Diário do Amapá - 03/07/2025
| ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA QUINTA-FEIRA | 03 DE JULHO DE 2025 A Polícia Federal (PF) investigará um ataque hacker contra uma empresa que presta serviços de tecnologia para instituições financeiras. Os criminosos invadiram os sistemas da C&MSoftware e conseguiramdesviar recursos depositados por bancos em contas reservas mantidas no Banco Central (BC). O ataque ocorreu na terça-feira (1º). Até agora, não há estimativas de quanto foi desviado. No entanto, o ataque não afetou nenhum cliente porque atingiu a infraestrutura tecnológica da C&M. Tambémnão há informações oficiais sobre quantas instituições financeiras foram afetadas. Os criminosos usaram credenciais vazadas de clientes da C&M, como login e senha, para acessar os sistemas da empresa de tecnologia. As contas reservas abrangem os recursos depositados pelas instituições financeiras no Banco Central para cumpriremexigências legais de reservas na autoridade monetária. “AC&MSoftware, prestadora de serviços de tecnologia para instituições provedoras de contas transacionais que não possuemmeios de conexão própria, comunicou ataque à sua infraestrutura tecnológica. OBancoCentral determinou à C&M o desligamento do acesso das instituições às infra- estruturas por ela operadas”, afirmou o BC em nota. Com foco no desenvolvimento de soluções para ope- rações no ecossistema de pagamentos instantâneos, a em- presa de tecnologia administra a troca de informações entre instituições brasileiras ligadas ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Embora o SPB inclua o ambiente do Pix, não há relatos de desvio de recursos nessa modalidade de transferências instantâneas. No entanto, por causa do desligamento da estrutura da C&M do sistema de pagamento, há relatos de que alguns bancos tiveram operações Pix suspensas por alguns instantes na manhã desta quarta. ■ INVASÃO PF investigará ataque hacker a empresa que atende bancos ● QUEDA Indústria cai 0,5% em maio e recua pelo segundo mês seguido A produção da indústria brasileira recuou 0,5% em maio ante abril, marcando o segundo mês seguido de queda, depois de ter caído 0,2% de março para abril. O resultado foi puxado para baixo pelo setor de veículos e o impacto decorre também da trajetória crescente da taxa de juros no país. No entanto, em relação a maio de 2024, o setor industrial apresenta expansão de 3,3%. No acumulado de 12 meses, a produção industrial cresceu 2,8%, deixando a indústria brasileira num patamar 2,1% acima do período pré-pandemia de covid-19, em fevereiro de 2020, mas ainda 15% abaixo do pico da produção industrial de maio de 2011. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta quarta-feira (2), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na passagem de abril para maio, 13 das 25 atividades pesquisadas tiveram queda, sendo a influência negativa mais importante a produção de veículos. Setores que puxaram para baixo a produção indus- trial - veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%) - coque (derivado do carvão), produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%) - produtos alimentícios (-0,8%) - produtos de metal (-2,0%) - bebidas (-1,8%) - confecção de artigos do vestuário e acessórios (- 1,7%) - móveis (-2,6%) Na outra ponta, o ramo que mais ajudou positivamente foi a indústria extrativa, que cresceu 0,8%. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, relativizou nesta quar- ta-feira (2) os impactos, na relação com o Congresso Nacional, da judiciali- zação da derrubada do decreto presidencial que elevou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Não posso reclamar do Congresso. Nunca fiz isso. Há dois anos e meio que estou levando a agenda econômica pra frente com o apoio do Congresso. Isso é dito em todas as minhas manifestações públicas”, disse, em entrevista a jornalistas em Buenos Aires. “O Congresso tem o direito de alterar as proposições do governo. É da demo- cracia. Nunca uma lei enviada pela área econômica saiu do jeito que entrou. Ela sempre passou por alterações. E, sempre, essas alterações forampactuadas em torno de um acordo. Não há porque mudar esse procedimento”, completou. À imprensa, Haddad refutou o termo “traição” ao tratar da relação entre o Exe- cutivo e o Legislativo. “A pergunta da AGU [Advocacia-Geral da União] para o Supremo é uma pergunta legítima: se o presidente Lula cometeu alguma ilegalidade ao editar aquele decreto. É uma pergunta muito simples e é jurídica”. Entenda A Advocacia-Geral da União proto- colou nesta terça-feira (1º) uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) no intuito de reverter a derrubada do decreto elaborado pelo governo federal que au- menta alíquotas do Imposto sobre Ope- rações Financeiras (IOF). Em coletiva de imprensa, o ministro da AGU, Jorge Messias, informou que a ação declaratória de constitucionalidade foi apresentada após solicitação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com base emestudo técnico e jurídico solicitado ao órgão na semana passada. SegundoMessias, a conclusão da AGU é que o decreto do governo federal é cons- titucional, válido e não poderia ter sido objeto de decreto legislativo de sustação. Decreto O decreto fazia parte de medidas ela- boradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal. No fim de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou o documento, que aumenta o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio. A decisão de pautar a derrubada do decreto do IOF foi anunciada horas antes da votação pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republica- nos-PB), em postagem nas redes sociais. Segundo ele, a maioria na Casa não con- corda com elevação de alíquotas do IOF como saída para cumprir o arcabouço fiscal e tem cobrado o corte de despesas primárias. Já o governo alegou que a medida é necessária para evitar mais cortes em po- líticas sociais emaiores contingenciamentos que podem afetar o funcionamento da máquina pública. Além disso, segundo Haddad, as regras do decreto corrigiam injustiças tributárias de setores que não pagam imposto sobre a renda. Entre as medidas propostas no docu- mento estão o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tanto das apostas eletrônicas, as chamadas bets, de 12% para 18%; quanto das fintechs, de 9% para 15%, igualando aos bancos tradicionais. Tambémhá a previsão da taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos que atualmente são isentos de Im- posto de Renda. ■ HADDAD DEFENDE JUDICIALIZAÇÃO DA DERRUBADA DO DECRETO DO IOF V Foto/ Washington Costa/MF APOIO
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