Diário do Amapá - 23 e 24/02/2025
'CONDENAÇÃO CARECE DE PROVA', AFIRMA PABLO MARÇAL APÓS SE TORNAR INELEGÍVEL POR 8 ANOS A pós se tornar ine- legível por oito anos, o influencia- dor digital e empresário Pablo Marçal (PRTB) afir- mou durante live nas redes sociais, na noite de sex- ta-feira (21), que a con- denação "carece de provas" e que será "revertida". Marçal foi condenado pela Justiça Eleitoral de São Paulo por abuso de poder político e econô- mico, uso indevido de meios de comunicação so- cial e captação ilícita na campanha eleitoral de 2024 à Prefeitura de São Paulo. Cabe recurso ao TRE-SP. O juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da primeira Zona Eleitoral da capital, tornou o ex- candidato a prefeito inelegível por oito anos, a contar de 2024. Durante a live de 20 minutos, o in- fluenciador digital explicou que, no período eleitoral, gravou um vídeo fa- lando que se algum candidato enviasse uma doação para a sua campanha, ele gravaria em troca um vídeo de apoio. "Fui condenado por abuso de poder econômico, sendo que a minha cam- panha foi a mais barata da história, a que teve a maior quantidade de pessoas doando na nossa campanha", comple- tou.O magistrado analisou em conjunto duas ações, ajuizadas pela coligação encabeçada pelo PSOL, partido do en- tão candidato à prefeitura Guilherme Boulos, e pelo PSB. Na ação movida pelo PSB, foi apurada a venda do apoio de Marçal a candidatos a vereador em troca de doação para sua campanha na forma de Pix no valor de R$ 5.000, conforme divul- gado em vídeos na rede social Instagram. Já na ação encabeçada pelo PSOL, foi acrescen- tado trecho de vídeo de Marçal em que era di- vulgado um link para um formulário de cadastro de doação para compra de apoio. Segundo a sentença do magistrado, o abuso de poder político foi con- sumado, entre outros motivos, pelo uso de rede social para disseminar desinformação sobre o sis- tema de arrecadação eleitoral baseada no Fundo Partidário e para realizar propaganda eleitoral negativa dos ad- versários. ■ CONDENADO Candidato a prefeito de SP, influenciador foi condenado por abuso de poder político e econômico, uso indevido de meios de comunicação social e captação ilícita na campanha eleitoral de 2024. POLÍTICA |POLÍTICA | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 23 E 24 DE FEVEREIRO DE 2025 FALECOMAREDAÇÃO E-mail: diario-ap@uol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa 10 V Foto/ Reprodução/Redes sociais O Sábado é um dia sagrado para os que, como eu, professam a convicção religiosa do ju- daísmo. O Shabat, sétimo dia da semana, inicia seu canto ao pôr-do-sol de sexta-feira e termina ao pôr-do-sol de sábado. Éramos – e ainda somos – raros os judeus nessa linha equatorial. Nossa Sinagoga era nômade, como nômade foi o povo judeu por longa quadra. Um tempo o templo – sinagoga - era na casa do vô Naftali, pai do papai. Em outro tempo, na casa de Seu Jayminho, e, em outro, na casa do tio Moysés Zagury, irmão da mãe do papai, minha vó. Commaior ou menor rigor, os judeus obsequiam os sábados, quando menos com uma oração que pode adivinhar o silencio das noites e os psius do dia, e Macapá, por isso, emminha memória, sempre foi um pedaço de Israel. Mas, em 23 de fevereiro de 1985, exatamente um sábado, a vida de Macapá foi covarde e impie- dosamente obstruída por imprevistas e indetermi- nadas dores, todas sinceramente dilacerantes, ladras de nossas mais sagradas energias. Desde lá, atônitos, penteamos permanentemente os cabelos do tempo, aplicamos um leve laquê no vento, e deixamos as frutas em estado de vez. Lá, naquele tempo, depois do que aconteceu, não havia apetite ou oração. Então, soldamos o sol ao meio dia. A lua, soldamos a meia noite. Nos sobrou a dor. Impossível não ter sido assim. Foi por isso que agendamos, naquele sábado e em todos os sábados do mundo, sem tréguas, nossa identidade em Fátima Diniz, morta em covardia solenemente conspirada por um idiota qualquer. Esse drama me fez desejar Macapá - e nunca imaginei desejar isso, mas, sim, desejei - feito uma serpente a inocular nossa ira nos olhos do algoz. Ou, uma misteriosa navalha, navalha cega, pronta para proibir os mesmos idiotas olhos, carrascos de nós e de Macapá. A ausência de luz, pensei, seria o castigo próprio, se é que existe castigo próprio para tão atroz indignidade. Macapá pôde estranhar meu desejo naquele dia, mas não há serenidade diante do abismo da cólera. Fátima, para nós, não foi só uma miss. Se o Amapá pudesse responder essa pergunta, diria, sem ridicularidade sentimental: “Fátima or- ganizou a autoestima de nosso Território f ísico – o próprio Amapá - e subjetivo”. Amapá, antes de Fátima, era um pedaço de céu deslembrado de Brasil. Passou, depois de Fátima, a um distintivo de beleza que atraiam exóticas curio- sidades. Olha, Fátima pegou o Amapá pelo braço e o exibiu ao pais inteiro. Talvez aquela tenha sido a primeira vez que vi o Amapá sorrir e atar sua própria rede na embarcação das imensas desigual- dades regionais. Foi Fátima quem desemcabulou o Amapá e subtraiu preconceitos. A erudição de Fátima era o sorriso. Ouvíamos o sorriso de Fátima e gargalhávamos de alegria. Só em saber que Fátima era nossa, ríamos. Ríamos muito. Fátima e a cidade eram cúmplices. Isso nos bastava. É um privilégio ter nascido aqui. Ter conhecido a Fátima, vê-la entre nós, conversar com ela e assistir seus passos aqui e na televisão. Agora, quase quarenta anos depois, Macapá e o Amapá, permanecem exaustos. A dor não se exaure assim, com o tempo. A dor, embora respeite a finitude da vida, não se contenta quando os idiotas as fabricam. Faço esse breve testemunho em homenagem ao seu João, D. Dalva, in memoriam, ao Américo e ao Chico. ■ RUBENBEMERGUY Advogado e Membro da AAL (ADEUS, QUERIDA) homenagem póstuma à fátima diniz
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