Diário do Amapá - 31/01/2025
| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SEXTA-FEIRA | 31 DE JANEIRO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA I magine-se na frente de um espelho. O que você vê? É apenas o reflexo de um corpo ou há algomais por trás da superf ície de vidro? Avaidade, companheira inseparável de nossas manhãs diante do espelho, pode ser tanto uma aliada quanto uma traiçoeira adversária. Na medida certa, a vaidade é como aquele salpicado de sal que realça o sabor de um prato; ela nos motiva a cuidar de nossa aparência e saúde, proporcionan- do-nos um senso de bem-estar e autoconfiança. Mas, como bem sabemos, até o sal tem seu limite antes de transformar uma refeição saborosa emalgo intragável. Quando a vaidade ultrapassa o ponto saudável, torna-se uma obsessão. Aqui, adentra-se o terreno perigoso da vigorexia, também conhecida como Síndrome de Adônis ou Transtorno Dismórfico Muscular. Não, não estamos falando do Adônis da mitologia, tão belo que fazia todos se apaixonarem. Falamos do Adônis moderno, que passa horas incontáveis na academia, aumentando a carga dos pesos, na tentativa insaciável de se aproximar de um ideal inalcançável de perfeição corporal. A vigorexia, uma parente próxima da anorexia nervosa, distorce a percepção que a pessoa temde si mesma. Onde umvigoréxico vê fraqueza emagreza, umobservador comumvêmúsculos definidos e força. Da mesma forma, um anoréxico se enxerga obeso enquanto luta contra a balança e contra espelhos que insistem emmostrar um corpo esquelé- tico. Então, por que esta incessante busca por umcorpo ideal? Com quem, ou com o quê, estamos nos compa- rando? As revistas de moda, a publicidade, a televisão e até as redes sociais nos bombardeiam com imagens de corpos esculpidos, aparentemente perfeitos.Mulheres de cintura fina, sem um vestígio de celulite, e homens com abdômens definidos e bíceps que parecem escul- pidos em mármore. Estes são os heróis modernos, os modelos a serem seguidos, ou, no mínimo, copiados. Oque esses corpos perfeitos realmente nos dizem? São meros cartões de visita ou verdadeiros templos da saúde e da vida? A ironia aqui é rica: muitos desses “corpos ideais” são mantidos a um custo elevado, en- volvendo dietas rigorosas, regimes de exercícios exaus- tivos e, frequentemente, o uso de substâncias nocivas como anabolizantes. Parece que, em nossa busca por saúde e beleza, estamos dispostos a sacrificar exatamente o que estamos tentando preservar. Onarcisistamodernodesloca seu sensode identidade para sua imagem refletida, vangloriando-se não do verdadeiro eu, mas de uma projeção idealizada. Imagine Narciso, o personagem da mitologia grega, inclinado sobre um lago, enamorado de sua própria imagem. Agora, substitua o lago por um espelho de academia e você terá uma imagem bastante precisa de muitos frequentadores de academias hoje em dia. Por que nos impomos a tirania de querer ser como aqueles que parecem nunca envelhecer, nunca engordar, nunca ter umfio de cabelo fora do lugar? Será que algumdia vamos admitir que a verdadeira perfeição reside emnossas imper- feições? Ou vamos continuar a nos flagelar com dietas de folhas e regimes de exercício que nos transformamemversõesmaismusculosas de Sísifo, empurrando eternamente a rocha da perfeição corporal colina acima? Na verdade, cuidar da aparência e manter-se em forma não é apenas normal, mas saudável. Estes são atos baseados no cuidado de nosso self, um reflexo do respeito por nós mesmos. A vida não é uma eterna passarela de moda, nem uma competição incessante de fisiculturismo. Para aqueles que ainda se encontram presos na armadilha de buscar incessantemente o corpo perfeito, talvez seja útil lembrar as palavras de Oscar Wilde: “A beleza é superficial, mas a feiura vai até o osso.” Então, da próxima vez que você se olhar no espelho, talvez seja mais sábio sorrir para a pessoa que você vê, mesmo que ela não se pareça com o último modelo da revista. Afinal, um sorriso genuíno tem o poder de iluminar qualquer reflexo. ■ Por que nos impomos a tirania de querer ser como aqueles que parecem nunca envelhecer, nunca engordar, nunca ter um fio de cabelo fora do lugar? Será que algum dia vamos admitir que a verdadeira perfeição reside em nossas imperfeições? Reflexões cotidianas sobre a vaidade e seus exageros E-mail: gregogiojsimao@yahoo.com.br Radialista e estudante de Filosofia GREGÓRIOJ.L. SIMÃO O Dia Internacional