Diário do Amapá - 08/01/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA QUARTA-FEIRA | 08 DE JANEIRO DE 2025 A queda no preço de diversos pro- dutos agrícolas e o crescimento das importações decorrente da re- cuperação econômica fizeram o superávit da balança comercial (exportações menos importações) cair em2024. Segundo oMi- nistério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o país exportou US$ 74,552 bilhões amais do que importou no ano passado. O resultado representa queda de 24,6% em relação a 2023, quando o saldo da ba- lança comercial tinha batido recorde e re- gistrado superávit de US$ 98,903 bilhões. Mesmo assim, é o segundo maior saldo anual positivo desde o início da série his- tórica, em 1989. No ano passado, o país exportou US$ 337,036 bilhões, comrecuo de apenas 0,8% em relação ao recorde de exportações de US$ 339,696 bilhões registrado em 2023. Emcontrapartida, as importações cresceram 9% e encerraram2024 emUS$ 262,484 bi- lhões, contraUS$ 240,793 bilhões em2023. Estimativas O superávit veio acima das estimativas da pasta, que previa saldo positivo de US$ 70 bilhões para 2024. As exportações fica- ram levemente acima da projeção de US$ 335,7 bilhões divulgada pela pasta em ou- tubro. As importações encerraram o ano levemente abaixo da previsão de US$ 264,3 bilhões. Na comparação entre volume e preços, o total de mercadorias exportadas cresceu 3% em2024, comos preços médios caindo 3,6%, puxado principalmente pela soja e pelo milho. O volume de bens importados subiu 17,2%, impulsionado pelo crescimento do consumo decorrente da recuperação econômica. Os preços médios das merca- dorias importadas recuaram 7,4%. Pela primeira vez, oMdic divulgou es- timativas para a balança comercial do ano em janeiro. A pasta prevê que o Brasil terá superávit entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões em 2025, com as exportações fi- cando entre US$ 320 bilhões e US$ 360 bilhões, e as importações entre US$ 260 bilhões eUS$ 280 bilhões. Tradicionalmente, a pasta divulgava as projeções para o ano a partir de abril, com revisões em julho e em outubro. Petróleo Na divisão por produtos, o petróleo bruto tomou o lugar da soja entre asmaiores exportações brasileiras em 2024. No ano passado, o valor exportado subiu 5,2%, com o volume embarcado aumentando 10,1%, e o preço médio caindo 4,4%. As exportações de soja recuaram 19,4% em valor, com o volume caindo 3% e o preço médio, 16,9%. ■ MDIC BALANÇA COMERCIAL TEM SUPERÁVIT DE US$ 74,55 BILHÕES EM 2024 O déficit comercial do Brasil com os Estados Unidos deverá contri- buir para que o país fique fora do foco da elevação de tarifas prometida pelo presidente eleito, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (6) a secretária de Comércio Exterior do Ministério do De- senvolvimento, Indústria, Comércio e Ser- viços (Mdic), Tatiana Prazeres. Segundo Tatiana, o governo brasileiro pretende trabalhar para manter e aprofundar os vínculos econômicos com a maior eco- nomia do planeta. Conforme as estatísticas doMdic, em 2024, o Brasil teve pequeno déficit co- mercial de US$ 253 milhões com os Esta- dos Unidos. O país exportou US$ 40,330 bilhões e importou US$ 40,583 bilhões no ano passado, o que torna os Estados Unidos o segundomaior parceiro comercial do Brasil, o segundo maior destino das mercadorias brasileiras e a terceira maior fonte de importações. “OBrasil, na contabilidade do próprio governo americano, somando-se bens e serviços, responde pelo sexto superávit comercial dos Estados Unidos. A questão do superávit ou déficit comercial é algo que parece chamar a atenção do próximo governo dos Estados Unidos e, nesse que- sito, o fato de que os americanos acumulam superávit com o Brasil deveria ser levado em conta”, disse a secretária na apresen- tação dos dados da balança comercial de 2024. Segundo Tatiana Prazeres, as discus- sões do Diálogo Comercial Brasil–Estados Unidos, canal direto de diálogo entre o Mdic, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos (DOC) e a Administração de Comércio Internacional (ITA), contri- buirão para fortalecer as relações comer- ciais e os vínculos econômicos entre os dois países. O encontromais recente ocor- reu em setembro do ano passado. Outro fator que deverá contribuir para o fortalecimento das relações eco- nômicas são os fortes vínculos entre as empresas brasileiras e norte-americanas e as companhias empresas dos Estados Unidos com filiais no Brasil. “O fluxo in- tercompanhia significativo entre o Brasil e os Estados Unidos deve fazer com que a relação comercial não seja apenas poupada, mas privilegiada”, destacou a secretária. Recordes Tatiana ressaltou que, em 2024, o Brasil registrou recorde de exportações para cerca de 50 países, entre os quais Es- tados Unidos, Espanha, Canadá, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. De acordo coma secretária, as vendas de automóveis, aeronaves, compressores e bombas de ar, carnes bovina e suína, minério de ferro, celulose e sucos de fruta subiram forte- mente no ano passado. As exportações para a China, no en- tanto, caíram 9,3% no ano passado, tanto por causa da queda no preço internacional das commodities (bens primários com cotação internacional) quanto por causa da desaceleração do país asiático, maior parceiro comercial do Brasil. Apenas em dezembro, o valor exportado para a China desabou 40,2% na comparação com o mesmo mês de 2023. ■ DÉFICIT COMERCIAL COM EUA EVITARÁ SANÇÕES DE TRUMP, DIZ MDIC VÍNCULOS ECONÔMICOS V Foto/ Jose Cruz/Agência Brasil

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