Diário do Amapá - 15/02/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 15 DE FEVEREIRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA O dia 13 de fevereiro é celebrado como o Dia Mundial do Rádio, e para tratar de um tema tão relevante como esse, é essencial con- textualizar o surgimento do rádio no mundo, assim como sua história no Brasil. A primeira transmissão de rádio foi realizada por Gu- glielmo Marconi, em 1895, na Itália. Esse evento foi um grande marco na história da comunicação global, ou seja, os acontecimentos posteriores fizeram com que o rádio se tornasse um fenômeno que transformou completamente a forma como as informações são transmitidas por todo o planeta. Em terras brasileiras, a primeira transmissão de rádio ocorreu no dia 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro, quando o presidente Epitácio Pessoa discursou durante as comemorações do centenário da Independência do Brasil. Na década de 1920, o rádio tornou-se muito popular como um meio de comunicação de massa na Europa e nos Estados Unidos. Poste- riormente, foi usado como aliado na Segunda Guerra Mundial para co- municação em massa com a população, princi- palmente na disseminação de propagandas, com o intuito de reforçar ideias no imaginário popular. É essencial compreender que o rádio é muito mais acessível e democrático do que a televisão, pois consegue chegar a áreas remotas, distantes dos grandes centros urbanos. Isso explica por que o rádio ainda é tão popular no interior. Uma pesquisa realizada pelo IBGE apontou que 80% dos brasileiros ouvem rádio regularmente, seja em casa, no carro ou no ambiente de trabalho. Em relação a pesquisas, o estudo “Panorama do Rádio no Brasil” mostrou que o rádio continua sendo um dos meios de comunicação mais con- sumidos no país. Já o “Podcast Statistics 2023” salienta que o Brasil é o país com o segundo maior mercado de podcasts, mostrando, assim, que esse formato de áudio ainda é muito procurado pelas pessoas, justamente pela praticidade de poder realizar outras tarefas enquanto se ouve uma notícia, um jogo de futebol, programas de música, culinária, política e outras formas de en- tretenimento. É interessante analisar que as mudanças tec- nológicas ocorrem de forma rápida, e o rádio soube se adaptar com o advento das redes sociais em nossas vidas. Atualmente, existe uma competição entre os meios de comunicação para ver quem consegue captar melhor a nossa atenção e atrair mais audiência. Em terras amapaenses, podemos citar a Rádio Diário 90,9 FM, que possui uma grande e fiel audiência no estado, com um sistema de comunicação excepcional, constantemente atualizando a população local sobre os assuntos mais relevantes no Amapá, no Brasil e no mundo. Enfim, é notável que o rádio possui muita relevância no cenário das comunicações e impacta diretamente o cotidiano das pessoas. Essa data, 13 de fevereiro, é muito simbólica para nos lembrar que o rádio segue presente em nossas vidas e, por meio dele, podemos absorver conhecimento de diversas áreas. A praticidade e a democratização desse meio de comu- nicação fazem com que muitos adeptos continuem sintonizando as rádios em seus lares e demais ambientes. Como bem citou Emanuel Becker: “Nós somos como rádios. Devemos ser responsáveis pelo ajuste da fre- quência. Filtrar aquilo que recebemos e transmitir somente o melhor.” ■ É interessante analisar que as mudanças tecnológicas ocorrem de forma rápida, e o rádio soube se adaptar com o advento das redes sociais em nossas vidas. Atualmente, existe uma competição entre os meios de comunicação para ver quem consegue captar melhor a nossa atenção e atrair mais audiência. Dia mundial do rádio NIRABRITO E-mail: dtlconsultoria@gmail.com Turismóloga e analista de negócios E m fevereiro de 2025, uma série de revelações trouxe à tona debates intensos sobre a atuação da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento In- ternacional (USAID) no cenário político brasileiro. Acusações de interferência nas eleições de 2022 e influências sobre organizações não governamentais (ONGs) e instituições brasileiras, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF), colocaram a agência sob os holofotes e suscitaram questionamentos sobre a soberania nacional e a integridade