Diário do Amapá - 20/02/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 20 DE FEVEREIRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA I nverno tem tainha em Santa Catarina. Fico fascinado pelo fenô- meno fabuloso do tempo frio que é puxar as redes com toneladas e toneladas de tainha. É de uma beleza incomensurável. E eu que nunca liguei muito para o peixe em si, só gostava da tainha feito cambira, aquela escalada, salgada e secada ao sol, tenho comido tainha recheada (com ova, camarão, farinha e temperos, como aprendi com minha mãe), caldo de tainha, que Fca uma delícia e tainha frita. Nada como morar aqui, pertinho de onde acontece o milagre dos peixes. Então faço água na boca da minha amiga Fátima de Laguna e ela me pede, como leitora do meu blog, que eu dê as receitas e ensine como fazer a cambira e o caldo. Muito pouca gente sabe, mesmo os nativos da ilha, pelo que tenho percebido, ao perguntar para alguns, que a cambira é a tainha escalada. A gente pega ela, já sem escamas, eviscerada, sem ca- beça e abre ela de fora a fora, cortando encos- tadinho à espinha. Depois é só salgar, dos dois lados, bem salgado – isso é escalar, con- forme quemmora na beira do mar e conforme o Aurélio, também. Aí é só pegar um dia de sol e deixar ela secar. Não é preciso deixar torrar, em um ou dois dias ela Fca marronzinha e a cambira está pronta, pode ser consumida. É dessalgar – ferver trocando de água umas duas ou três vezes, fritar ou grelhar e comer com o que preferir, mas eu não sei de nada melhor do que um pirão de água. Ah, não sabem o que é pirão de água? É só ferver água, colocar farinha de mandioca no prato, despejar a água quente em cima e misturar. Aí é juntar a cambira, fe- char a porta e comer. Faça ummolho de limão com pimenta, mais ardida ou menos ardida, como preferir, e regue a cambira. Já o caldo de tainha é feito como os outros caldos de peixe. Minha mãe ensinou assim: pique alguns tomates, sem pele e sem se- mentes ou como preferir. Refogue cebola e alho bem picados com manjericão ou alfavaca (não pode faltar, é condição sine qua non), acrescente o tomate e outros temperos verdes, a gosto, coloque água o suFciente para a quantidade de peixe que vai cozinhar e não esqueça o sal. Eu não ligo para a cor, mas para quem gosta, pode usar colorau ou massa de tomate. Fervendo o caldo, coloque a tainha cortada em postas e temperada anteriormente com limão, sal e manjericão. Não deixe cozinhar muito, para o peixe não se des- manchar. Já dá pra fazer o pirão com o caldo e farinha de mandioca e comer com o peixe cozido, que está uma delícia. Não é fácil? Jaraguá, Corupá e redondezas têm o privilégio de Fcar relativamente perto de São Francisco, Barra Velha, Barra do Sul, o que possibilita a tainha fresquinha no inverno. Isso é um privilégio. ■ Comer tainha no inverno Já o caldo de tainha é feito como os outros caldos de peixe. Minha mãe ensinou assim: pique alguns tomates, sem pele e sem sementes ou como preferir. Refogue cebola e alho bem picados com manjericão ou alfavaca (não pode faltar, é condição sine qua non)... E-mail: lcaescritor@gmail.com Presidente do Grupo Literário A ILHA/SC LUIZCARLOSAMORIM V ivemos tempos dif íceis: pandemia, notícias falsas, narrativas alarmistas e pseudociência, travestida de ciência. Diante desse cenário, precisamos nos reinventar, diariamente, buscar o autoaperfeiçoamento, como ser humano, e buscar tambémuma maneira de enfrentar os empecilhos que se apresentamno cotidiano. Pus-me a procurar, na nossa história, um ídolo brasileiro capaz de inspirar determinação, força, coragem e orgulho de ser brasileiro aos cidadãos brasileiros. Regressei aos anos 1990 e me deparei com um dos maiores ídolos do esporte mundial: Ayrton Senna. Ainda que ele tenha partido cedo demais, no dia 1° demaio de 1994, ele deixoumuitos ensinamentos e bons exemplos aos brasilei- ros. Ayrton Senna, nosso eterno tri-campeão mundial de Fórmula 1, enfrentou os mais variados empecilhos até se sagrar como o maior nome do automobilismo mundial. Certa vez, em função das perseguições e das punições injustas, impostas pelo presidente da Federação Internacional de Automobilismo – Jean-Marie Balestre – Senna chegou a cogitar a possibilidade de abandonar o grande sonho de ser piloto de Fórmula 1. Entretanto, Senna recuperou o fôlego, diante dos dias dif íceis, e, com determinação e coragem, calou todos aqueles que agiam para que ele não progredisse na carreira como piloto. Ainda que não sejamos pilotos de Fórmula 1, podemos nos inspirar na força e na deter- minação de Senna para enfrentar nossos dias dif íceis. Diante da pandemia, do distanciamento social e, até mesmo, do desemprego, precisamos reunir nossas ha- bilidades, independente da área de atuação, e lutar para sermos os melhores naquilo que nos propomos a fazer. Isso porque todas as áreas necessitam de proFs- sionais com garra, com determinação e com vontade de vencer as diFculdades. Assim como Senna lutou contra as adversidades, precisamos diariamente laborar para aperfeiçoar as nossas habilidades individuais, independente da nossa esferadeatuação. Semeperguntassemqual éahabilidade que os brasileiros, em geral, precisam aperfeiçoar ur- gentemente, eu responderia que a população necessita desenvolver e/ou aprimorar, o mais rápido possível, o hábito da leitura. Isso porque é inadmissível que o cidadão brasileiro se torne escravo da falta de ânimo, por exemplo. Quem lê pouco (ou nada lê) enxerga o mundo apenas pelos olhos dos outros. Além disso, nada questiona e, sem perceber, frequentemente, renuncia a própria liberdade em razão da falta de co- nhecimento. Claro que muitos cidadãos, infelizmente, não têm a oportunidade de desenvolver o hábito da leitura. Entretanto, se estás aqui nessa nossa conversa, tens a possibilidade de aperfeiçoar o referido hábito. Não só leia, mas também incentive outras pessoas a desenvolverem o hábito da leitura também. É uma questão de treinamento mental. Como sempre aFrmou Senna, precisamos treinar a nossa mente para fazer o que a gente quer, não o que ela quer. Diante de tempos dif íceis, faz-se necessário que tenhamos persistência, corageme determinação para buscar o nosso aperfeiçoamento como ser humano. Tal como buscou Ayrton Senna durante toda a vida. Tanto que é lembrado, como uma lenda, até os dias atuais. Que possamos nos inspirar nos ensinamentos e nos bons valores deixados pelo nosso eterno tri-campeão mundial de Fórmula 1. Além disso, que consigamos enfrentar os empecilhos do cotidiano, assim como Senna enfrentou todas as diFculdades que apareceram no caminho dele. Por Fm, deixo uma mensagem que Senna direcionou aos cidadãos brasileiros: “Seja quem você for, independente da posição que você tiver na vida, emumnível altíssimo ou umnível mais baixo social, tenha sempre comometamuita força e determinação. E sempre faça tudo commuito amor e commuita fé em Deus. Que um dia você chega lá, de alguma maneira, você chega lá”. ■ Assim como Senna lutou contra as adversidades, precisamos diariamente laborar para aperfeiçoar as nossas habilidades individuais, independente da nossa esfera de atuação. Inspiração para os tempos difíceis E-mail: andersonpires.ufsm@gmail.com Estudante de Medicina da UFSM ANDERSONL.P. SILVEIRA

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