Diário do Amapá - 23 e 24/02/2025

ENTREVISTA CONSULTOR |ENTREVISTA | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 23 E 24 DE FEVEREIRO DE 2025 14 Um amapaense que deixou sua terra-natal no fim da década de 1980 em busca do mercado de petróleo e gás natural, atuando nas mais promissoras plataformas da Petrobras, planeja retornar e ajudar na implantação no Amapá. D iário - Você é natural de Serra do Navio aqui no Amapá, que colocou o Amapá no mapa da mineração, com certeza. Mas se mudou aí para o Espírito Santo faz quanto tempo? Alfredo Silveira - Eu me mudei para cá em 1990, mas andei fa- zendo alguns trabalhos no Nordeste também, emAracaju, também na exploração de águas profundas, mas a região que eu atuei por mais tempo forammesmo as bacias de Campos, a de Santos e a do Espírito Santo. Diário - Com toda essa experiência no setor de óleo e gás, como você recebeu a notícia de que poderia ter petróleo no Amapá? Alfredo - Nós temos sim essa indicação e a Petrobrás pretende fa- zer essa primeira perfuração aí, chamado tecnicamente de poço pio- neiro, e assim iniciar essa exploração no mesmo talude que as Guia- nas estão explorando, então as chances da gente encontrar petróleo aí no Amapá são muito grandes, mas só teremos a confirmação quanto fizermos a perfuração. Diário - O que é exatamente o poço pioneiro? Alfredo - É o poço que vai ser o descobridor da jazida, mas tudo leva a crer que a gente está na mesma mediação geográfica, que vamos perfurar na mesma profundidade da lâmina d’água, ou seja, no mesmo talude, então as chances de encontrarmos esse petróleo no Amapá são muito grandes realmente. Diário - Como você pode analisar ou projetar o que pode- rá acontecer coma economia doAmapá se isso realmen- te vier a se confirmar? E sobretudo que ressalvas pode fazer em relação ante uma eventual corrida para cá por uma promessa do estado virar umnovo eldorado? Alfredo - Olha, por experiência própria, e até um certo conheci- mento de causa, pois vimmorar no Espírito Santo e trabalhar no Rio de Janeiro, então aconteceu algo aqui muito parecido com essa condição que a gente tem hoje aí, do vizinho estar produzindo pe- tróleo, no mesmo talude. Aqui tivemos uma extensão da Bacia de Campos, o Campo de Roncador, foi sendo cada vez mais explorada em direção ao sul do Rio de Janeiro, norte do Espírito Santo, resul- tando que o campo exploratório ficou dividido nos dois estados, mostrando que no subsolo a extensão da jazida ultrapassa os limi- tes territoriais da superf ície. Diário - Bem, a situação só é diferente daqui pois aí a divi- sa é entre dois estados brasileiros, aqui uma fronteira en- tre dois países, o que enseja questões legais, até de direi- to internacional, não é? Alfredo - Verdade, isso aí acaba contribuindo para que a gente te- nha uma expectativa muito boa de que isso tudo se concretize, afinal é a mesma bacia, o mesmo lençol, a mesma lâmina d’água, como também a profundidade dos poços que se pretende furar. Então dentro dessa linha de raciocínio só falta furar o poço mesmo! Diário - Dos 15 poços que estão previstos pela Petrobras seremperfurados na MargemEquatorial necessariamen- te o primeiro temque ser noAmapá? Alfredo - Na realidade, em 2022 foi deslocada uma plataforma [navio plataforma] lá para a região da Bacia Foz do Amazonas, per- manecendo por 30 dias, mas como não foi dada a autorização para a perfuração do poço, essa plataforma que eu inclusive já trabalhei nela inúmeras vezes, um navio de perfuração, que como não pode atuar aí foi deslocado e perfurou um primeiro poço na Margem Equatorial, mas na região do Rio Grande do Norte. Um navio como esse não pode ficar parado, uma unidade dessa tem um cus- to operacional altíssimo, em torn de US$ 500 mil [dólares] por dia, um navio de sexta geração, poderosíssimo, que perfura poços numa distância de 10 mil, 11 mil metros de profundidade. Diário - Para terminar, se tiver petróleo noAmapá, você retornaria a seu estado de origempara trabalhar, teria mais esse gás, como perdão do trocadilho? Alfredo - Ah Cleber, você não tem noção do orgulho que eu vou sentir se eu conseguir realizar esse feito, pois está nos meus planos ajudar o meu estado, pois já contribuí tanto formação de pessoal, desenvolvimento de campos, enfim, isso tudo fora do meu estado, então sendo na minha terra com certeza que terei esse gás sim que você falou, farei isso com todo prazer, tirar toda energia de onde nem tenha para dar minha contribuição no que for necessário para que os amapaenses aproveitem as oportunidades do novo mercado que se abre a partir de agora sem dúvida! ■ Edição: CLEBER BARBOSA PERFIL Alfredo Souza Silveira é natural de Serra doNavio (AP), atua como consultor em engenharia de poços e engenharia submarina. Possui 32 anos de Experiência, em atuação direta executando Operações em Plataformas de Exploração de Petróleo eNavios de Serviços tipo: RSV, PLSV, SESV, FPSO. Breve biografia - Perfuração Exploratória - Completação de Poços - Manutenção da Produção de Campos maduros. - Desenvolvimento de campos nas Bacia de Campos, Roncador, Albacora Leste, Marlin, Marlin Sul, Bacia do Espírito Santo: Golfinho, Jubarte, Peroá/Cangoá, Parque das baleias Bacia de Santos: Tupi (Pré sal), Libra, Sapinhoá, Guará, Desafios profssionais - Instalação de Equipamentos Submarino a cabo - SESV – (4 anos) - Instalação de Equipamentos Submarinos a Cabo: BAP, ANM, MCV. - Carregamento dos Equipamentos nos portos: Vitória ou Niterói - Setor de Equipamentos Submarinos – (13 anos) - Instalação de ANMs com Sensores Eletrônicos e Sistema de Controle Multiplexado. - Instalação da coluna de Produção com sensor permanente de fundo -PDG. Alfredo Souza Silveira ■ Alfredo Silveira possui mais de 30 anos nomercado do petróleo, atualmente atua como consultor OpoçonoAmapáseráopioneiro, odescobridorda jazida!

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