Diário do Amapá - 03/07/2025

ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 03 DE JULHO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Sinal vermelho O Brasil teve 167 pedidos de recuperação judicial registrados em abril, segundo a Serasa Experian. Destes, 132 são de micro e pequenas empresas. O setor primário foi quem mais usou o artifício (64), seguido por serviços (44), comércio (33) e indústria (26). Para a economista Camila Abdelmalack, o crédito caro e de curto prazo pressiona pequenos negócios. O pedido de recuperação é a última alternativa diante da crise. É fogo! Com a época de seca chegando, se iniciam os alertas para as queimadas no País. O Brasil (19.277) e a Venezuela (19.603) lideram o ranking de países com o maior número de focos de queimadas na América do Sul, segundo painel de dados (de janeiro a junho) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Seguidos pela Argentina (9.640). Mato Grosso (3.538), Tocantins (2.623) e Bahia (1.992) lideram o ranking nacional. Míssil verbal O Missão Vemmais um partido aí. Já são dezenas no assalto ops.. no benefício do repasse de bilhões de reais para o fundo partidário e eleitoral. Surgiu outro: o Missão. O Movimento Brasil Livre (MBL) reuniu 547.505 assinaturas pela criação da sigla. Superou em 463 o mínimo necessário, de 547.042. Sem rumo A prova de que o Governo Lula da Silva está desnorteado é o decreto do IOF assinado pelo Barba, que detonou a relação com o Congresso. O imposto é regulatório e não arrecadatório, segundo os mais importantes advogados tributaristas do País. O Palácio atestou sua incompetência e a derrota no STF é certa. A oposição monitora de perto os passos da AGU, que resolveu recorrer da decisão dos parlamentares. Prazo de validade PAC derrapa De gente graúda que acompanha de perto os números de dentro e fora do Governo: A paralisia do PAC 3 é de mais de 65%, por falta de pagamento e projetos incompletos. Congressistas ainda apontam o dedo para o PT como partido beneficiado na prioridade das verbas que passam pela Casa Civil do Palácio. A chefe de gabinete, Miriam Belchior, coordenadora geral do Programa, desconversa e diz a quem pergunta que não tem nenhuma obra parada, no formato “algumas aceleramos mais e outras menos”, segundo um interlocutor. Para os parlamentares, o PAC não os ajuda em nada, pois não aparecem obras concluídas para o palanque e foguetório em lugar nenhum. E só o Governo federal lucra eleitoralmente com a placa e a logo na frente dos canteiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (2) que os interesses de poucos grupos econômicos prevalecem no Congresso Nacional, em detrimento do conjunto da população brasileira. Lula defendeu a decisão do governo de recorrer à Justiça contra a derrubada, pelo parlamento, do decreto que aumentou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Se eu não entrar comum recurso no Poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, ou seja, eu não governo mais o país. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele [Congresso] legisla, e eu governo”, disse em en- trevista à TV Bahia, em Salvador (BA). “Nós não estamos propondo aumento de imposto, nós estamos fazendo um ajuste tributário nesse país para que os mais ricos paguem um pouco para que a gente não precise cortar dinheiro da educação e da saúde. Houve uma pressão das bets, das fintechs, eu não sei se houve pressão do sistema financeiro. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram dentro da Câmara e do Senado, o que eu acho um absurdo”, acrescentou. Lula afirmou que, ao pautar a derrubada do decreto do IOF, o presidente da Câmara, HugoMotta, descumpriu um acordo que havia sido feito com o Executivo, sobre medidas compensatórias. A decisão foi anunciada por Motta horas antes da votação, em postagem nas redes so- ciais, na semana passada. Para o presidente Lula, essa decisão foi absurda; ainda assim, ele afirma que não há rivalidade com o Congresso. “O presidente da República não rompe com o Congresso, o presidente da República reconhece o papel que o Con- gresso tem. Eles têm os seus direitos, eu tenho os meus direitos. Nem eu me meto no direito deles nem eles se metemnomeu direito. E, quando os dois não se entenderem, a Justiça resolve”, disse. ■ AJUSTE TRIBUTÁRIO Lula diz que Motta descumpriu acordo e derrubada do IOF foi absurda A reunião de cúpula do Brics, que será realizada no Rio de Janeiro esta semana, deve servir de espaço de construção para soluções mundiais e antecipar debates importantes que estarão empauta daqui a algunsmeses, emBelém, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro. O Brasil espera que o Brics, grupo que reúne 11 países (Brasil, China, Rússia, Índia, África do Sul, Indonésia, Irã, Egito, Etiópia, EmiradosÁrabes eArábia Saudita), se mobilize em favor de resultados ambi- ciosos para a COP30, com o cuidado de manter asmetas e os princípios daAgenda 2030 para oDesenvolvimento Sustentável. OBrasil, defende uma nova liderança cli- mática, baseada na solidariedade entre os povos, para gerar respostas eficazes e equitativas às mudanças climáticas. Em maio deste ano, delegados dos países-membros dos Brics aprovaramdo- cumento, a ser considerado pelos líderes dessas nações durante a reunião de cúpula, comrecomendações sobre financiamento climático. Segundo a secretária deAssuntos Internacionais doMinistério da Fazenda, Tatiana Rosito, o documento aborda ques- tões como reformas de bancos multilate- rais, aumento do financiamento conces- sional (fornecido por grandes instituições financeiras, abaixo da taxa de mercado para apoiar países em desenvolvimento) e mobilização de capital privado. Oprofessor de Relações Internacionais daUniversidade de Brasília (UnB), Antonio Jorge Ramalho da Rocha, acredita que a declaração final dos Brics terá uma ênfase na busca por financiamento da transição energética verde e no fortalecimento de arranjos multilaterais. “Além disso, temas como o combate à desertificação, o cuidado comos oceanos e o enfrentamento da poluição de plásticos ganharão relevância. Mais importante do que propostas específicas será a defesa de um contexto multilateral voltado para o desenvolvimento sustentável e inclusivo”, avalia. Para a professora Maureen Santos, coordenadora da Plataforma Socioam- biental do grupo de estudos Brics Policy Center, seria uma grande vitória se a reu- nião fosse concluída com compromissos concretos de financiamentos climáticos comprometidos comuma transição justa. “Seria maravilhoso, porque um dos grandes debates da COP30 é o framework de transição justa. Então, se o BRICS também já se adianta, fazendo compro- misso nessa área já facilita”, afirma a pro- fessora. Financiamento De acordo coma professora, a reunião dos Brics acontece em um momento em que o Acordo de Paris, que completa uma década neste ano, se encontra em ummomento demuita fragilidade. O tra- tado internacional, focado em ações para combater as alterações climáticas, foi ado- tado em 2015 na Conferência das Partes (COP21), em Paris. “A convenção do clima sofreu umbaquemuito grande com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris”, destaca. ■ SOLUÇÕES MUNDIAIS BRASIL ESPERA MOBILIZAÇÃO DO BRICS PARA RESULTADOS AMBICIOSOS NA COP30 V Foto/ Antonio Cruz/Agência Brasil Há dias, o embaixador do Irã no Brasil, Abdollah Ghadiri, reuniu a imprensa para agradecer ao Governo brasileiro por sua posição em relação à guerra com Israel. A ideia era boa, mas complicou a situação do assessor internacional do presidente Lula da Silva, Celso Amorim, que havia dito que o Brasil não tem lado na guerra. Ghadiri elogiou a postura do Itamaraty, que agora, corre para empossar o novo Embaixador em Teerã.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=