Diário do Amapá - 16/01/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA QUINTA-FEIRA | 16 DE JANEIRO DE 2025 D esde 1999, quando o Brasil passou a adotar o regime de metas de in- flação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conside- rado a inflação oficial do país, ultrapassou oito vezes o limite máximo da meta. A úl- tima vez foi no ano passado, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA, que leva em conta a variação do custo de vida de famílias com rendi- mento de até 40 salários mínimos, fechou o ano passado em4,83%. Ameta estipulada pelo governo era de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para mais ou para menos, isto é, um arco de 3% até 4,5%. O órgão do governo que define a meta é o ConselhoMonetário Nacional (CMN), composto pelos ministros da Fazenda, do Planejamento e o presidente do Banco Central (BC). A perseguição da meta é conduzida peloComitê de PolíticaMonetária (Copom) do BC. Um dos principais recursos para o Copom fazer a política monetária, ou seja, controlar a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic – que serve de referência para qualquer operação de empréstimo. Efeito dos juros A Selic alta faz com que empréstimos fiquemmais caros – seja para pessoa f ísica ou empresas - e é sinônimo de freio na atividade econômica, o que tem potencial de conter aumento de preços. Por outro lado, desestimula investimentos e a criação de emprego e renda. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano. O último aumento, de 1 ponto percentual, foi em 11 de dezembro. O Copom já indicou mais aumentos de 1 p.p. nas próximas duas reuniões – que ocorrem a cada 45 dias, com o objetivo de conter a pressão inflacionária dos pró- ximos anos. Eventos climáticos, desvalorização do real ante o dólar e o preço das carnes são fatores que ajudam a explicar a inflação acima da meta em 2024. Por que meta? De acordo com o BC, o regime de metas de inflação é o conjunto de proce- dimentos para garantir a estabilidade de preços nos país. “Ameta conferemaior segurança sobre os rumos da políticamonetária, mostrando para a sociedade, de forma transparente, o compromisso do BC com a estabilidade de preços”, diz o BC. Ainda de acordo como Banco Central, a previsibilidade “melhora o planejamento das famílias, empresas e governo”. Se por um lado a meta aponta um teto para a subida de preços, também de- termina que não seja muito baixa. ■ IPCA A produção total de 2,55 milhões de autoveículos - carros, comerciais leves, caminhões e ônibus - no ano passado representou alta de 9,7% na comparação com 2023, de acordo com levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (An- favea). Segundo a entidade, o resultado fez com que o Brasil retomasse da Espanha o posto de oitavo maior produtor global de veículos em 2024. Nos emplacamentos, o fechamento foi de 2,635 mi- lhões de unidades, volume 14,1% mais alto que o do ano anterior, e superior à média global, que foi de alta de 2%. Um dado considerado representativo de 2024 foi a soma de vendas de veículos leves - novos e usados -, que chegou a 14,2 milhões, maior resultado na história do país. “Claramente, há uma demanda reprimida por trans- porte individual que vem sendo atendida de forma cres- cente, graças às melhores condições de crédito”, disse o presidente da Anfavea Márcio de Lima Leite, em nota. No ano passado, segundo a entidade, houve um aumento de 36% das concessões de crédito para financiamento de veículos novos e usados. As exportações de dezembro representaram o viés de alta do segundo semestre, compensando o desempenho considerado fraco pela Anfavea do primeiro semestre, e praticamente igualaram o resultado de 2023, indicando um 2025 de recuperação nos embarques. Ao todo, 398,5 mil autoveículos foram enviados para outros países. “Argentina e Uruguai foram os destaques em termos de crescimento, a ponto de compensar as quedas de envios para todos os outros países da América Latina”, avaliou a entidade. As importações tiveram 466,5 mil emplacamentos, alta de 33% impulsionada pela entrada maciça de eletri- ficados, em especial da China. “Neste ano é preciso ree- quilibrar os volumes de exportações e importações, de forma a evitar um novo déficit na balança comercial, como ocorreu em 2024”, analisou Leite. ■ ANFAVEA Vendas de veículos leves novos e usados atinge 14,2 milhões ● EM 26 ANOS, INFLAÇÃO DO PAÍS FICOU ACIMA DA META POR OITO VEZES D iante da onda de fake news em torno da modernização da fiscali- zação do Pix, a Receita Federal re- vogou o ato normativo que estendeu o monitoramento das transações aos bancos digitais, fintechs e instituições de pagamento. No lugar, o governo editará uma medida provisória (MP) para proibir a cobrança diferenciada por transações em Pix e em dinheiro. Oministro da Fazenda, FernandoHad- dad, e o secretário especial da Receita Fe- deral, Robinson Barreirinhas, anunciaram há pouco a revogação da instrução nor- mativa e a edição da medida provisória. A MP tambémreforçará princípios garantidos pela Constituição nas transações via Pix, como o sigilo bancário e a não cobrança de impostos nas transferências pela mo- dalidade, além de garantir a gratuidade do Pix para pessoas f ísicas. “Essa revogação se dá por doismotivos: tirar isso que tristemente virou uma arma nas mãos desses criminosos e inescrupu- losos. A segunda razão é não prejudicar a tramitação do ato que será anunciado [a medida provisória]”, explicou Barreirinhas. Com a edição da MP, nenhum comer- ciante poderá cobrar preços diferentes entre pagamentos via Pix e em dinheiro, prática que começou a ser detectada nos últimos dias. Para Haddad, a medida provisória extinguirá a onda de fake news em relação à taxação do Pix, que tomou conta das redes sociais desde o início do ano. “A medida provisória reforça os dois princípios e praticamente equipara o Pix ao pagamento em dinheiro. O que isso significa?Que essas práticas utilizadas hoje com base na fake news de cobrar a mais o que é pago em Pix está vedado. Ou seja, o que cobra em dinheiro poderá cobrar em Pix. Quem quer usar o Pix vai ter que pagar o mesmo valor em dinheiro, sem nenhum acréscimo”, disse Haddad. Oministro reforçou que amedida pro- visória, na verdade, reforça princípios já existentes em relação ao Pix, apenas escla- recendo pontos distorcidos por dissemi- nadores de fake news nos últimos dias. “O Pix estará protegido pelo sigilo, como sempre foi. [Oque estamos fazendo] é só a ampliação, o reforço da legislação, para tornar mais claro esses princípios já estão resguardados pelamedida provisória. Para evitar a má interpretação, a tentativa de distorcer o intuito da Receita Federal, ela está tomando a medida que o Barreiri- nhas já anunciou”, explicou Haddad. “Tudo isso temumúnico objetivo: sal- vaguardar a economia popular, salvaguardar as finanças das pessoas mais pobres, o pe- queno comerciante e a dona de casa que vai fazer suas compras, e equiparar o pa- gamento emPix aopagamento emdinheiro”, completou o ministro. Haddad negou que a revogação do ato seja o reconhecimento da derrota para as fake news. “Pelo contrário. Isso é impedir que esse ato [a instrução normativa] seja usado como justificativa para não votar a MP. Estamos lançando uma medida pro- visória e queremos que ela seja discutida comsobriedade peloCongressoNacional”, justificou. ■ RECEITA REVOGA ATO NORMATIVO QUE PREVIA FISCALIZAÇÃO DO PIX MONITORAMENTO V Foto/ Marcello Casal JrAgência Brasil

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