Diário do Amapá - 31/01/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA SEXTA-FEIRA | 31 DE JANEIRO DE 2025 O ministro do Empreendedoris- mo, daMicroempresa e da Em- presa de Pequeno Porte (Memp), Márcio França, disse nesta quinta-feira (30), que um dos grandes desafios do governo federal este ano é o de mostrar aos empreendedores brasi- leiros que existempolíticas públicas que podemajudá-los não apenas a renegociar dívidas, mas a ampliar seus negócios, inclusive visando o mercado externo. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Márcio França lembrou que, por meio do Portal do Empreendedor, é possível aos em- preendedores de menor porte obter vantagens, como juros mais baixos nas linhas de crédito. Essa possibilidade é prevista pelo Procred 360, uma alternativa de crédito para os empreendedores que, por di- versas razões, não foram atendidos de maneira eficaz pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O Portal do Empreendedor, criado pelo governo, visa o engajamento e a capacitação de empreendedores, e ofe- rece muitas das facilidades voltadas em especial a empreendimentos de menor porte, como os microempreendedores individuais (MEI), OProcred 360 é uma fonte adicional de financiamento. Para acessá-lo, os empreendedores devem solicitar o cré- dito diretamente nas instituições ban- cárias. Uma das vantagens é a flexibili- dade nos prazos de pagamento e as taxas menores em comparação com as taxas praticadas pelo mercado. O ministro explicou que o Procred, e outras iniciativas, como o Desenrola Pequenos Negócios, para renegociação de dívidas bancárias, integram o Pro- grama Acredita, criado com o objetivo de facilitar a renegociação de dívidas e oferecer crédito a taxas de juros dife- renciadas para os pequenos negócios. “Este é um programa de muito su- cesso porque permite que as pessoas voltem a acreditar [enquanto empreen- dedores]. Muitos ficaram atrapalhados, devendo para banco, para empresas, por conta da pandemia. Há descontos que ficaram acima de 90%”, explicou o ministro, ao destacar o potencial desses programas para ajudar empreendedores inadimplentes a regularizarem a situa- ção. ■ MEMP Oministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, voltou a criticar a política do Banco Central (BC) de aumento na taxa básica de juros da economia, a Selic. Na avaliação do ministro, o controle da inflação não deve ser feito apenas com aumento na taxa de juros, com consequente restrição ao crédito e contração da atividade econômica, mas também pelo aumento da produção. Nesta quarta-feira (29), o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou mais uma vez os juros, por unani- midade, em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. A elevação havia sido anunciada na reunião de dezembro. “O combate a inflação não se dá apenas pela restrição ao crédito e aumento de juros, mas se dá também pelo aumento da produção para poder controlar a inflação a partir da oferta e não pela restrição”, avaliou nesta quin- ta-feira (30) Marinho durante coletiva para apresentar o resultado da geração de empregos no Brasil, que fechou o ano de 2024 com saldo positivo de 1.693.673 empregos formais. Essa foi a quarta alta seguida da Selic. A taxa está no maior nível desde setembro de 2023, fixada em 13,25% ao ano. A alta consolida um ciclo de contração na política monetária. Entre os argumentos do BC para justificar a alta, apontou a alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global. “É evidente que tem que considerar os impactos do governo norte-americano, o impacto internacional. Mas é preciso observar também como os setores da economia brasileira têm que se comportar, olhando as oportunidades da economia brasileira e da capacidade de consumo do povo brasileiro, em mantendo a empregabilidade e o salário crescente”, afirmou o ministro. "O salário no Brasil ainda é muito baixo, por mais que tenha empresário que ache que o salário está alto, na minha opinião, os salários no Brasil são baixos, e há espaço para continuar crescendo sem gerar impacto in- flacionário", defendeu. Em relação à economia brasileira, o Copommanteve análises anteriores de que está aquecida, com a inflação cheia e os núcleos - medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia - acima da meta de inflação, e que as incertezas sobre os gastos públicos provocaram perturbações nos preços dos ativos. ■ JUROS Ministro do Trabalho critica política de aumento da Selic ● GOVERNO QUER MAIS ACESSO DO EMPREENDEDOR ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (30) que cabe à Petrobras decidir se aumenta ou não o preço dos combus- tíveis no país. A companhia está anali- sando um possível reajuste no valor do litro do óleo diesel, que acumula defasa- gem de preço por causa do dólar ao longo dos últimos meses. "Desde o meu primeiro mandato que eu aprendi que quem autoriza o aumento do petróleo e derivado de petróleo é a Petrobras, e não o presidente da Repú- blica", afirmou Lula em uma entrevista coletiva com jornalistas no Palácio do Planalto. Na última segunda-feira (27), Lula se reuniu com a presidente da Pe- trobras, Magda Chambriard, quando dis- cutiram o cenário dos preços dos com- bustíveis. "Se a Petrobras tiver que fazer um reajuste, não levando em conta o aumento da inflação de 2023 e 2024, ainda será menor do que dezembro de 2022", ob- servou Lula. Com impacto maior sobre o trans- porte de carga, Lula foi perguntado se o aumento no diesel pode desencadear protestos de caminhoneiros, e como o governo reagiria nesse cenário. "Veja, se tiver uma movimentação de caminhoneiros, vou fazer o que fiz a vida inteira, nós vamos conversar com os ca- minhoneiros. Vamos conversar com todo e qualquer setor que tiver qualquer pro- blema com o governo", apontou o presi- dente. Lula insitiu que, em termos reais, o preço do óleo diesel, mesmo com au- mento, estará menor do que no fim de 2022. Controle da inflação Sobre o cenário de inflação dos preços, especialmente dos alimentos, que tor- nou-se uma das preocupações centrais do governo neste início de 2025, o presi- dente disse que não tomará nenhuma medida impositiva sobre o mercado. "O aumento dos preços de comida que vão na cesta básica é sempre muito ruim, porque eles afligem as pessoas mais pobres, os trabalhadores mais humildes que a gente quer proteger. Eu não tomarei nenhuma medida daquelas que são bra- vata. Não farei cota, não colocarei heli- cóptero para viajar fazenda e prender boi como foi feito no Plano Cruzado. Eu não vou estabelecer nada que pode sig- nificar o surgimento de mercado paralelo", comentou. Como desafio para superar o proble- ma, Lula aposta na ampliação da produção agrícola este ano, commais financiamento e modernização, principalmente dos pe- quenos e médios produtores, responsáveis pela produção da maior parte dos ali- mentos, como verduras, frutas e legumes consumidos pela população. "O que precisamos trabalhar, com muito carinho, é aumentar a produção de tudo o que a gente produz, fazer com que a pequena e média agricultura, que são responsáveis pela produção de quase 100% dos alimentos, possam produzir mais", afirmou. ■ PETROBRAS É QUEM DECIDE REAJUSTE DE COMBUSTÍVEL, AFIRMA LULA PREÇO DEFASADO V Foto/ Jose Cruz/Agência Brasil

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