Diário do Amapá - 23/01/2025

ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 23 DE JANEIRO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Seis anos de caos Com a iminente posse de Nicolás Maduro, dia 10 de janeiro, o fluxo de imigração da Venezuela para o Brasil via fronteira em Roraima deve aumentar, legalmente ou ilegalmente. Com a consolidação do regime para mais um período de seis anos, e oportunidades de trabalho crescentes no Brasil, milhares de venezuelanos abandonarão o país de vez. Hoje, cerca de 300 venezuelanos cruzam a fronteira todos os dias. Totó na Cultura O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou o ex-vereador de Cuiabá Totó Parente como novo Secretário de Cultura e Economia Criativa. Totó, muito conhecido em Brasília pelo trânsito suprapartidário no Congresso, assume amanhã com três compromissos: Levar uma cultura de qualidade para a periferia; investir na economia criativa; e transformar São Paulo em polo global de cultura. Jogo de empurra O programa Calha Norte, em transição do Ministério da Defesa para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, está órfão, pelo que parece. Procuradas pela reportagem, as pastas fazem um jogo de empurra sobre a tutela e mistério sobre o orçamento bilionário do programa para 2025. Fato é que os militares já foram demitidos das funções. Gatos na praia Desde novembro, a Neoenergia Coelba já cortou 6 mil ligações clandestinas – os famosos “gatos” – em operações em regiões turísticas da Bahia, no litoral e na região metropolitana de Salvador. A energia recuperada é suficiente para abastecer 84 mil residências por 15 dias, e visa garantir a segurança e o fornecimento durante o Réveillon, em especial nas regiões praianas do Sul do Estado. O Ano Novo do MRE O Itamaraty pode começar o ano (após as férias de janeiro) com uma surpresa. Nos corredores do Ministério das Relações Exteriores (MRE) há informações sobre a saída do chanceler Mauro Vieira do cargo em março. A Coluna apurou com fontes do MRE que ele teria sugerido a Embaixada de Paris como futuro posto, mas isso ainda vai depender de alguns acertos. Um deles diz respeito ao futuro chanceler. Uma corrente “politicamente correta” dentro do MRE advoga em defesa da atual Nº 2 de Vieira, a Secretária-Geral Maria Laura. Mas no caso de o presidente Lula da Silva optar por uma mulher, Maria Luiza Viotti, embaixadora do Brasil emWashington e ligada ao PT, é o nome mais forte. O certo é que não será Celso Amorim. Aos 82 anos, o ex-chanceler gostaria de emplacar seu fiel escudeiro, Audo Faleiro, seu adjunto no Planalto, porém o mais provável é que Faleiro ganhe uma Embaixada para chefiar. A Corregedoria da PolíciaMilitar prendeu umpolicial militar suspeito de ser o segundo atirador no as- sassinato do delator Vinícius Lopes Gritzbach. Ele foi executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no dia 8 de novembro do ano passado. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), a prisão foi efetuada nessa terça-feira (21), na sede do 20º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, em Barueri, e o suspeito seria encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes (PMRG). Com a nova prisão, o número de detidos por envolvi- mento no caso chega a 26, sendo 17 PMs, cinco policiais civis e outras quatro pessoas relacionadas ao homem apontado como olheiro do crime, que está foragido. O caso é investigado por uma Força-Tarefa, que inclui o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as corregedorias das polícias civil e militar. Prisões Na última quinta-feira (16), operação da Corregedoria já havia prendido o primeiro policial militar identificado como um dos autores dos disparos contra Gritzbach. Imagens das câmeras de segurança do aeroportomostram dois atiradores saindo do carro e atirando. Na mesma operação, mais 14 PMs foram presos por suspeita de envolvimento com o crime organizado e por prestarem serviço de segurança ilegal ao delator. Na mesma data, a namorada do homem apontado como olheiro do crime foi presa pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, por meio de um mandado obtido em uma investigação sobre tráfico de drogas. Segundo a apuração, a mulher de 28 anos era responsável por comercializar as drogas de posse do namorado Kauê do Amaral Coelho, que tem mandado de prisão expedido e está foragido. ■ ASSASSINATO Preso PM suspeito de ser o segundo atirador contra delator O Relatório sobre o futuro dos em- pregos (edição de 2025), publicado pelo Fórum EconômicoMundial, avalia que as tendências da tecnologia, economia, demografia e a transição verde “devem gerar 170 milhões de novos em- pregos até 2030”, mas também devem eli- minar 92 milhões de outras ocupações em todo o planeta. Amelhor parte do saldo de 78milhões - os trabalhos demaior remuneração, me- nos extenuantes e com mais proteção social - vai ficar com os países que pro- porcionarem mais qualificação contínua à força de trabalho e mais geração de ri- queza à economia. Desta forma, a diferença de oportuni- dades em cada economia poderá ser de- cisiva para indicar se o país vai gerar mais empregos para desenvolvedores de apli- cativos, o que exige conhecimento atuali- zado em tecnologia informacional, ou mais postos de trabalho como camponeses ou motoristas de serviços de entrega, ati- vidades que produzem menos valor para a economia. Ou seja, para participar da chamada “revoluçãoda requalificação”, umfenômeno da segunda quadra século 21, países como o Brasil precisam ainda resolver um pro- blema central do século 20, se não do século 19: a alta desigualdade socioeco- nômica. Passos para trás “Infelizmente ainda há essas questões bastante importantes que não podemos negligenciar quando a gente está falando de futurodo trabalho. Pensamos nos robôs, no homem interagindo comasmáquinas, mas ainda temos que dar alguns passos para trás no sentido de olhar para essas pessoas que não têm acesso ao mínimo, ao básico e que também vão estar ali dis- putando vagas e oportunidades de trabalho no futuro”, analisa a consultora ais Re- quito, especialista em futuro do trabalho. “Seria importante pensarmos emsub- sídios e políticas públicas que favorecessem o acesso à educação para as pessoasmenos privilegiadas e que vão precisar de alguma forma ser absorvidas no mercado de tra- balho nos próximos anos”, pondera a con- sultora, que trabalha na divulgação do re- latório do Fórum Econômico Mundial. “Precisamos olhar para essas pessoas menos favorecidas e que justamente ocu- pam os postos de trabalho que são facil- mente substituíveis pela tecnologia. Pre- cisamos estar com o olhar atento para pensar empolíticas públicas que absorvam essa mão de obra. Internacionalmente, se discute muito a ideia da renda básica uni- versal como forma de garantir subsistência e uma vida minimamente digna para as pessoas que não vão conseguir ter uma ocupação”, acrescentaais Requito. ■ OCUPAÇÕES DESIGUALDADE É DESAFIO PARA A “REVOLUÇÃO DA REQUALIFICAÇÃO” V Foto/ Marcelo Camargo/Agência Brasil

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