daMulher, celebrado em8 de março, é uma das datas comemorativas mais marcantes do ano para as mulheres destacarem sua capacidade para ocupar e fazer a diferença em vários setores da so- ciedade. Se antes asmulheres reivindicavamo reconhecimento de seus potenciais, hoje essa questão vem sendo tratada commais seriedade pelas empresas. Só que para isso acontecer, cada empresa deve estar preparada para revisar sua cultura organizacional. Desse modo, a participação feminina − e também a de outros públicos minorizados − não é viabilizada pela imposição, mas sim como frutode umamadurecimento corporativoque acompanha as transformações da sociedade e vai além para gerar resultados duradouros. Para uma profissional atuante na indústria de materiais de construção como eu, é gratificante participar de um processo de evolução corporativa que possibilita àsmulheres não só o ingresso nomercado de trabalho como também a permanência e o desenvolvimento. Foi com essa visão que firmamos na Voto- rantim Cimentos, em 2019, em nosso Manifesto e Compromisso global pela Diversidade, iniciativas que ajudam a fortalecer a nossa jornada de equidade de gênero, contribuindo também para melhorar o foco de nossas ações para atingirmos as nossas metas até 2030. No Brasil, em 2022, já conseguimos antecipar a nossa meta de ocupação feminina em cargos de lide- rança, atingindo um percentual de 25%, um índice que pretendíamos alcançar ao final de 2023. Esse re- sultado nos motiva a seguir adiante para atingir 30% dos postos de liderança ocupados por mulheres no país até 2030, conforme divulgamos emnossos Com- promissos de Sustentabilidade. Para isso, implemen- tamos mais iniciativas que visam desenvolver a liderança emmulheres, como a criaçãodeumprograma específico para desenvolver mulheres líderes, con- templando, nas duas primeiras edições, mais de 100 participantes. Também criamos uma mentoria para mulheres negras na qual elas são orientadas sobre carreira e empoderamento pormulheres que já ocupamposições de liderança. Nas nossas operações, por sua vez, nos orgulhamos de aumentar a cada ano o percentual de mulheres atuando emcampo e tambémda inauguração, em2021, de umCentro deDistribuição comoperação 100% feminina no Ceará, desde a operação de uma empilhadeira até a supervisão. Emoutras unidades no país, elas tambémocupam cargos antes liderados apenas pelos homens. Inclusive, contamos commulheres com deficiência, sendo que há profissionais que foram promovidas por meio de um programa de desenvol- vimento individual, que é voltado para pessoas com deficiência e no qual as mulheres também avançam em suas trajetórias. E assim como desenvolvemos as líderes, também realizamos iniciativas paramulheres que buscamconhecimento prático para aprimorar a sua formação e melhorar as condições de empregabilidade. São programas voltados desde a preparação em nível de estágio técnico até a formação de operadoras de empi- lhadeira, motorista de betoneira e engenharia de confiabilidade, por exemplo, além das capacitações que realizamos, em parceria com entidades, para formar mulheres da comunidade para ingressarem no mercado de trabalho, podendo atuar emdiversas áreas da indústria de materiais de construção e da mineração. Essas iniciativas reforçam o nosso jeito de ser, um jeito que pode e deve ser de todos que querem atuar por mudanças para construir um futuro melhor. O dia 8 de março é uma data de celebração, mas é também para lembrar os desafios que ainda temos e que, acreditamos, vamos superando tanto pela nossa persistência quanto pelas transformações no comportamento das pessoas. De- monstramos que quantomais diverso e inclusivo é umambiente, mais podemos crescer, enxergando na singularidade de cada um o diferencial que ajuda a im- pulsionar transformações positivas para a coletividade. ■ A liderança feminina na indústria de materiais de construção Em outras unidades no país, elas também ocupam cargos antes liderados apenas pelos homens. Inclusive, contamos com mulheres com deficiência, sendo que há profissionais que foram promovidas por meio de um programa de desenvolvimento individual, que é voltado para pessoas com deficiência e no qual as mulheres também avançam em suas trajetórias. E-mail: rosana@oficinacomunica.com.br Gerente geral Global de Desenvolvimento Organizacional da Votorantim Cimentos THATIANA SOTO RIVA
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