dos processos democráticos no país. As discussões ganharam força quando Michael Benz, ex-diretor de informática do Departamento de Estado dos EUA durante a administração de Donald Trump, afirmou em entrevista que a USAID teria desempenhado um papel significativo nas eleições brasileiras de 2022. Segundo Benz, a agência teria financiado iniciativas destinadas a influenciar o processo eleitoral, incluindo o combate à desinformação e a promoção de determinadas narrativas políticas. Ele chegou a declarar que, sem a atuação da USAID, “Bolsonaro ainda seria o presidente do Brasil”. Essas alegações levaram parlamentares brasileiros a agir. Os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Gustavo Gayer (PL-GO) iniciaram a coleta de assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar a suposta interferência da USAID nas eleições de 2022. Até o momento, cerca de 60 assinaturas foram obtidas, sendo necessárias 171 para a instalação da CPI. Eduardo Bolsonaro destacou a gravidade das acusações e a necessidade de transparência, ao declarar: “Estamos coletando assinaturas para esta importante CPI que pode expor aindamais o esquema de censura e violações de liberdades durante e após as eleições de 2022”. No centro das discussões está o financiamento de ONGs e veículos de mídia brasileiros pela USAID. A agência teria destinado recursos a diversas organizações como objetivo de combater a desinformação e promover a integridade eleitoral. Entre as entidades mencionadas estão a Cáritas Brasileira, o Instituto Vero, a Agência Lupa, a Alma Preta e o movimento Sleeping Giants Brasil. No entanto, essas organizações negam veemen- temente qualquer relação financeira direta coma USAID Além das ONGs, a relação entre a USAID e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também foi alvo de escrutínio. Em 2021, o TSE promoveu eventos em parceria com a USAID focados no combate à desinfor- mação, resultando na criação do “Guia de Combate à Desinformação”. Embora apresentados como iniciativas para fortalecer a legitimidade do processo eleitoral, críticos argumentam que tais medidas poderiam abrir caminho para a censura e interferência no debate públi- co. A polêmica não se restringe ao Brasil. Nos Estados Unidos, a administração Trump ordenou a suspensão das atividades da USAID, alegando que a agência estaria desperdiçando recursos dos contribuintes em iniciativas que promovem agendas específicas, incluindo interferências em processos políticos de outras nações. Elon Musk, à frente do Departamento de Eficiência Governamental, afirmou que a agência era administrada por “radicais lunáticos” e que suas atividades deveriam ser encerradas. Enquanto isso, no Brasil, a possível criação da CPI para investigar a atuação da USAID promete aprofundar as discussões sobre a influência estrangeira nos processos democráticos nacionais. A transparência no financiamento de ONGs e a relação entre essas organizações e instituições como o TSE e o STF serão pontos centrais das investigações. A sociedade brasileira aguarda desdobramentos que possam esclarecer até que ponto houve interferência externa e quais medidas serão adotadas para garantir a soberania e a integridade das eleições futuras. Em meio a essas controvérsias, destaca-se a importância de um debate sério e baseado em evidências. Enquanto algumas acusações carecem de provas concretas, a transparência e a investigação adequada são essenciais para assegurar a confiança pública nas instituições e processos democráticos. Odesenrolar dos acontecimentos nos próximos meses será crucial para determinar o impacto real da atuação da USAID no Brasil e quais lições poderão ser aprendidas para o futuro. ■ A decisão de desmantelar a USAID gerou preocupações sobre o futuro de diversos projetos humanitários e de conservação na América do Sul, incluindo iniciativas no Brasil. Projetos voltados para a preservação da Amazônia e apoio a comunidades indígenas podem ser afetados, levantando debates sobre a dependência de recursos estrangeiros e a necessidade de autonomia em políticas ambientais e sociais. Usaid e as eleições brasileiras de 2022 E-mail: drrodrigolimajunior@gmail.com . Teólogo, pedagogo e advogado RODRIGO LIMA JUNIOR

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