossos lugares. Outras, nas redes sociais, sequer conhecemos, mas dizem que sabem bem o que “quisemos dizer”. Como pode isso? As “lacrações” e os linchamentos virtuais são sintomas de uma cultura de comunicação superficial e precipitada que, em última análise, prejudica a qualidade do debate público e a liberdade de expressão. Para construir uma sociedade mais justa e respeitosa, é essencial que repensemos nossa abordagem nas redes sociais e promovamos uma cultura de compreensão e diálogo cons- trutivo. ■ Tudo bem que tem pessoas que são como vinho, ficariam melhores deitadas e com uma rolha na boca. Mas não pode ser sempre assim. Desde muito tempo temos pessoas se metendo em nossas vidas, não calçam nossos sapatos, não sabem o aperto que passamos, mas sabem bem o que fariam em nossos lugares. E-mail: edmir@libris.com.br Presidente da Apecs RICARDO LAZZARI “Sua opinião é que nem anuncia no YouTube. Ignoro em 5 segundos” O sol deste verão está muito forte e tem chovido pouco onde é preciso que chova muito para encher reservatórios de água que abastecem muitas cidades. Mas temos tido tempestades e en- chentes, emmuitos lugares, depois de um Janeiro muito seco. As tem- peraturas têm passado de trinta e se aproximado dos quarenta. E a sensação térmica já superou os quarenta. No sol, termómetros já medira mais de cinquenta graus. Isto me faz pensar na estiagem em tantos lugares pelo Brasil, que faz secar os reservatórios e desaparecer a água tão necessária nas torneiras dos brasileiros. Sem água não há vida e, ao mesmo tempo que falta água potável, temos tempestades de verão que fazemcomquemuitas pessoas percam tudo nas enchentes, deslizamentos, etc. Na verdade é irônico, pois temos enchentes quando falta água na torneira, mas de há muito tempo falta planejamento na gestão da coisa pública, pois deveríamos ter pensado há décadas no que está acontecendo hoje, para prevenir. E deveríamos ter feito melhor manutenção, re- novação e ampliação das nossas redes de dis- tribuição de água, assimcomo fazer planejamento para o aumento na captação e no tratamento. Os rios estão secando, os reservatórios, poucos para o consumo atual, também. Os encanamentos envelhecem e ficam ob- soletos, com vazamentos que não podem ser tolerados hoje em dia e a população, por sua vez, vai aumentando dia a dia, sem que a pro- dução de água seja pensada para acompanhar esse crescimento. A falta de água na minha casa, nestes últimos tempos, chegaram a três dias continuados, por causa da chuva, das tempestades e das enchentes, que inviabilizam o tratamento de água que é precário e insuficiente, vejam que contraponto: muita água lá fora e nada de água nas torneiras. Será que todo esse descontrole do clima tem a ver com o nosso cuidado com o meio ambiente? Dúvida cruel, não? Alguns gestores da coisa pública, ao invés de planejarem a longo prazo as providências para que a água não falte, querem cobrar mais caro a água que os cidadãos consomem! Só que esse dinheiro, todos sabemos, não vai ser usado para prevenir a falta d´água. Infelizmente. Há que os conscientizarmos que a natureza não aceita o pouco caso de nós, seres humanos. Ela está cobrando o preço do descaso, do des- respeito, do deboche. Precisamos acordar, será que há tempo? ■ A água e nós: o calor que sentimos Vejam que contraponto: muita água lá fora e nada de água nas torneiras. Será que todo esse descontrole do clima tem a ver com o nosso cuidado com o meio ambiente? Dúvida cruel, não? E-mail: lcaescritor@gmail.com Presidente do Grupo Literário A ILHA/SC LUIZCARLOSAMORIM
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