Diário do Amapá - 06 e 07/07/2025
| ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 06 E 07 DE JULHO DE 2025 O Banco Central (BC) suspendeu cautelarmente do Pix três insti- tuições financeiras suspeitas de ter recebido recursos desviados no ataque cibernético contra a provedora de serviços tecnológicos C&M Software. Foram des- conectadas do sistema a Transfeera, a Soffy e a Nuoro Pay. O BC vai apurar se as três empresas têm relação com o ataque, que desviou recursos de contas que os bancos mantêm como reserva na autoridade monetária. A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) confirmou que pelomenos R$ 400milhões foram desviados. Com duração máxima de 60 dias, a suspensão é prevista pelo Artigo 95-A da Resolução 30 do BancoCentral, de outubro de 2020, que regulamentou o Pix. Pela re- solução, o BC pode “suspender cautelar- mente, a qualquer tempo, a participação no Pix do participante cuja conduta esteja colocando em risco o regular funciona- mento do arranjo de pagamentos”. Sociedade de capital fechado autorizada peloBancoCentral, aTransfeera confirmou que a funcionalidade do Pix foi suspensa. No entanto, a companhia, que atua na gestão financeira de empresas, ressaltou que os demais serviços oferecidos conti- nuam a funcionar normalmente. “Nossa instituição, tampouco nossos clientes, foramafetados pelo incidente no- ticiado no início da semana e estamos co- laborando comas autoridades para liberação da funcionalidade de pagamento instan- tâneo”, destacou a companhia em nota. As outras duas instituições suspensas do Pix são as fintechs (empresas financeiras digitais) Soffy eNuoro Pay. As companhias não são autorizadas pelo BC a fazer parte do Pix, mas participamdo sistema instan- tâneo de transferências em parcerias com outras instituições financeiras. Nenhuma das duas empresas se manifestou até o fe- chamento da reportagem. Justificativa Segundo o Banco Central, a suspensão das instituições do Pix tem como objetivo proteger a integridade do sistema de pa- gamentos e garantir a segurança do arranjo, até que as investigações sobre o desvio de recursos do sistema financeiro sejam con- cluídas. Entenda o ataque Na noite de terça-feira (1º), umataque cibernético nos sistemas da empresa C&M Software, que presta serviços tecnológicos a instituições financeiras, resultou no desvio de recursos de contas reservas que os bancos mantêm no BC para cumprirem exigências legais. Odinheiro foi transferido por Pix e convertido em criptomoedas. Embora não opere transações finan- ceiras, a C&M conecta várias instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Bra- sileiro (SPB), operado pelo Banco Central. Na quinta-feira (3), o BC autorizou a em- presa alvo do ataque a retomar as operações Pix. A Polícia Federal, a Polícia Civil de São Paulo e o Banco Central investigam o caso. Em comunicado na página da com- panhia na internet, a C&M informou que nenhum dado de cliente foi vazado. Nesta sexta-feira (3), a Polícia Civil de São Paulo prendeu um funcionário da C&M que recebeu R$ 15 mil para dar aos criminosos acesso aos sistemas da empresa. O suspeito confessou ter fornecido a senha de acesso R$ 5 mil e ter recebido mais R$ 10mil para criar um sistema de acesso aos hackers. ■ BC SUSPENDE TRÊS INSTITUIÇÕES DO PIX APÓS ATAQUE CIBERNÉTICO V Foto/ Reuters/Kacper Pempel RECURSOS DESVIADOS
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