Diário do Amapá - 10/01/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SEXTA-FEIRA | 10 DE JANEIRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA A reorganização do PT representa a falência da restauração política nacional. É o regresso ao estado decadente da corrupção política de nossas instituições. É o retorno do desrespeito das manifestações comandadas por lideranças sindicais, campesinas e do MST conta a ordem política social. É o retrato de um país involuído, carente de políticos sérios, honrados e compromissados com o de- senvolvimento do país. É a constatação inequívoca de que parece vi- vermos em estado de anomia, com ausência de normas e Judiciário, em que temos o ex-presidente Lula condenado por corrupção de forma regular em três instâncias sendo beneficiado pela mesma Justiça que manda prender e depois desautoriza a prisão por razões políticas e de entendimento intempestivo de competência de foro. É muito lamentável que o país ainda gaste dinheiro público com a candidatura de alguém já condenado e que está em liberdade de forma discutível. Não se esqueçam de que o PT passou mais de 13 anos do poder e foi incapaz de reduzir drasticamente a miséria social, a qual até hoje castiga os desassistidos brasileiros. Lula é um político que deveria ser desacre- ditado por seu comportamento corrupto. Está em liberdade, reitero, graças aos claudicantes membros de nosso sofrível STF, o qual endossa entendimentos e condenações e depois manda desfazê-los. Lula deveria explicar como um político, só vivendo de política, pode ostentar situação pa- trimonial confortável. Isso explica que vale a pena ser político no país, pois o enriquecimento ilícito não dá cadeia. Lula finge desconhecer que o PT deixou o país quase na bancarrota: mais de 13 milhões de trabalhadores desempregados até hoje, em- presas falidas, inflação alta, descrédito na co- munidade financeira internacional, Petrobras saqueada e sem esquecer que a plebe, por su- gestão do PT, foi às compras, viajou de avião etc. e depois ficou com a dívida espetada no SPC por não poder pagar. Lula — ressuscitado pelo fracasso do incompetente, negacionista e autocrático governo Jair Bolsonaro, que foi aleito acidentalmente como alternativa de momento apenas para derrotar o PT, mesmo sa- bendo-se que se tratava de um político sem brio na vida parlamentar e indisciplinado na caserna, tanto que foi reformado do Exército — é uma figura quixotesca que nada de positivo tem a acrescentar ao país. O Brasil merece nova cabeça política, sem as artimanhas dos velhos políticos. E Sérgio Moro é um nome a se comemorar, pois não lhe faltam atributo moral, coragem para combater a corrupção política sistêmica e competência para minimizar a ausência de segurança pública brasileira, lembrando que bilhões de reais foram repatriados, graças à atuação de Moro na Lava Jato. ■ A reorganização do Partido dos Trabalhadores Lula deveria explicar como um político, só vivendo de política, pode ostentar situação patrimonial confortável. Isso explica que vale a pena ser político no país, pois o enriquecimento ilícito não dá cadeia. E-mail: jbpherkenhoff@gmail.com Juiz de Direito aposentado JBHERKENHOFF N ão sou filósofo. Essa é a premissa maior do pequeno texto que segue. Contudo, ao observar o modo de vida da grande maioria deles, pontuaria algumas características que superam o simples fato de pensar a vida e os elementos por eles observados independente da corrente ou linha de pensamento. O viés da sempre e firme indagação de um fenômeno e a paixão por descortinar o que ali se esconde, acabam por endereçar às suas próprias vidas uma especial maneira de viver, a vida dita vivida. Essa especial maneira de viver - e diga-se que a expressão “a vida vivida” pode ou não significar a melhor das vidas -, em certa medida, acaba por se revelar em dois aspectos largos ao menos, bastante significativos, a saber: a convivência do filósofo com ele próprio e a sua convivência com a sociedade. Começando pelo segundo aspecto, inerente a convivência do filósofo com a sociedade, aparentemente, o desdobramento se dá pela necessidade de conviver muitas vezes como que é diametralmente oposto ao exercício desempenhado pelo filósofo. Por que? Isso se dá pois em regra a filosofia ao abrir espaço para o conhecimento justamente dessa relação e seus desdobramentos, com observância de correntes de pensamento e de formas de pensar desde a mitologia grega dos Jônios, passando por Platão, Aristóteles, Sócrates até Martin Heidegger e Hannah Arendt, para citar alguns pensadores apenas, permite a esses estudiosos a avaliação cri- teriosa (como deve ser a filosofia) comprofundidade dos exemplos passados os trazendo para o presente e porque não imaginando o futuro pelo ciclo que teima em se repetir, ao menos nas estruturas de po- der. Entre os diversos espaços que habitam os pen- samentos desses filósofos, como o reconhecimento do homem e suas experiências existenciais, a ob- servação das consequências das organizações de Estado, as estruturações do tecido social, a existência ou não do divino, as aporias, entre outros tantos, unindo isso em espaço e tempo commáxima fideli- dade a historicidade, procurando por vezes se colocar no lugar do outro que escreveu para tentar sentir o regozijo ou a angústia daquele momento os fazem pessoas diferentes. E aqui, seria importante deixar claro, que todas as pessoas são diferentes, e a diferença que citamos se localiza e tem como objeto central o liame da busca pelo conhecimento e (re)conhecimento de si que cada filósofo possui. Noutras palavras, através de experiências de narrativas lidas com profundidade e realmente estudadas, essas mesmas narrativas como que num processo de “osmose intelectual” (me perdoem a expressão) acabam de certa maneira perpassando da consciência filosófica para a vivência do próprio filósofo. Se verdade é que o conhecimento liberta, no campo da filosofia ele parece libertar vezes dois. Isso se dá, principalmente, na minha ótica, pela já citada caminhada na contramão domundo. De toda essa experiência de compreensão buscada pelo filósofo, acaba por lhe ser incrustado inúmeras formas de agir, algumas vezes sedimentadas em valores absorvidos ao longo da vida. Referidos valores somados aos profundos estudos, acabam por diversas vezes revelando uma antevisão através de sinais dados pela sociedade e principalmente pelo Estado do que está por vir, e noutras oportunidades a certeza do conflito direto entre os valores ou sentido da vida estabelecido a fórceps para a sociedade, que destoa em gênero, número e grau daquilo já absorvido ou apreendido, para melhor dizer, pelo filósofo. ■ Por que filósofos se distanciam da vida vivendo? Aqui reside o ponto alto, a quase absoluta certeza (com perdão da expressão que nada tem de filosófica, pelo contrário, é para ser criticada mesmo) do que se quer alcançar pelo conhecimento, cria num só tempo algumas consequências: a primeira, seria a repugnância da maioria pela opção de discordar... RICARDO PEREIRA E-mail: caio@libris.com.br Advogado

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