Diário do Amapá - 20/02/2025
FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA QUINTA-FEIRA | 20 DE FEVEREIRO DE 2025 O percentual de biodiesel mis- turado ao óleo diesel ficará em 14% para conter a alta no preço dos alimentos, decidiu nesta terça-feira (18) o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O percentual subiria para 15% em 1º de março. Embora a maior parte do bio- diesel no país tenha origem na soja, produto majoritariamente exportado e pouco consumido pelos brasileiros, a decisão ajuda a segurar o preço dos alimentos. Isso porque a elevação da mistura para 15% encareceria o combustível, usado no transporte de cargas, com impacto no preço da comida. Atualmente, o óleo diesel representa 35% do valor do frete. “O preço dos alimentos é a grande prioridade do nosso governo. Con- siderando a necessidade de buscar- mos todos os mecanismos para que o preço seja mais barato na gôndola do supermercado, mantemos a mis- tura em B14 [teor de 14% de bio- diesel] até que tenhamos resultados no preço dos alimentos da população, já que boa parte da produção do biodiesel vem da soja”, afirmou, em nota, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Apesar de ser menos poluente e renovável, o biodiesel é mais caro que o diesel, combustível fóssil. Quanto maior o teor de biodiesel no diesel, mais alto fica o preço na bomba. Caso o percentual de mistura subisse, o diesel teria o segundo au- mento em um mês. No fim de ja- neiro, a Petrobras elevou o preço do combustível para as distribuidoras em R$ 0,22 para diminuir a defasa- gem em relação ao preço interna- cional. O biodiesel, que é adicionado ao diesel fóssil, esteve em trajetória de alta nas últimas semanas. Sancionada em outubro de 2024, a Lei Combustível do Futuro esta- belece que a parcela de biodiesel varie de 13% a 25%. No entanto, a adição é obrigatória desde 2008, como política nacional para reduzir o nível de poluição do transporte de cargas. ■ CNPE A economia brasileira cresceu 3,5% em 2024, de acordo com estimativa da Fundação Getulio Vargas (FGV). O dado foi divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Monitor do PIB, estudo que traz a prévia do com- portamento do PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país. Em dezembro, a expansão foi de 0,3% em relação a novembro. Já o quarto trimestre teve alta de 0,4% ante o terceiro trimestre, apontando desaceleração, já que no segundo e no terceiro trimestre as expansões tinham sido maiores (1,4% e 0,8%, respectivamente). No acumulado de 2024, houve crescimento em todos os componentes da economia, exceto a agropecuária (queda de 2,5%), que foi a locomotiva de 2023. “A indústria, os serviços e o consumo das famílias apresentaram resultados ainda melhores em 2024 dos que os já elevados crescimentos registrados em 2023. Pode-se afirmar que em 2024, em termos de atividade econômica, o Brasil teve um ótimo resultado”, avalia a coordenadora da pesquisa, a economista Juliana Trece. Com este resultado, o Brasil soma quatro anos seguidos de crescimento da economia. A última queda foi de 3,3% em 2020. Em 2023, o PIB teve expansão de 3,2%. Setores O consumo das famílias apresentou alta de 5,2% no ano passado. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador que reflete o nível de investimento, como compras de máquinas e equipamentos, cresceu 7,6%. As exportações apresentaram alta de 3,7%. As importações, que atuam como redutor do PIB, uma vez que bens e serviços importados deixam de ser produzidos no Brasil sendo fornecidos por outros países cresceram 14,3%. Em valores, o PIB brasileiro atingiu R$ 11,655 trilhões, o maior da série histórica. O PIB per capita de 2024 - di- visão do total da economia pelo número de habitantes - foi de R$ 56.796, também o maior da série histórica. A produtividade da economia foi de R$ 100.699 em 2024, 0,3% abaixo do observado em 2023 e 3,3% menor que o de 2013, o ponto mais alto já atingido. A taxa de investimentos da economia foi estimada em 17,2%, acima do registrado em 2023 (16,4%). ■ PIB Economia do país cresce 3,5% em 2024, diz FGV ● MISTURA DE BIODIESEL NO DIESEL É MANTIDA EM 14% PARA CONTER INFLAÇÃO C om a promessa de aprimorar par- ceria com a Polícia Federal e de centralizar os canais de denúncia de vítimas de golpes financeiros, o Mi- nistério da Justiça e Segurança Pública e a Federação Brasileira de Bancos (Febra- ban) lançaram nesta terça-feira (18) a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais. A iniciativa pretende atuar tanto na prevenção como na re- pressão de golpes e crimes cibernéticos. Resultado de um acordo técnico fir- mado em agosto do ano passado entre o ministério e a Febraban, a aliança teve a criação discutida desde setembro de 2024 por um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Direitos Digitais da pasta. Um comitê gestor formado pelo Ministério da Justiça e a federação definirá diretrizes para a aliança. Fóruns de dis- cussão bimestrais discutirão as ações e acompanharão a evolução das iniciativas propostas. Por fim, três grupos temáticos traça- rão estratégias para as ações escolhidas. Cada grupo corresponde a um tema prio- ritário definido pelo grupo de trabalho. O primeiro pretende desenvolver boas práticas de prevenção, detecção e res- postas, por meio de campanhas de cons- cientização e investimento na melhoria da identificação de identidade para a abertura de contas por meio eletrônico. O segundo grupo buscará aperfeiçoar critérios e protocolos para o comparti- lhamento e o tratamento de dados. O grupo pretende aprimorar a Plataforma Tentáculos, criada pela Febraban e pela Polícia Federal em 2018 e que resultou em 200 operações, 445 mandados de busca e apreensão e 85 prisões. O terceiro grupo abordará o atendi- mento de vítimas e a capacitação de agentes. Entre as medidas em elaboração, estão a centralização de canais de de- núncia e a criação de protocolos de aten- dimento a crimes cibernéticos em dele- gacias. Segundo o Ministério da Justiça, 36% dos brasileiros foram vítimas de golpes ou tentativas de golpe em fevereiro de 2024, com pessoas acima de 60 anos sendo mais vulneráveis. Os crimes mais recorrentes são a clonagem ou a troca de cartões bancários (44%), golpe da falsa central de cartões (32%) e pedidos de di- nheiro por suposto conhecido no What- sApp (31%). Iniciativa Enfatizando a necessidade de cola- boração entre os setores público e privado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que a inte- ligência e a capacitação técnica repre- sentam a melhor maneira de combater os crimes digitais. “A resposta mais eficiente à crimina- lidade que aviltamos é a que se dá com inteligência, capacidade técnica e imple- mentação de medidas de prevenção, de- tecção e finalmente repressão. A aliança sintetiza esses objetivos e vai ao encontro de uma demanda da sociedade que é de construirmos um ambiente virtual mais seguro e confiável, no qual a impunidade deixe de reinar”, declarou. ■ MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E FEBRABAN LANÇAM ALIANÇA CONTRA FRAUDE DIGITAL CRIMES CIBERNÉTICOS V Foto/ Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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